Imagem Blog

A balada de Bali, na Indonésia, depois do atentado terrorista de 2002

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h11 - Publicado em 3 jun 2008, 10h06

1212497378582_129

Era a noite de 12 de outubro de 2002, e o Australiano Matt (um surfista decadente e barrigudo que mora em Ubud, no interior de Bali) tomava a sua vigésima cerveja Bintang no Sari Club, em Kuta, a cidade-meca para os mochileiros que visitam Bali.

– Estava xavecando uma sueca, me dando bem, diga-se de passagem, e quando fui pagar mais uma cerveja pra ela reparei que meu dinheiro tinha acabado.

Saindo de fininho, Matt correu até a pousada onde estava hospedado em busca de mais algumas rúpias. Quando voltou, sua sueca havia voado pelos ares junto com mais de 300 pessoas de 23 países diferentes. A primeira bomba (veja a cobertura completa no site da BBC) explodiu em frente ao Paddy’s Bar. Poucos segundos depois, uma ainda mais potente arrasou o Sari Club, a balada mais conhecida e famosa de Bali na época, onde jovens dourados de sol e felizes da vida faziam o que todo mundo faz da meia noite às 6 da manhã na ilha mais perfumada, delicada, misteriosa e lendária da Indonésia: beber, dançar e paquerar muito. Hoje em dia, no lugar do Sari Club, existe apenas um memorial com o nome das vítimas.

Depois de vários anos de baixo astral, durante os quais ninguém queria mais saber de Kuta, os bares vizinhos sacudiram a poeira e estão dando um caldo novamente. Se você tem menos de 25 anos, pouco senso critico e pouco dinheiro, vai se divertir horrores no Bounty, uma espécie de barco gigante, de três andares, onde o povo sacode ao som de musica eletrônica de qualidade duvidável. Vale tirar a camisa, subir no palco, festa da espuma e coisas do gênero. Diante das centenas de suecas e outras loiras soltinhas que circulam por ali, o clima de Cabral Tatuapé é o que menos parece importar aos garotões.

Continua após a publicidade

Por mais que Kuta tenha ressuscitado das trevas, a balada boa de Bali migrou para Seminyak, que fica a dez minutos em direção ao norte. Para esquentar, a melhor pedida é jantar em um dos restaurantes badalados da rua Jalan Oberoi. O Rumors (no numero 100), um achado, tem uma relação preço qualidade inacreditável (janta-se lagosta a rodo e a conta não passa de oito euros por pessoa) e os rostos mais bonitos da ilha, além de um serviço impecável.

Depois, o negócio é seguir para o Ku de Ta (que também funciona como restaurante), o lugar mais cool do Sudeste Asiático. De frente para o mar, à luz de velas, modelos, playboys, surfistas estilosos e ocidentais com saudades de Ibiza bebericam coquetéis espalhados por suas espreguiçadeiras gigantes. Lá pelas três da manhã, a balada muda para a Jalan Double Six, onde fica o Double Six Club uma espécie de Sirena de Bali, com o plus de uma piscina e um bungee jump.

Um porém: se você for a Bali durante a baixa temporada, de novembro a março, restará a você o oba-oba de Kuta depois da uma da manhã, já que o Double Six, enoooorme, não tem quorum para formar uma noitada respeitável.

Leia sobre mais baladas no Sudeste Asiático:
Uma noitada em Kuala Lumpur, na Malásia
A Full Moon Party de Ko Pan Gnan, na Tailândia
A balada com ringue de boxe tailandês, na ilha de Ko Phi Phi, na Tailândia

Publicidade