Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Guia do Safári na África do Sul: raio-X do Jock Lodge, no coração do Kruger

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h38 - Publicado em 18 abr 2014, 16h45
O rei, ao vivo e a cores, no Kruger National Park

O rei, ao vivo e a cores, no Kruger National Park

 

Pôr do sol matador

Pôr do sol matador

 

Se você está em dúvida entre a imensidão do Kruger National Park e as mordomias de uma reserva privada (clique aqui para ler sobre as diferenças entre uma e outra), eis um bom meio termo. Encontrei o Jock Safari Lodge quando estava garimpando com lupa um lugar bacana para ficar hospedada na região sul do parque nacional, que tem duas grandes vantagens: maior concentração de animais e bem menos risco (quase zero) de malária do que o norte da reserva. Outro ponto alto é a facilidade de acesso. O lodge está entre as duas entradas mais lógicas para quem vem de carro de Joanesburgo ou do aeroporto mais utilizado para o Kruger, em Neilspruit. Por fim, o preço. Para os padrões do universo do safári, a tarifa a partir de US$ 350 por pessoa com alimentação, passeios e bangalô com piscininha privada é um baita achado.

 

A minha equação deu bem certo. Cheguei até lá com o meu micro carrinho alugado sem nenhuma dificuldade (aproveitando para fazer um safári “self-drive” no caminho), fiquei numa parte linda do parque (de frente para um rio) e vi coisas tão incríveis quanto um grupo de leões devorando um búfalo e uma matilha dos raríssimos cães selvagens a pouquíssimos metros de distância.

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Zebra Neymar

Zebra Neymar

Fofura imbatível

Fofura imbatível

FICHA TÉCNICA

 

O quioscão que abriga a área social

O quioscão que abriga a área social e a piscina

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O lugar

O Jock Safari Lodge fica dentro de uma pequena área de concessão privada nos domínios do Kruger National Park, isolado do parque por uma cerca de segurança. Os 12 bangalôs, bem como o grande quiosque que abriga a área social, apoiam-se sobre deques suspensos com vista para um rio – o que significa que dá pra ver animais do seu quarto e do restaurante o tempo todo. Os quartos são esparsamente distribuídos por um terreno sombreado com árvores enormes, ligados por caminhos que convergem para a área social. Ali, há um restaurante com muito espaço ao ar livre, uma piscina pequena (e pouco usada) e bar no andar superior. O hotel também tem um pequeno spa e academia. A decoração tem jeitão de casa de fazenda, bonita e austera, com mesonas de madeira e alguns quadros de temática natural. O ambiente é bem informal e sem frescuras.

 

Como funciona

Como na maior parte dos safari lodges, o ranger é o seu anfitrião e também a figura mais importante do pedaço: ele faz as vezes de despertador de madrugada, é seu guia nos game drives, toma um drinque com você no fim da tarde e, no caso do Jock Safari Lodge, janta com os hóspedes dia sim, dia não. O foco do hotel é numa experiência coletiva. Os game drives acontecem duas vezes ao dia, de manhã e no fim da tarde, sempre com o mesmo grupo – que também toma café da manhã e janta junto. Os passeios e as refeições estão incluídos no preço. Todas as bebidas são pagas à parte, à exceção dos drinques durante o safári. Aqui, uma observação: você precisa ser muito guerreiro para conseguir conciliar um bacanal etílico com 8 horas de safári ao dia (acordando às 5 da manhã). Portanto, ter tudo incluído na tarifa pode não ser uma baita vantagem.

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Jan atacando de barman no drinque de fim de tarde

Jan atacando de barman no drinque de fim de tarde

O ranger

Meu guia foi o superexperiente Jan, que há mais de uma década trabalha dentro do Kruger National Park. É o que eu chamaria de um ranger “técnico” e objetivo: sabe muito sobre os animais, responde a todas as perguntas e socializa na medida necessária. Também é rígido com os horários (quem atrasa toma bronquinha de leve).

