Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

Com fronteiras abertas, europeus fogem das restrições dos seus países

Com restrições mais amenas, Madri está se transformando na capital europeia do turismo de bebedeira, em plena pandemia

Por Adriana Setti
Atualizado em 29 mar 2021, 14h53 - Publicado em 29 mar 2021, 13h38
A Maja Vestida, de Goya, esperando os turistas estrangeiros no Museo del Prado (Pixabay/Reprodução)
Continua após publicidade

A Europa está vivendo uma situação curiosa e contraditória nesta Semana Santa, um dos principais feriados do ano, com folgas escolares que chegam a durar 10 dias. Em muitos países, como é o caso da Espanha, não está permitido viajar entre as regiões. Mas, como a União Europeia vem mantendo o pacto de fronteiras abertas, os europeus estão livres para viajar dentro do bloco. Ou seja, morando em Barcelona, na Catalunha, estou proibida de viajar a Madri ou Ibiza, a menos que seja por um motivo muito bem justificado. Nada me impede, porém, de dar um pulinho em Paris ou Amsterdã. O resultado? Muitos espertinhos estão aproveitando a deixa para escapar das restrições de seus países, viajando a lugares onde as medidas são mais amenas.

Um dos fenômenos bizarros que essa situação vem provocando está rolando em Madri. Com medidas mais amenas do que no resto do país e do continente (como, por exemplo, toque de recolher mais tarde e menos restrições nos bares), a cidade vem sendo “invadida” por milhares de jovens, principalmente franceses. Escapando de um país praticamente em lockdown, eles vêm transformando a metrópole na capital europeia do turismo de bebedeira, em plena pandemia e às portas de uma possível quarta onda.

Só no fim de semana passada, a polícia acabou com 322 festas ilegais em Madri. As cenas patéticas se repetem a cada noticiário: dezenas e dezenas de jovenzinhos sendo retirados de esconderijos como armários e camas boxes por policiais que certamente teriam coisas mais importantes pra fazer. Além de serem um óbvio foco de contágio, essas baladinhas também têm tirado o sono dos vizinhos, já que geralmente acontecem em apês alugados pelo AirBnb, driblando o toque de recolher, que vai das 23h às 6h na capital. Para evitar que seus cidadãos se unissem a essa bagunça, o Reino Unido instituiu uma multa de 5 mil libras para quem viajar ao exterior. A população de Madri agradece.

Publicidade