Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Laos: a magnífica estrada entre Luang Prabang e Vang Vieng (e um estranho fenômeno)

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h06 - Publicado em 20 mar 2009, 11h03

A estrada entre Luang Prabang (ao norte do Laos) e Vang Vieng (uma looouca cidade no ponto intermediário entre Luang Prabang e a capital, Vientiane, sobre a qual falarei nos próximos posts) é forte candidata à mais bonita de todo o Sudeste Asiático.

Se tudo der certo, o ônibus levará 7 horas para vencer os meros 168 quilômetros (ooohhhhh!) do trajeto. Mas manter os olhos vidrados na janela fará com que todo esse tempo passe doce e suavemente.

Após acompanhar o Mekong na saída de Luang Prabang, a estrada serpenteia entre vales e montanhas altíssimas, nos mais variados formatos, sobre os quais arrozais e floresta virgem se alternam.

De quando em quando, surge uma vila de casinhas de bambu, mulheres carregando cestos de frutas, crianças brincando…. enfim, o verdadeiro Laos, a Ásia como a gente queria que ainda fosse.

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Obs: Quem quiser mergulhar de verdade neste país ainda tão misterioso pode saltar do ônibus a 56 quilômetros do destino final, em Kasi (um vilarejo cercado por arrozais verdíssimos que serve de parada para caminhoneiros e ônibus). Ali ao redor vivem diversas tribos que podem ser visitadas. Não espere acomodação confortável. Mas há algumas pensões baratas onde esticar o corpo cansado.

UM ESTRANHO FENÔMENO
Se você precisa de um Dramin nas “curvas da estrada de Santos”, deveria pensar seriamente numa injeção de Plasil para enfrentar a curvilínea Luang Prabang-Vang Vieng. Um casal de ingleses que conhecemos no Vietnã nos havia alertado sobre o estranho fenômeno observado por eles numa viagem de ônibus: talvez pouco acostumados com travessias longas (estradas asfaltadas ainda são novidade no país), absolutamente todos os locais presentes sucumbiram à fúria de suas entranhas e despejaram no próprio veículo aquilo que um Dramin poderia ter segurado.

Eu já não me lembrava desse peculiar traço digestivo-cultural do país quando de repente…. UGOOOOOOOLLLL…. começou a sinfonia. Talvez estrategicamente, todos os “nativos” estavam posicionados na parte de trás do ônibus. E, aparentemente, nenhum deles mostrava desespero com a viscosidade da situação. Dançando conforme a música, voltei a olhar para fora da janela, e curti o caminho até Vang Vieng como se aquilo fosse, também para mim, a coisa mais normal do mundo.

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