Espanha: 5 dicas essenciais da ilha de Menorca
Entender o vento, alugar carro pequeno e outras manhas para curtir a vizinha mais sossegada de Ibiza
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Se você me segue no Instagram @drisetti, deve ter reparado que existe uma desproporção entre a quantidade de fotos de Menorca que posto lá, e o que escrevo sobre a ilha aqui. Acontece que a mais preservada das Baleares (arquipélago que inclui Ibiza, Mallorca e Formentera) é meu lugar do coração. E quanto mais gosto de um destino, mais dificuldade tenho de escrever sobre ele, sob pena de não fazer jus ou por puro ciúme – sabe aquela sensação de querer guardar numa caixinha? Mas, atendendo ao clamor popular manifestado via mensagens diretas no IG, começarei a desembuchar algumas dicas sobre o paraíso que adotei como lar uns meses por ano:
1. Entenda o vento
Da risca do cabelo ao humor das pessoas, tudo aqui na ilha é regido pelo vento. Entender esse mecanismo pode fazer uma baita diferença na sua viagem. A regra é simples: se o vento tem componente norte, vá para as praias do sul. Se é de sul, toca para as praias do norte. Isso porque quando o vento vem no sentido da praia, por mais fraquinho que seja, traz com ele águas-vivas inescrupulosas e um pouco de plástico, a praga dos mares. Nos dias de vento forte e sentido desfavorável, a quantidade de medusas (daquelas que queimam doído) pode inviabilizar o mergulho no mar. A boa notícia é que o lado oposto da ilha estará calmo, limpo e perfeito. O app/site que tenho usado é o imbatível Windy, fácil de entender e grátis.
2. Não fique (tão) obcecado pelas praias famosas
As praias famosas de Menorca – Turqueta, Macarella, Macarelleta, Son Saura e Mitjana – realmente estão entre as mais estupidamente belas do mundo e merecem ser vistas de qualquer jeito (mesmo em um dia de vento “errado”). Mas, no auge do verão, conseguir chegar até elas requer madrugar para garantir vaga no estacionamento ou pegar um ônibus ou um barco. A boa notícia é que a ilha tem 75 praias, minha gente. Na costa norte, marcada por penhascos avermelhados e abruptos, há preciosidades bem mais low profile como Pregonda e Pilar. Isso sem falar em La Vall, Binigaus, Son Xoriguer… Ou seja, relaxa e deixa fluir.
3. Alugue um carro. Pequeno!
No verão, há transporte público para as praias famosas partindo de Ciutadella. Mas ficar sem carro na ilha torna tudo mais lento e restringe os seus horizontes – há tantos lugares para explorar aonde o busão não chega! Mas pense pequeno! As estradinhas para as praias virgens de Menorca são estreitíssimas e, muitas vezes, é preciso ter paciência e habilidade para cruzar com outro carro. O perrengue aumenta na proporção no tamanho do veículo. Não à toa, os Fiat500 e outros microcarros fazem sucesso nas locadoras (já amaldiçoei um atendente por ter me dado um upgrade para uma SUV). Moto? Há quem curta. Mas eu, particularmente, acho que as distâncias por aqui são muito grandes para scooters. Vale saber, também, que algumas estradas rurais, nas proximidades das praias, são bem poeirentas.
4. Não menospreze as atrações históricas
Ok, ok, ok, em pleno verão, é muito provável que você não queria se afastar do azul neón do mar de Menorca. Mas a parte cultural é muito surpreendente. A ilha é habitada há milhares de anos e alguns sítios arqueológicos têm estruturas pré-históricas altamente misteriosas (os talaiots) ao estilo Stonehenge. Nos vilarejos, principalmente Ciutadella, você também verá igrejas seculares, palacetes gloriosos e muita coisa interessante. Lembre-se disso em algum fim de tarde ou em um dia mais nubladinho, vai?
5. Fique pelo menos quatro dias
Pergunta que recebo sempre: dá pra “fazer” as Ilhas Baleares em uma semana. Não! De jeito nenhum. Menorca é pequena se comparada a Mallorca, mas é muito maior e densa do que você pensa. Um pouco maior do que Floripa, a mais preservada das Baleares tem vilarejos interessantes, algumas das praias mais bonitas da Europa, uma série de sítios arqueológicos, vida cultural agitadinha e gastronomia respeitabilíssima. Isso sem falar das vinícolas, das fábricas de queijo, dos pontos de mergulho, das trilhas do Caminho dos Cavalos… Recomendo ficar uma semana ou, se não tem jeito mesmo, pelo menos quatro dias.
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