Bahia: Museu do Recôncavo reabrirá depois de mais de 20 anos
Na Região Metropolitana de Salvador, casarão do século 17 tombado pelo Iphan guarda peças históricas relacionadas ao ciclo do açúcar

Após mais de duas décadas com as portas fechadas, o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, se prepara para reabrir. Localizado no antigo Engenho Freguesia, o casarão colonial é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1944, e guarda parte importante da memória do ciclo do açúcar e da escravidão no Brasil.
A obra de restauração foi concluída após revitalização com investimentos de R$ 27 milhões, e o anúncio oficial da reabertura deve ser feito em breve, segundo o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).
Um museu em um engenho do século 17
O imóvel tem origem no século 17 e está ligado a importantes ciclos históricos. Em 1624, foi incendiado por invasores holandeses, reconstruído nos anos seguintes e passou por diferentes donos ao longo dos séculos. Entre eles, Antônio da Rocha Pita, Conde de Passé e, por último, a família Araújo Pinho. A última moagem de cana-de-açúcar no Engenho da Freguesia foi registrada em 1900.
Com quatro andares e 55 cômodos, o casarão abriga cerca de 200 peças históricas, sendo 133 delas restauradas. Após a reabertura, o museu deverá apresentar uma nova expografia, com equipamentos multimídia, vitrines, iluminação cênica e outros itens, além de uma programação cultural contínua e projetos de turismo, pesquisa e economia local.
Fechamento e revitalização
Fechado há mais de 20 anos, o museu se tornou símbolo do abandono de uma parte importante da história baiana. A obra de restauração foi viabilizada por meio de recursos do Prodetur Nacional Bahia, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), sob coordenação da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur) e do Ipac.
A reabertura chegou a ser prevista para 2021, mas foi adiada. Agora, com a entrega próxima, a expectativa é que o museu se consolide como um polo de cultura e turismo, contribuindo para reativar a rota histórica do Recôncavo Baiano.