Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Como vai ser o seu Réveillon 2020/2021?

O fim do ano está logo ali e, finalmente, temos que encarar o fato que as festas de Natal e Ano Novo serão diferentes. Ou, pelo menos, deveriam

Por Adriana Setti
Atualizado em 10 dez 2020, 13h55 - Publicado em 11 nov 2020, 10h09

Quando o mundo virou de ponta-cabeça com a pandemia, lá pelo mês de março, pouca gente imaginava que isso ia durar tanto. Por mais que os infectologistas já tentassem nos alertar para o fato que só voltaríamos ao normal depois da vacina contra o coronavírus (ou da imunidade de rebanho), isso ainda parecia pessimista demais, distante, irreal. Mas o fim do ano está logo ali e, finalmente, temos que encarar o fato que as festas de Natal e Réveillon serão diferentes. Ou, pelo menos, deveriam.

Aqui na Espanha, estamos surfando na segunda onda – que parece aquela de Nazaré, gigante e assustadora. Neste momento, Barcelona está praticamente de volta ao confinamento rígido que rolou de março a junho, com algumas nuances mais amenas (como escolas abertas e liberdade pra fazer esporte ao ar livre ou visitar poucas pessoas de sua “bolha de convivência ampliada”). Ao anunciar as medidas para conter a pandemia, os responsáveis do governo sempre bateram na famosa tecla de aplanar a curva para não colapsar as UTIs. Mas, agora, também argumentam: “se a gente não fizer isso já, não vai rolar Natal”.

Ingenuamente, não tinha pensado nessa questão até agora. Na situação atual, eu não poderia nem viajar de Menorca (minha residência oficial) até Barcelona para encontrar a minha “bolha de convivência ampliada”. É que a ilha pertence a um estado, o das Baleares, diferente da Catalunha. E ainda que aqui estejamos em uma situação melhor e com restrições bem mais leves por aqui, a Catalunha está em “confinamento perimetral”. Ou seja, ninguém entra e ninguém sai, a menos que tenha um motivo de urgência – comer o peru com a família não é o caso. Meu marido e eu já passamos o Natal longe das nossas famílias muitas vezes. Mas, nessas ocasiões, sempre estivemos com amigos, ou viajando. Em casa, só nos dois, seria a primeira vez.

Mesmo que a situação melhore até lá e possamos viajar, será uma celebração com o pé no freio, ou nem será. Meus pais estão em isolamento quase total desde que tudo começou. Nos vimos poucas vezes, com todo cuidado, quando a situação melhorou (no verão). Depois, suspendemos as visitas de novo, por precaução. Se nos reunirmos no Natal, teremos que armar um esquema muito cuidadoso, talvez testando toda a família antes. Que perrengue, não?

Aqui, no entanto, temos um drama a menos, já que o Réveillon está longe de ser uma data tão importante assim na Espanha e no Hemisfério Norte em geral. Tem balada, tem fogos, tem bebedeira. Mas não rola aquela aura de magia e nem o misticismo maravilhoso que a gente vive no Brasil (ai.. ai… suspiro profundo aqui). Vendo a data chegar pra vocês, pensando na grandeza e na importância da festa, realmente fica difícil de imaginar como isso vai se encaixar na situação atual. Ainda que comemorações apoteóticas, como a de Copacabana, tenham sido canceladas, ainda há grandes festas sendo planejadas por aí, a despeito da pandemia. Você embarcaria numa dessas? Pergunta sincera: que planos e expectativas você tem para o Réveillon? Espero sua resposta no Facebook da VT ou no Insta.

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