Recife: passeios, roteiros, onde ficar, restaurantes e mais

Por Mirela Mazzola Atualizado em 30 mar 2024, 18h15 - Publicado em 9 set 2011, 20h06

 

Uma das capitais mais vibrantes do Nordeste, Recife aposta em atrações culturais e gastronômicas, deixando o apelo das praias para as vizinhas Porto de Galinhas e Tamandaré (município onde fica a Praia dos Carneiros) – sem falar na imbatível Fernando de Noronha. No Carnaval, o circuito Recife-Olinda está entre os mais tradicionais do país e movimenta as duas cidades, que ficam com as hospedagens e ruas lotadas de artistas e foliões. Ritmos locais, como frevo, maracatu, caboclinho, ciranda, coco e manguebeat embalam a festa. 

Na região revitalizada do Recife Antigo estão atrações como a Capela Dourada, mais bela igreja da cidade, o Paço do Frevo, que homenageia o mais famoso ritmo recifense, e o Museu Cais do Sertão, uma ode ao cotidiano do homem sertanejo que conta, entre outras histórias, a do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. 

Mas Recife não se resume aos arredores da Praça do Marco Zero: é possível nadar na praia de Boa Viagem (respeitando as medidas de segurança por conta dos tubarões) e Piedade (na vizinha Jaboatão dos Guararapes), passear de catamarã e fazer uma caminhada no Parque Dona Lindu, na orla. Menos turísticos, as regiões de Graças, Espinheiro e Casa Forte guardam boas opções gastronômicas. Afastados do Centro, mas não menos imperdíveis, estão o Instituto Ricardo Brennand e a Oficina de Cerâmica Francisco Brennand

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Recife é de cinema

Quando o assunto é a sétima arte, a cena recifense está entre as mais interessantes do país. À frente desse movimento estão os cineastas pernambucanos Cláudio Assis (Piedade e A Febre do Rato), Marcelo Gomes (Cinema, Aspirinas e Urubus e Era Uma Vez Eu, Verônica) e Kleber Mendonça Filho (Bacurau, O Som ao Redor, Aquarius e o curta-metragem Recife Frio). Aquarius colocou o Recife no imaginário cinematográfico de muita gente. O longa conta a história de Clara (interpretada por Sonia Braga), última moradora do Edifício Aquarius, que está prestes a ser demolido para dar lugar a mais um espigão na Avenida Boa Viagem. O prédio que serviu de locação existe, no número 560, e se chama Edifício Oceania – e já virou ponto turístico. Cinéfilos vão gostar de saber que o apartamento pode ser locado na plataforma Airbnb, clique para saber mais.

A especulação imobiliária também é um dos temas de O Som ao Redor, cujas cenas foram gravadas na Rua Setúbal, também em Boa Viagem – o apartamento do próprio diretor, que mora ali, está entre as locações.

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Melhor época para visitar Recife

No Carnaval, a cidade fica lotada, assim como a vizinha Olinda, e as diárias dos hotéis disparam – o mesmo ocorre em junho, mês de São João. Em julho, a cidade organiza a Fenearte, feira de artesanato com expositores de Pernambuco e de outros estados e países. Maio, junho e julho costumam ser meses chuvosos.

Como chegar 

O aeroporto fica a apenas 3 km da orla de Boa Viagem (15 minutos de carro), que concentra muitos hotéis e restaurantes, e a 11 km do Centro (meia hora de carro). Localizada no município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, a rodoviária é ligada ao Centro por metrô (30 minutos). Quem vem de carro desde a Paraíba e de Alagoas acessa a cidade pela BR-101. Pelo sul, há a opção de chegar pela AL- 101 margeando o litoral e, depois, pelas PE-060 e PE-009 – a última, duplicada e pedagiada. 

Como circular

Apesar do título de “Veneza brasileira” soar exagerado, é fato que Recife tem pontes e viadutos interligando as regiões. A Avenida Agamenom Magalhães, principal da cidade, liga os bairros da orla (Pina e Boa Viagem) a Olinda pela região central. Da Agamenom saem as avenidas Conselheiro Rosa e Silva e Norte, que seguem para os bairros Graças e Casa Forte, redutos de restaurantes fora do circuito turístico.

Fique atento ao circular de carro por Recife Antigo e Santo Antônio – em alguns horários, há ruas que se tornam exclusivas para ônibus, motos e táxis. Quem não está de carro pode seguir de Boa Viagem à região central de táxi ou ônibus (a linha 32, que passa na Avenida Conselheiro Aguiar, leva ao Recife Antigo).

O que fazer em Recife

Uma iniciativa da prefeitura e do governo estadual criou o Passaporte Pernambuco, documento fictício que pode ser carimbado nos principais pontos turísticos da cidade e se tornar uma simpática lembrança da viagem (eles podem ser adquiridos, gratuitamente, nos Centros de Atendimento ao Turista, veja os endereços aqui). 

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História e cultura

A Praça do Marco Zero, em Recife Antigo, é o ponto de partida para as atrações que contam a história da cidade e do povo nordestino – o rico conjunto arquitetônico da região foi reconstruído após a invasão holandesa, no fim do século 17, e vem sendo revitalizado desde os anos 1990. Antigo armazém transformado em museu, o Cais do Sertão busca transmitir a experiência cultural sertaneja de forma interativa, com monitores para orientar o passeio. A cenografia inclui um curso d’água que simboliza o Rio São Francisco. Outro ícone sertanejo, o músico Luiz Gonzaga tem um espaço dedicado a sua vida, com história e discografia. Ainda na temática musical, o Paço do Frevo conta a história do popular ritmo pernambucano em um dos prédios mais bonitos do Recife Antigo – entre os recursos usados há uma linha do tempo formada por livros, no térreo. Os outros andares são dedicados a uma escola de música e programação temporária, como workshops e exposições sobre o tema. No último andar, o anfiteatro envidraçado recebe apresentações musicais.

Bem em frente ao Marco Zero, a Caixa Cultural também fica em bonito prédio do início do século 20, com programação itinerante. O Centro Cultural Judaico (Sinagoga Kahal Zur Israel) é a primeira sinagoga das Américas, de 1641. O piso original, típico da tijolaria holandesa do século 17, é observado sob as passarelas metálicas. Escavações revelaram fragmentos de louças, cachimbos e um poço usado no mikvé, o ritual judeu de purificação. Ali pertinho, também na Rua do Bom Jesus, a Embaixada dos Bonecos Gigantes guarda os emblemáticos bonecões que circulam pelo Carnaval de Olinda, retratando personalidades como Roberto Carlos, Rita Lee e Luiz Gonzaga. Da Praça do Marco Zero, barqueiros fazem a travessia para os molhes, onde está o Parque das Esculturas de Francisco Brennand (o local tem sofrido com roubos e depredações de obras). 

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Veja mais atrações históricas de Recife:

Igrejas: as mais famosas entre os turistas se concentram no bairro de Santo Antônio. A linda Capela Dourada (Igreja da Ordem Terceira de São Francisco), de 1697, guarda altares laterais forrados de ouro, além de teto e paredes repletos de pinturas sacras. A Igreja São Francisco, em estilo rococó (aberta só para missas), um pequeno Museu de Arte Sacra e a Igreja Santo Antônio (de 1606), com belíssimo painel de azulejos portugueses, fazem parte do conjunto. Construída em 1790, a Matriz de Santo Antônio tem estilo barroco – a nave, formada por 12 sacadas, dois púlpitos e altares com talhas douradas, chama a atenção. Também erguidas entre os séculos 17 e 18 com características barrocas e rococó, as igrejas Madre de Deus, Basílica e Convento Nossa Senhora do Carmo e Catedral de São Pedro dos Clérigos (Pátio de São Pedro, s/nº) valem a visita.

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Museus: o Museu do Estado de Pernambuco fica em um casarão que pertenceu ao Barão de Beberibe, senhor de engenho do século 19. O acervo reúne peças sacras e mobiliário da época, óleos de Frans Post e telas de Cícero Dias, entre outros artistas. Também instalado em um casarão, que foi sede da prefeitura entre as décadas de 1930 e 1960, o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) expõe o melhor da produção moderna de Pernambuco, com destaque para obras de Francisco Brennand e Vicente do Rego Monteiro.

Palácio do Campo das Princesas: a sede do governo estadual foi restaurada e reabriu para visitação em 2014. A visita guiada, de meia hora, percorre corredores, salões, gabinetes e dormitórios. Quem faz o passeio durante a semana deve estar trajando calça ou saia longa – nesses dias, a tour não passa pelo gabinete do governador ou por salas onde estiver ocorrendo reunião.

Teatro de Santa Isabel: As instalações da construção de 1851, como o hall de entrada e o palco, podem ser visitadas durante a semana, de forma autoguiada (terça a sexta) ou guiada (somente aos domingos, em três horários). Em ambas não precisa agendar. 

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Fortes: as duas principais fortificações da cidade, das Cinco Pontas e do Brum, podem ser visitadas. A primeira foi construída em 1630 pelos holandeses, tomada pelos portugueses e reconstruída com pedras e óleo de baleia em 1677 – nessa época, ganhou o formato atual, com apenas quatro pontas. Também é sede do Museu da Cidade do Recife, que reúne mapas e fragmentos arqueológicos dos séculos 17 ao 20, além de espaço para mostras temporárias. Já o Forte do Brum,  de 1629, guarda uma coleção de armas da Segunda Guerra Mundial, canhões do Brasil Império e reproduções de mapas. 

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Nas águas de Pernambuco

Com saídas diurnas e noturnas, o passeio de catamarã pelo Rio Capibaribe está entre os clássicos locais, percorrendo prédios históricos e passando sob cinco pontes. A Catamaran Tours, que opera a atração, também faz roteiros de volta à Ilha do Recife e até praias da região, como Ilha de Itamaracá, Coroa do Avião e Carneiros, com opções de tours privadas. Os mais aventureiros podem optar pelo mergulho com cilindro – Recife reúne mais de 25 embarcações debaixo d’água (a mais profunda, a 58 metros), rodeadas por fauna marinha, como tartarugas, tubarões e mais de uma centena de espécies de peixes. A melhor época é entre setembro e maio. O Centro de Mergulho Aquáticos faz o batismo para iniciantes e fornece saídas e equipamentos para mergulhadores certificados. 

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Compras de artesanato e produtos regionais

Ao lado da Praça do Marco Zero, o Centro de Artesanato de Pernambuco fica em um dos armazéns do cais do porto, com peças de mais de mil artesãos de todo o estado, entre cerâmica, tapeçaria e renda (cada ala é dedicada a um tipo de trabalho). Na Casa de Cultura, as lojas ocupam as antigas celas do presídio erguido em 1865. É possível encontrar xilogravuras de cordel, peças de barro, rendas e cestaria. No Recife Antigo, a Feira do Bom Jesus ocorre aos domingos na rua de mesmo nome, das 10h às 17h, com roupas, artesanato e comidinhas, enquanto em Boa Viagem tem feirinha diariamente, com lembranças como camisetas e peças de crochê.

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Fora do Centro

Embora distantes da rota turística, no bairro da Várzea, o Instituto Ricardo Brennand e a Oficina de Cerâmica Francisco Brennand estão entre as atrações culturais mais visitadas de Pernambuco. No instituto, uma estrada ladeada por palmeiras imperiais dá acesso a um jardim de esculturas, com uma obra do colombiano Fernando Botero, a uma galeria dedicada a mostras de arte contemporânea e a uma valiosa pinacoteca, que abriga a maior coleção particular do pintor holandês Frans Post do mundo, com 15 obras. Há ainda pinturas de Debret, Taunay e Rugendas, além de uma coleção de armas e armaduras medievais. Na Oficina de Cerâmica Francisco Brennand, a olaria da família do ceramista, que morreu em 2019, foi transformada em ateliê e museu. Uma atmosfera surreal percorre pinturas, painéis de azulejos e esculturas – muitas com conotação sexual –, além de jardins projetados por Burle Marx. No bairro de Apicucos, a Fundação Gilberto Freyre está instalada na casa onde viveu o escritor, sociólogo e pensador de 1941 até sua morte, em 1987. Os cômodos, intactos, abrigam metade de sua coleção de 40 mil livros. 

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Hotéis em Recife

Boa Viagem concentra a maioria das hospedagens da cidade, várias pertencentes a redes com perfil executivo – as mais caras estão à beira-mar, na Avenida Boa Viagem. É o caso do Radisson Recife com piscina, academia e sauna. Todos os apartamentos, amplos e com ar-condicionado, são voltados para o mar.

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O Bugan Recife Hotel by Atlantica tem características semelhantes, mas está a três quadras da praia. O Marante Plaza Hotel tem piscina de frente para o mar e está a 2 quilômetros do Shopping RioMar. No Kastel Manibu Recife Boa Viagem há quartos confortáveis, com ar-condicionado, TV a cabo e frigobar, além de um lojinha de artesanato no lobby. Uma opção mais econômica é o Bianca Praia Hotel, a 200 metros da praia de Boa Viagem (há um balcão onde é possível reservar passeios, traslados e aluguel de carros).

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Onde comer em Recife 

A cena gastronômica de Recife contempla tanto casas com proposta internacional quanto bons representantes da cozinha do estado – enquanto no litoral o foco são as peixadas e moquecas, no sertão predominam pratos vigorosos, como carne de sol, bode, buchada e sarapatel (cozido de miúdos de porco). Entre as sobremesas, influências locais e europeias aparecem no tradicionalíssimo bolo de rolo, com camadas fininhas de massa com recheio de goiabada, cartola (banana frita com queijo-manteiga e canela) e bolo sousa leão (com massa de mandioca, ovos, leite de coco e calda quente de açúcar). 

As melhores opções se concentram em duas áreas: na orla, Pina e Boa Viagem têm casas com perfil turístico; na zona norte, o corredor formado pelos bairros Espinheiro, Graças e Casa Forte inclui uma variada gama de estabelecimentos, geralmente mais intimistas.

Na ala da cozinha regional, o Entre Amigos está entre os mais populares da capital, com duas unidades (em Boa Viagem e no Espinheiro) – a carne de bode fez a fama da casa e atrai a clientela para o almoço e a happy hour. No Parraxaxá, com salão que reproduz uma casa sertaneja, o vistoso bufê enfileira receitas regionais como carne-seca, buchada e arrumadinho, além de sobremesas como a cartola (também há opções a la carte). A ambientação típica nordestina e o bufê de cozinhas regional e brasileira também aparecem na unidade da rede paraibana Mangai, inaugurada em 2020. Em um ambiente charmoso com quintal, o Ca-já serve peixada, dobradinha e bolinho de siri, além de receitas inventivas como o cheeseburger smash e a lasanha, ambas com carne de bode. 

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Em outra casa com área externa na Zona Norte, Thiago das Chagas comanda o Reteteu Comida Honesta – entre as criações do chef estão a coxinha de costela e a copa lombo com favada, natas, quiabo e maxixe. No Arvo, a cozinha de Pedro Godoy entrega releituras bem-apresentadas de pratos regionais, como o arrumadinho de charque e o chambaril (ossobuco) assado em baixa temperatura com legumes orgânicos e pirão.

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Na ativa há seis décadas, a cozinha do Tio Pepe prepara receitas como a carne de sol com queijo coalho e a peixada pernambucana. Uma das melhores receitas de cartola da cidade é servida no Leite, o mais antigo restaurante em funcionamento no país, aberto em 1882 – no menu principal, os destaques são os pratos com bacalhau. 

