O amigo de um amigo passou por um dos episódios mais bizarros e aterrorizantes que já ouvi sobre viagens longas de avião. Tomou uma boletinha básica, baixou a mesinha, apoiou a cabeça no braço e chapou. Horas depois, acordou com aquela famosa sensação de dormência. Só que o braço dele não apenas dormiu: entrou em coma profundo. Por mais que sacudisse o membro, não havia reação, simples assim. Ele saiu do avião com o braço mole (imagine a sensação de que o braço não te pertence!) e precisou passar por várias cirurgias complicadíssimas para recompor os nervos. Não é lenda urbana: eu o conheci quando ele ainda estava em recuperação.
Se a engenhoca do desenho acima já existisse, ele provavelmente não teria passado por esse perrengue inenarrável. Segundo li no jornal La Vanguardia, a Boeing está estudando implantar um sistema que permita o pobre cidadão que viaja em classe econômica dormir reclinado para frente — eu achei genial. A tábua de apoio funcionaria mais ou menos como uma cama de massagem, com um buraco no meio para encaixar o rosto. Quando não estiver sendo usada, a “prancha” pode ser desencaixada, dobrada e guardada numa mochila embaixo do assento.
Enquanto isso não sai do papel. EVITE DORMIR EM CIMA DO BRAÇO, especialmente se Rivotril e sua tchurma forem seus fiéis companheiros de viagem.
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