Villa Langma é hospedagem pet friendly em Campos do Jordão
As casas têm cozinhas completas e mimos como kit de café da manhã, banheira de imersão e vista para a Pedra do Baú
Que os pets são tendência, todo mundo já sabe. Mas o que me pegou de surpresa foi constatar que em muitos casos os animais de estimação só são bem-vindos desde que sejam pequenos. A maioria das hospedagens pet friendly tem restrição em relação ao tamanho do animal: alguns estabelecem um limite de peso específico e outros fazem a delimitação por porte, geralmente mini ou pequeno.
Mesmo ainda sendo filhote, a minha cachorrinha Lika não se enquadra em nenhum dos casos: a nossa pequena ursa, como eu costumo chamar, pesa 20kg ao seis meses de vida e pertence à raça Akita, considerada de porte grande. Sim, a raça do cachorro japonês do filme Sempre ao seu lado, com Richard Gere.
Por todos esses motivos, a nossa primeira viagem com a Lika foi pautada mais pela hospedagem do que pelo destino. A Villa Langa é uma dessas exceções que recebem pets de qualquer tamanho. De quebra, fica em um lugar bastante especial: em Campos do Jordão, mais exatamente em um terreno com vista para a Pedra do Baú.
Potes de água e comida, check. Ração, check. Tapetes higiênicos, check. Brinquedinhos, check. Com a Lika presa no banco de trás, eu e meu marido deixamos São Paulo para trás e pegamos a estrada rumo a Serra da Mantiqueira. Fizemos uma parada estratégica – pet friendly, claro – para esticar as patinhas e em mais ou menos três horas já estávamos cruzando o portal enxaimel que sinaliza a chegada à Campos do Jordão.
Nas outras vezes em que estive por lá, me hospedei perto da Vila Capivari, o centrinho badaladíssimo e, infelizmente, cada vez mais descaracterizado.
A Villa Langma fica do lado oposto da cidade, no alto de um morro e bem perto do imperdível museu de esculturas a céu aberto Felícia Leirner e do Auditório Claudio Santoro, que sedia todos os anos o Festival de Inverno. Me hospedar por ali foi como descobrir uma outra Campos do Jordão, onde o protagonismo é todo das araucárias, das montanhas onduladas, em suma, do sossego.
Inaugurada em maio de 2023, a Villa Langma é fruto de um sonho de Carol e Caco, que descobriram o terreno quando estavam pedalando pela região. A vista privilegiada para a Pedra do Baú chamou atenção e o casal construiu, além de uma casa para eles próprios, quatro casas de madeira que, apesar de serem chamadas de “tiny houses”, são bastante espaçosas: cada uma tem 66m².
As manhãs começavam preguiçosas ainda debaixo das cobertas. É possível admirar a Pedra do Baú sem sequer sair da cama com colchões Zissou, mesma marca usada pelos hotéis da rede Fasano. A Lika não só tinha sua própria caminha como – pasmem – a tal caminha também era da Zissou. Um luxo e tanto para quem está acostumada a dormir direto no chão.
Num cenário desse, é ótimo não ter hora para tomar café da manhã. Quando dava na telha, levantávamos para preparar o desjejum na cozinha, que tem pia, cooktop por indução com duas bocas, forno elétrico, frigobar, sanduicheira, chaleira elétrica e panelas.
Os ingredientes também estão à mão: a Villa Langma deixa para os hóspedes um kit de café da manhã com frutas, ovos orgânicos, pão, geleia e um pedaço de queijo da ótima Queijaria do Jordão. Além de cápsulas e cafeteira Nespresso, dá para preparar o café coado da Cambú, que tem notas de chocolate e virou um vício.
Depois, a gente até saía para fazer alguns passeios (que são assunto para outra matéria), mas era difícil resistir à tentação de ficar na varanda lendo um livro. Lika também participava do momento e se deitava embaixo das nossas cadeiras, aproveitando a sombrinha. No fim de tarde, essas mesmas cadeiras serviam para assistir ao pôr do sol, sempre com a Pedra do Baú compondo a paisagem.
