Parecia bom demais para ser verdade. E, de fato, as coisas não são bem como pintavam. Assim como contei neste post há alguns dias, a “loja” Esloúltimo (o nome quer dizer algo como “É a novidade”) foi inaugurada no centro de Barcelona com uma proposta surreal: tudo free, grátis, na faixa. Ou quase.
Bastaria pagar 5 euros e encher o carrinho com no máximo 60 produtos, desde que não se repetisse nenhum item. E, caso não quisesse levar os 60 no mesmo dia, o cliente teria 6 meses para “gastar” o crédito de 5 euros.
Não é muito difícil imaginar o que aconteceu. Logo no dia seguinte à inauguração, briga, tumulto, guerra. As filas na porta entupiram a Ronda Universitat (uma das ruas mais movimentadas do centro) e ninguém conseguia colocar o nariz pra dentro em menos de 4 horas. Consequentemente, a loja foi rapelada em tempo record.
Por causa do tumulto, as regras foram alteradas (clique aqui para ver as explicações completas). E o negocio perdeu a graça. Agora, os mesmos 5 euros — que davam direito a 60 produtos — rendem apenas 5! E cada ser humano tem o direito de entrar na loja apenas duas vezes ao ano. Para completar, é preciso inscrever-se previamente pelo site. Tenha a santa paciência.
Ainda assim, como tinha prometido relatar aqui o que rola lá dentro, me muni de coragem e fui tentar a sorte. Afinal de contas, com as novas regras o tumulto deveria estar amainado, pensei eu ingenuamente. Que nada.
Numa Espanha em crise, as 5 injeções na testa por 5 euros ainda estão valendo. A fila estava enorme e isolada por um cordão. Antes das 4 da tarde (a loja fecha às 8), já não era mais possível entrar.
Mas afinal, o que tem lá dentro? Segundo a loja se autodefine, o lugar é um “centro de inovações e mostras grátis”. Ou seja, uma vitrine coletiva para diversos produtos em lançamento no mercado. As novas aquisições são apresentadas a cada dia no site. E vão desde farinha para fazer tempura a bebidas alcoólicas e aparelhos eletrônicos. Mas não se engane. As TVs LCD e outros eletro-eletrônicos são só para serem testados na loja mesmo.
Alegria de pobre dura pouco.
(fotos reproduzidas do site https://www.kimod.com/esloultimo/)
Mais sobre a cidade: