Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Férias com wi-fi x férias sem wi-fi

Duas ilhas, uma com acesso a internet e outra sem. Comparar o comportamento humano em ambas situações foi uma experiência antropológica

Por Adriana Setti
Atualizado em 10 ago 2020, 19h39 - Publicado em 19 fev 2015, 13h44
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Anos atrás passei férias em Fiji entre duas “ilhas de um resort só”. Uma delas tinha internet wi-fi grátis. A outra não tinha conexão e nem o 3G do celular funcionava. Comparar o comportamento humano nas duas situações foi uma legítima experiência antropológica.

O resort com wi-fi ficava de frente para uma das praias mais bonitas do mundo, sem nenhum exagero. A ala “social” tinha um restaurante, um deque com pufes e day beds incríveis, além de uma piscina e algumas redes. Era um lugar perfeito para esquecer da vida. Mas era, também, onde o sinal do wi-fi tinha mais força. Resultado? O lugar parecia uma central de comando, repleto de laptops, tablets e celulares desde manhã cedo até a noite.

Algumas mesas do restaurante eram grandes e acabavam sendo compartilhadas. Mas muita gente ficava focado no cybermundo até na hora de comer (sobretudo os hóspedes orientais). Em seis dias que passamos ali, conversamos apenas com um casal de ingleses.

Como você já deve estar imaginando, a vida na ilha offline foi bem diferente. Aprendemos noções do esporte que é paixão nacional na Irlanda. Jogamos Uno (algo que não fazia desde os 12 anos de idade) com um norueguês. Ficamos horas ouvindo as histórias de um suíço que passou meses aprendendo kung fu num retiro na China e tivemos uma conversa profunda com uma professora de Pequim sobre os abismos culturais que separam o ocidente da China. Ela me contou detalhes arrepiantes sobre como as crianças chinesas são preparadas para a “vida”, sobre a dificuldade que os chineses têm de permitir-se alguns dias de férias e outras coisas interessantíssimas.

Qual das duas experiências você considera mais enriquecedora?

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Durante a minha viagem pela Austrália, que antecedeu a ida a Fiji, fiquei muito surpresa com a dificuldade de encontrar conexão wi-fi em cafés, bares e restaurantes. “É que a gente não quer que nossos clientes fiquem lobotomizados na frente do celular”, me explicou a gerente de um café badalado na adorável praia de Byron Bay, na Costa Leste. Acho que ela está certíssima. A gente anda precisando desesperadamente ficar offline e compartilhar conteúdo na vida real. Nem que seja na marra.

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