Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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As melhores dicas de Atins, nos Lençóis Maranhenses

Um guia completo da base mais praiana e badalada dos Lençóis Maranhenses

Por Adriana Setti
Atualizado em 14 fev 2024, 19h54 - Publicado em 14 fev 2024, 17h11

No encontro do Rio Preguiças com o mar, no Maranhão, Atins é a porta de entrada praiana e badalada para a área de 155 mil hectares protegida pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Além de estar colado no maior campo de dunas do Brasil, que vai se moldando ao sabor dos ventos e das chuvas, o vilarejo também é um dos hotspots do kitesurfe no Brasil.

Qualquer comparação com a Jericoacoara de 20 anos atrás não é coincidência. No radar dos velejadores do mundo todo, Atins ganhou pousadas e restaurantes sofisticados nos últimos tempos. Mas sua atmosfera rústica segue firme e forte, a começar pelas ruas de areia fofa, que vão fazer você exercitar as panturrilhas, fazer malabarismos para não queimar o pé a caminho da praia – e desejar um quadriciclo de vez em quando, o “Uber” local. A seguir, veja o que fazer, onde comer e onde se hospedar em Atins:

Onde o rio Preguiças encontra o mar
Onde o rio Preguiças encontra o mar (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Atins para velejadores

A temporada do vento vai de agosto a dezembro, quando os céus se tingem de cores com as velas do kitesurf na barra do rio Preguiças. Centros como o Atins Kite Boarding e Lençóis Kiteboarding ensinam kitesurf, wing foil e outras modalidades, além de alugar equipamento.

Atins para quem não veleja

O principal objetivo de quem vai a Atins sem pretensão de velejar é se aventurar nos Lençóis Maranhenses. E, para isso, é preciso estar lá entre junho e setembro.

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Fora dessa época, também dá para curtir a praia e o agitinho do vilarejo. Nesse caso, Atins pode ser um programa legal de junho a janeiro — evite seriamente a época de chuvas, entre fevereiro e maio.

Tenha em mente, no entanto, que de outubro a janeiro você não vai conseguir ver as lagoas do parque cheias. Neste post eu explico detalhadamente se vale viajar na época da seca, só para pegar uma praia.

Todas as agências do vilarejo organizam passeios de 4X4 ou de quadriciclo para explorar as paisagens dos arredores.

Atenção: só os veículos credenciados podem acessar o parque. Ou seja, mesmo que você alugue um quadriciclo para se deslocar pelo vilarejo e pela praia, é proibido entrar na área de preservação. Além de infringir a lei, quem faz isso corre sério risco, já que as dunas se movem e podem formar penhascos traiçoeiros. Acidentes com esse tipo de “aventureiro” são relativamente frequentes. Vá com um bom guia.

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Lençóis Maranhenses: o melhor motivo pra visitar Atins de junho a setembro
Lençóis Maranhenses: o melhor motivo pra visitar Atins de junho a setembro (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Sobrevoando os Lençóis

Contemplar do alto a imensidão preenchida por dunas e lagoas é um sonho. Mas os voos decolam do aeroporto de Barreirinhas. Ou seja, mais vale fazer um pit stop por lá antes ou depois de pegar uma lancha para descer o Rio Preguiças até Atins — veja como chegar a Atins neste post. Para valer o investimento, o céu precisa estar azul e as lagoas, na sua plenitude.

Onde curtir uma praia

Época seca é sinônimo de vento. E isso torna quase impossível esticar uma canga na praia para tomar sol. O jeito, portanto, é contar com a estrutura de um beach bar. O Bar.Co, o Lar Doce Mar e o Estresse Zero são boas opções.

Onde comer em Atins

O melhor restaurante do vilarejo é o do hotel La Ferme de Georges, que segue o conceito garden-to-plate (do jardim ao prato). Não é só papo: boa parte dos vegetais saem diretamente da horta cuidada com esmero por seu Osmar, que fica logo ao lado do bar, onde vale tomar um drink antes de jantar. Com receitas elaboradas, o Pininga muda o cardápio todo dia, de acordo com os ingredientes frescos. Pra comer uma boa moqueca e outros pratos de frutos do mar, o Casa de Juja é um clássico.

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Onde comer camarão em Atins

O camarão de Atins é um assunto à parte. E, nesse território, o da Luzia, no Canto do Atins, é quase uma lenda — em grande parte, devido ao que o inigualável Ricardo Freire já escreveu sobre ela. Com o passar do tempo, a cozinheira ganhou concorrentes na vizinhança e, hoje em dia, cada restaurante tem os seus fãs. Estive lá e, de fato, é uma delícia — fora isso, Luzia é um encanto de pessoa, bem como seu companheiro, Zé de Aço.

O lugar onde eu comi o melhor camarão de toda a minha vida, no entanto, foi na singelíssima Barraca do Pescador, na praia de Atins. Discretíssimo, o lugar é pilotado pela genial Mãzinha, que não só domina a arte do camarão como ninguém, como também faz uma cocada com calda de “chocolate” (que, na verdade, é de maracujá) capaz de levar uma pessoa às lágrimas. Os insumos vêm diretamente do mar: Antônio, seu companheiro, é pescador de longa data e prepara as redes lá mesmo, com infinita paciência para conversar sobre seu trabalho. A família também tem uma agência de passeios, a Mano Tour, que me levou para conhecer os Lençóis.

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O camarão de Mãzinha, o melhor da vida, na Praia de Atins
O camarão de Mãzinha, o melhor da vida, na Praia de Atins (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Onde ficar em Atins

Às portas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, em um canto afastado do agito do vilarejo, La Ferme de Georges tem bangalôs amplos com ênfase materiais naturais, que passaram por uma reforma recente e ganharam ar-condicionado. Leva a sério a sustentabilidade — tem horta orgânica, aquecimento solar e arquitetura coerente com o vilarejo —, conta com piscina e dispõe de uma simpática base na praia, instalada em uma antiga casa de pescador.

Bangalô da La Ferme de Georges, que tem o melhor restaurante do vilarejo
Bangalô da La Ferme de Georges, que tem o melhor restaurante do vilarejo (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
A piscina da La Ferme de Georges
A piscina da La Ferme de Georges (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Já a Vila Vento é uma boa pedida pra se hospedar com o pé na areia (acredite, você vai agradecer não ter que andar pelas ruas de areia na hora do sol), com bangalôs de madeira e piscina. Novidade no pedaço, o Anacardier é um hotel de luxo intimista no vilarejo.

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