Mas o camarote era mesmo a banheira de imersão, de frente para um janelão de vidro que emoldura esse mesmo cenário. Os amenities, cheirosíssimos, são da marca vegana Maly Caran e incluem um sachê de ervas para imergir na água quente, como um chá. A mistura de capim cidreira, melissa, manjericão, alecrim e lavanda relaxa que é uma beleza e vale como uma sessão de spa.
À noite, as temperaturas despencavam e a gente se transferia para a salinha com sofá e televisão Smart, conectada à plataformas de streaming. Ao lado há uma escrivaninha para quem precisar trabalhar e o Wi-Fi funcionou bem o tempo inteiro.
Porém, o que realmente interessava a Lika estava do lado de fora da nossa tiny house. Junto com a Carol e o Caco vive o Brownie, que é tão bom anfitrião quanto seus tutores. Foi amor à primeira vista. Assim que a Lika desceu do carro, os dois já começaram a correr atrás um do outro e a rolar pela grama. Desde então, se encontravam várias vezes ao dia para brincar. A cada sessão ela voltava imunda e, claro, feliz da vida.
Foi bom demais poder deixar a nossa cachorrinha de apartamento solta em uma propriedade de mais de 5 mil metros quadrados: além de ser todo cercado, o terreno conta com um sistema para manter afastados peçonhentos como cobras e aranhas.
Ou seja, dava para deixar a Lika à vontade. Em todos os sentidos. Acabamos nem usando os tapetes higiênicos porque a Lika fazia tudo do lado de fora. Há saquinhos plásticos à disposição e uma lata de lixo específica para jogar fora as necessidades dos pets.
A área comum do terreno também conta com sauna seca, perfeitamente alinhada com a Pedra do Baú; um redário, que é outro ótimo lugar para ler; uma fogueira, para assar marshmallows admirando as estrelas; e uma horta, onde os hóspedes podem colher cebolinhas para temperar os ovos mexidos do café da manhã ou ervas para fazer um chá à noite.
Por fim, existe um “mercadinho da confiança” que é uma mão na roda. O hóspede pega os itens que deseja, anota o que está levando em um caderninho e faz o pagamento na hora por PIX. Tem vinhos, cervejas, queijos, geleias, chocolates e comidas de fácil preparo, como massas, molhos e tortas congeladas.
Em uma noite que deu preguiça de sair, compramos ali mesmo uma torta de frango, assamos no forno elétrico do quarto e jantamos super bem. A Carol e o Caco também deixam uma lista de restaurantes que entregam na Villa Langma. Sem falar que a acomodação é muito bem equipada caso você queira cozinhar: tem até panela de fondue.
Agora, se a ideia for explorar Campos do Jordão, saiba que a Vila Capivari está a cerca de vinte minutos de carro e que a Carol e o Caco dão ótimas dicas de passeios e restaurantes, além de alugarem bicicletas.
A Villa Langma tem jeito de hospedagem de aluguel de temporada: a cozinha convida a preparar as próprias refeições, não existe serviço de arrumação e o check-in é por meio de códigos personalizados para cada hóspede. Ao mesmo tempo, os mimos são dignos de hotel. Somando tudo, a experiência é para lá de aconchegante, esteja você com pets ou não. Só sei que a Lika amou.
Serviço
As diárias custam a partir de R$ 1.443. Há pacotes para finais de semana e feriados. Em estadias de duas noites durante a semana, o hóspede ganha mais uma noite de cortesia (exceto no mês de julho). As reservas devem ser feitas pelo site da Villa Langma.
As tiny houses foram pensadas para casais, mas uma delas pode acomodar até uma criança em sofá-cama. O acesso é por estrada de terra batida, mas de fácil acesso para carros de qualquer tipo (não é necessário 4×4).
Leia tudo sobre Campos do Jordão