Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Em Barcelona, Mercado da Boqueria acaba de limitar o acesso de grupos de turistas (e eu acho isso ótimo!)

Primeiro foi o Park Güell, que passou a cobrar entradas e a limitar o número de turistas, numa medida bastante polêmica (já que se trata de um parque público). Agora é a vez do Mercado de la Boquería, o mais famoso e colorido de Barcelona, em plenas Ramblas. A partir de agora, às sextas-feiras e […]

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h23 - Publicado em 8 abr 2015, 08h58

Primeiro foi o Park Güell, que passou a cobrar entradas e a limitar o número de turistas, numa medida bastante polêmica (já que se trata de um parque público). Agora é a vez do Mercado de la Boquería, o mais famoso e colorido de Barcelona, em plenas Ramblas. A partir de agora, às sextas-feiras e sábados os grupos de mais de 15 pessoas não poderão ter acesso ao lugar até as 15hs. Até o meio-dia de hoje, uma enquete publicada pelo jornal La Vanguardia indica que 63% dos votantes acham que o acesso a grupos deveria ser limitado sempre, e não apenas nas manhãs de sextas e sábados. Eu concordo com eles.

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O número de turistas em Barcelona quase triplicou na última década. Hoje em dia, mais de 7,5 milhões de pessoas visitam a capital catalã ao ano. A esse número somam-se 2,5 milhões de cruzeiristas, que desembarcam para passar o dia na cidade – e quase sempre acabam na Boquería, que está no olho do furacão. Para que se tenha uma ideia, o Brasil INTEIRO recebe cerca de 6 milhões de turistas estrangeiros ao ano.

 

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Assim como no caso do Park Güell, a medida tomada na Boquería não é ideal. É um ato de desespero, acatado a pedido dos próprios vencedores. Os donos dos postos do mercado pagam fortunas para estar ali. E as multidões de turistas, em esmagadora maioria, quer apenas para olhar. Para quem mora na cidade, fazer compras na Boquería se tornou um inferno. Se eu mesma deixei de frequentar a Boquería há vários anos, suponho que muitas outras pessoas tenham desistido pelos mesmos motivos. E isso certamente explica o “amor” que os vendedores nutrem pelos turistas que entram apenas para fotografar – especialmente os que estão em grandes grupos, que entopem os corredores e impedem a circulação de clientes. Sou da opinião que as operadoras que organizam grupos de excursão deveriam ter mais sensibilidade ao incluir lugares tão críticos como a Boquería no roteiro. Para o bem de todos, inclusive dos próprios turistas. Mas já que não é assim… que se criem medidas para regular a situação.

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Ser um turista amigo da sustentabilidade, hoje em dia, passa por evitar os horários de pico nos lugares muito cheios, preferir viagens individuais ao invés de grupos de excursão e ter bom senso. Se você gosta de frequentar mercados quando viaja (eu amo!), uma vez em Barcelona prefira o de Santa Caterina, no Born; o Ninot, no Eixample (atualmente em reforma, que vai ficar espetacular!), ou o belíssimo Galvany, em San Gervasi. A experiência vai ser muito mais divertida e você será um a menos a pesar na aba da Boquería.

 

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Digo por experiência própria. No meu amado Mercado del Ninot, é notável como os vendedores ainda acham divertido o fato de eu ser estrangeira. Passo horas conversando com minha açougueira oficial, a Pilar, sobre como preparo a carne assim ou assado, à moda brasileira. Sim, porque lá, o movimento normal permite que as pessoas interajam — e é aqui que está a graça, certo?

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Quer fotografar um mercado autêntico de Barcelona? Saia do centro. Nos bairros residenciais, os vendedores vão achar graça conversar com estrangeiros e aparecer no seu Instagram.

 

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Minha fiel açougueira Pilar, do Mercado del Ninot

Minha fiel açougueira Pilar, do Mercado del Ninot

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