Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Pará: Chegar à Ilha de Marajó ficou muito mais fácil

Testei o novo barco rápido que parte de Belém do Pará e assino embaixo

Por Adriana Setti
Atualizado em 16 set 2021, 18h17 - Publicado em 11 dez 2015, 13h33
Praia do Pesqueiro
Praia do Pesqueiro (/)
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Acabo de dar uma entrevista a um jornal sobre quais destinos devem estar em alta em 2016 (na minha modesta opinião). No Brasil, aposto na Ilha de Marajó, no Pará. Desde novembro, ficou muito mais fácil chegar a esse pedacinho remoto e encantador da região norte do país.

O novo catamarã Tapajós Expresso Hidroviário, operado pela Viação Ouro e Prata (também responsável pelo eficiente transporte fluvial pelo Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul) vai de Belém a Soure – o vilarejo mais interessante da ilha marítimo-fluvial – em apenas duas horas!

O barco sai diariamente às 8h da manhã do Terminal Hidroviário da capital paraense (ao lado da Estação das Docas, uma das principais atrações turísticas da cidade) e retorna, partindo de Soure, às 14h30. O preço da passagem é R$ 48 (por trecho).

Para que vocês tenham uma ideia da economia de perrengue que isso representa, até o começo de novembro, a maneira clássica de chegar até lá era com o ferry que navegava por três horas até atracar em Camará. De lá, era preciso pegar uma van ou táxi até Salvaterra (o que nem sempre era fácil em dias de grande movimento) e, para completar, atravessar o rio Paracauari de barquinho para chegar a Soure.

Hoje em dia, o píer do barco rápido desemboca bem no centrinho (na pracinha onde se concentram os vendedores de tacacá) e os mototáxis e táxis ficam de plantão esperando os passageiros para fazer o transfer até as pousadas (paguei R$ 6 de moto até a Pousada do Francês, que fica um pouco afastadinha do centro).

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Com isso, ir a Soure para fazer um bate e volta ficou muito mais viável e fácil. Sendo meio louquinho, dá até pra ir de manhã, conhecer a Praia do Pesqueiro e a Fazenda São Jerônimo (as principais atrações de Soure) e voltar às 14h30.

Só soube dessa maravilha quando cheguei ao terminal hidroviário para comprar a passagem de ferry no dia anterior à viagem – mal sabia que já dá para comprar aqui, pela internet! Como se não bastasse, tive a sorte de estar na primeira viagem que o barco rápido fez aos domingos (as informações tanto no painel do terminal como nos hotéis ainda não está atualizada com essa novidade!), que era o dia que eu tinha planejado para ir a Marajó. Não havia fila alguma no excelente Terminal Hidroviário, novinho em folha. E paguei com cartão de crédito, parcelado! U-hu.

Um amigo me contou que, lá por 2008, comprar um bilhete para o ferry foi um perrengue épico. O tiozinho com quem conversei por lá, marajoara, também me disse que há poucos anos ele chegava a dormir no terminal para conseguir passagem nas épocas de pico, de tão feia que era a coisa. Quanta evolução, não?

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A viagem é suave do começo ao fim. O barco é um catamarã de alta velocidade com capacidade para cerca de 150 pessoas, equipado com banheiro, bar e TVs que passam a programação da Globo ou filmes promocionais sobre o Pará. O embarque é rapidíssimo, sem filas. Na ida a Soure, ele partiu pontualmente às 8h. Na volta, atrasou uns cinco minutos (isso nem é atraso, certo?).

O interior, que está novinho em folha, tem bancos aveludados azuis um pouco maiores que uma poltrona de avião (só que não reclina). O ar condicionado é potente e tem até wi-fi grátis! Na ida, com o barco meio vazio, a conexão funcionou de maravilha. Na volta, com o barco lotado, teve suas idas e vindas. Fiquei muito bem impressionada com a gentileza da tripulação – foi comovente ver o carinho com que trataram uma passageira que estava muito doente, sendo transferida a um hospital em Belém, e também um menor desacompanhado.

Contraindicação há apenas uma. Como qualquer catamarã, ele balança mais do que um grande ferry de passageiros. Fiz a viagem num dia tranquilo mas ainda assim tiveram alguns momentos bem mexidos. Os paraenses estão acostumadíssimos com a vida sobre as águas, então ninguém passou mal. Mas recomendo que as pessoas sensíveis tomem um remedinho para enjoo antes de viajar, ou usem aquelas pulseiras que supostamente ajudam a segurar a onda.

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