 

Safári

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Os game drives são feitos num sólido Toyota Land Cruiser (éramos 8 num carro com capacidade para 10) com cobertura contra sol e chuva. Esse tipo de carro é considerado mais robusto e “durão” (o que não faz diferença dentro do parque nacional, uma vez que não é permitido ir off-road) que o Land Rover. Meu primeiro dia no Jock foi um delírio. Vimos os raríssimos cachorros selvagens em mais de uma ocasião, leões devorando um búfalo, crocodilos, rinocerontes, pássaros magníficos. A geografia da parte sul do Kruger foi outra surpresa, com rios, formações rochosas e pequenas colinas. Já no segundo dia, fazia frio e os bichos simplesmente sumiram – algo bastante comum quando se está lidando com a natureza. Jan fez um esforço hercúleo para encontrar coisas interessantes, indo muito mais longe e esticando o game drive. E nada. As mantas para proteger do frio (uma por casal) são grossas e enormes, o que é essencial quando faz um pouco de frio. Nas boas estradas do Kruger, o limite de velocidade é 50 km/hora, o que pode resultar em bastante vento quando se está num carro aberto. Rola uma paradinha esperta para drinques de fim de tarde, servidos em copinhos de ferro e sem muita firula.

 

O toyota do Jock Lodge, com cobertura para sol e chuva

O toyota do Jock Lodge, com cobertura para sol e chuva

Dia de sorte: uma matilha de cães selvagens

Dia de sorte: uma matilha de cães selvagens

 

Detalhes que fazem a diferença

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O staff do hotel é de uma doçura e uma simpatia difícil de descrever. A imagem que eu tenho gravada é um sorriso gigante. Durante os jantares, eles eventualmente faziam uma apresentação pop-up, cantando e dançando lindamente. Passei horas a fio (e foram dos grandes momentos da minha estada) conversando com Attie, o chef figuraça, refugiado do Zimbábue, que tem uma história de vida inenarrável (além de cozinhar maravilhosamente bem).

 

Quartos

Os bangalôs têm piso de pedra e madeira, uma cama confortabilíssima de dossel, poltroninhas com vista para o Kruger, um lindo baú de madeira e minibar com alguns petiscos. O banheiro ostenta uma banheira vitoriana (com direito a sais de banho e velinhas) e é separado do quarto por um biombo – o wc à parte, claro. O chuveirão é exterior, o que é a glória quando faz calor. Mas, no frio, o banho tem que ser de banheira. Cada bangalô tem um enorme deque privado com uma piscininha triangular, espreguiçadeiras e um pufe grande sob um gazebo. A vista é linda e a área externa é quase perfeita. Faltaria só um toque de decoração, um charminho a mais (sim, estou sendo chata).

 

O quarto: bonitinho e superconfortável

O quarto: bonitião e superconfortável

A banheira é um charme

A banheira é um charme

O bangalô e o deque quase perfeito

O bangalô, o chuveiro externo, a piscininha e o deque quase perfeito

Gastronomia

A diária inclui café da manhã, almoço e jantar, além de chá com snack antes dos dois game drives. O almoço é no esquema bufê e o jantar tem pratos especiais, servidos em três etapas. A comida é caprichadíssima. Menção honrosa ao curry de avestruz e ao joelho de gazela ao forno.

 

O lodge visto de frente

O lodge visto de frente

Mimos

Bebidinhas refrescantes (ou quentes, dependendo do tempo) na volta do game drive. Quem viaja em lua de mel, ou quer mais privacidade, pode pedir jantares especiais no deque do bangalô.

 

O baile das girafas

O baile das girafas

Upgrade

Quem viaja com crianças, ou quer mais privacidade, pode se hospedar no Fitzpatrick’s Lodge, uma casa privê anexa ao lodge, com três quartos, sala enorme e piscina, onde são organizadas atividades especiais para os pequenos.

 

Perfeito para: Ficar dentro do Kruger com serviços de reserva privada e para socializar (uma boa para quem viaja sozinho).

 

Contra-indicado para: Quem definitivamente não quer socializar (você toma café da manhã, passeia e janta com o mesmo grupo todos os dias).

 

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