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O reconhecido chef André Saburó está à frente de três restaurantes de comida japonesa e de uma cafeteria. O pioneiro Taberna Japonesa Quina do Futuro é referência na cidade desde os 80, com ingredientes de qualidade exibidos em uma apetitosa vitrine no balcão. Já o Sushi Yoshi e o Sumô Sushi Bar têm proposta mais descontraída – recentemente, o último incorporou poke ao menu. Outra personalidade local, o chef Joca Pontes comanda o Ponte Nova, com receitas de base francesa e toques regionais – entre elas está o tataki de atum na manteiga de garrafa, creme de wasabi e croquetes de macaxeira – e o Villa Cozinha de Bistrô. Dentro de uma galeria, o endereço caçula enumera pratos como o risoto de pato e a tilápia grelhada com quibebe de abóbora, arroz de brócolis e castanhas.

Em Boa Viagem, o Mingus Zé Maria pertence ao mesmo dono da Pousada Zé Maria, uma das mais antigas e famosas de Fernando de Noronha – na casa do continente estão entre as sugestões o camarão grelhado com tabule de quinua e o magret de pato com molho de uva. Bom representante da cozinha peruana no Brasil, o Chiwake fica uma bonita casa no bairro do Espinheiro decorada com objetos do país andino – o chef Biba Fernandes também comanda o Chicama, com menu focado em peixes e frutos do mar. Em um casarão centenário em Casa Forte, o charmoso Nez Bistrô traz referências da França e da Itália, com criações como o nhoque ao ragu de ossobuco e o cordeiro ao vinho malbec. 

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No Shopping RioMar, o polo gastronômico reúne casas como a Pobre Juan, de carnes argentinas, a pizzaria Armazém Guimarães e uma unidade do Camarada Camarão, rede que nasceu em Recife e hoje existe em mais uma dezena de shoppings pelo país. 

Fora do circuito dos restaurantes, três endereços valem menção: a creperia com jeito de bar Anjo Solto, com unidades no Pina e em Graças, o tradicional Bar Central, com cozinha de influências árabes e regionais, e a Bodega de Véio, filial do clássico boteco de Olinda.

Comidinhas

Com origem na doçaria portuguesa, o bolo de rolo é o quitute pernambucano por excelência – o recheio à base de castanhas da receita lusitana teria sido substituído por doce de goiaba por causa da abundância da fruta no Brasil. Hoje, além da goiabada, também é possível encontrar versões de doce de leite e chocolate, por exemplo. O bolo com camadas finíssimas, que se assemelha ao rocambole (não ouse compará-los para um pernambucano!), pode ser encontrado na sexagenária Casa dos Frios, no JC Bolos de Rolo, com dois endereços na cidade, e no Grandão do Queijo, também especializado em queijo coalho. Vale cada caloria e o lugar reservado na mala. 

Dica de roteiro em Recife

Em três dias é possível conhecer o melhor das atrações culturais e históricas, incluindo uma esticada até Olinda. Após o check-in, que provavelmente será em Boa Viagem, rume direto para o Recife Antigo – a partir da Praça Marco Zero explore a pé o Museu Cais do Sertão, o Paço do Frevo e a linda Capela Dourada, entre outros pontos. No fim da tarde dá tempo de embarcar no passeio de catamarã ou fazer compras no Centro de Artesanato de Pernambuco. O jantar pode ser no Ponte Nova, mais sofisticado, ou no moderninho Ca-já. Dedique o segundo dia ao bairro da Várzea, onde estão o Instituto Ricardo Brennand e a Oficina de Cerâmica Francisco Brennand. O almoço tardio pode se fundir à happy hour com pratos regionais no Entre Amigos. Se a ideia for algo mais especial, vale esperar o horário do jantar e fazer a refeição no Nez Bistrô ou no Chiwake. No dia seguinte, reserve manhã e tarde para conhecer o casario histórico Olinda. Embora haja a possibilidade de bate e volta para praias da região, como Porto de Galinhas e Praia dos Carneiros, o ideal para conhecer esses destinos com calma é pernoitar. Ah, se você esquecer de comprar bolo de rolo, tem uma lojinha da Casa dos Frios no aeroporto.

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