Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Companhia de trens Eurostar lança vagões silenciosos (e sem crianças) a partir de setembro

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h46 - Publicado em 18 ago 2012, 09h31

Aos que se enfureceram com o post anterior, mais uma notícia. A partir do próximo dia 11 de setembro, a gigante Eurostar (que administra linhas férreas entre mais de 100 destinos Europeus) instituirá áreas onde o silêncio deve, obrigatoriamente, reinar. Cada um de seus trens contará com DOIS quiet cars, um na business e outro na econômica. Nesses espaços, não será permitido falar ao celular (que deve ser colocado no modo vibratório), conversar em voz alta ou ouvir música (a menos que se tenha um fone com bom isolamento). Os únicos comboios da empresa que não adotarão os quiet cars são aqueles que levam e trazem da Disney e dos resorts de esqui. Por que será?

 

Crianças? Eis a política da empresa, expressa em folheto enviado às agências de turismo:

 

“Estamos instruindo todos os nossos agentes a evitar reservar assentos para famílias nesses vagões. Os passageiros devem ser informados sobre como devem proceder nos vagões silenciosos e deverão ter consideração aos demais viajantes que reservaram lugar especificamente nos quiet cars. O staff de bordo está instruído a deslocar  famílias com crianças a outras áreas do trem, quando possível”.

 

Vale dizer que uma política parecida é aplicada nos quiet cars de trens de sete grandes linhas que cortam dos Estados Unidos, o país do politicamente correto, desde 1999.

 

A proposta dessas duas grandes companhias de trem, bem como a da companhia aérea Air Asia (que, a partir de fevereiro de 2013, reservará sete míseras filas a uma quiet zone onde crianças menores de 12 anos são proibidas), é oferecer um SERVIÇO ADICIONAL aos passageiros que preferem viajar em silêncio. E, a julgar pela iniciativa de duas das maiores companhias férreas do mundo e da mais bem sucedida empresa aérea low cost de todos os tempos, deve haver demanda, certo? O que isso tem a ver com SEGREGAÇÃO de seres humanos?

Ninguém está falando em banir as crianças dos meios de transporte.  Famílias com crianças podem continuar viajando normalmente nos trens da Aimtrak e da Eurostar, e também nos aviões da companhia malaia. Os que devem ter a preocupação de reservar assentos específicos (e pagar mais por eles) são os que se incomodam com o barulho! Não o contrário!

 

Se você ainda associa esse tipo de iniciativa com nazismo (até isso rolou na caixa de comentários!) e ódio contra as crianças, aqui vai um último argumento:

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Quando comentei sobre a iniciativa da Air Asia de proibir crianças menores de 12 anos em sete filas de seus aviões reservadas ao silêncio, uma amiga, QUE É MÃE, achou a ideia genial. Segundo o seu ponto de vista, caso existisse uma área dedicada aos que realmente se importam com o barulho, a aflição dos que não conseguem acalmar o choro de seus bebês, apesar de todos os esforços, pelo menos não seriam importunados com olhares assassinos e comentários desagradáveis. E, caso fossem, poderiam dizer: “meu senhor, se você está incomodado, viaje na quiet zone e não me perturbe”.

Não ficaríamos todos mais satisfeitos dessa forma?

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