Paraná: Morretes vai muito além do passeio de trem e do barreado

A bucólica cidadezinha guarda construções históricas, restaurantes especializados em peixes, sorveterias, parque estadual e cervejaria

Por Duda Vasconcellos
Atualizado em 6 mar 2024, 15h54 - Publicado em 6 mar 2024, 10h13
Rio Nhundiaquara, Morretes, Paraná, Brasil
O rio Nhundiaquara corta a cidade de Morretes (C. Quandt Photography/Getty Images)
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Aos pés da Serra do Mar, Morretes é o ponto final do passeio de trem mais lindo do Brasil, que parte de Curitiba, desce a serra e, três horas depois, termina na cidade histórica, esparramando uma multidão de turistas em suas ruazinhas repletas de construções antigas. Leia um relato de como é o passeio de trem de Curitiba a Morretes.

Mesmo sendo o percurso mais famoso, o trem não é a única opção conveniente (e cênica) para conhecer a cidadezinha. Se estiver vindo de carro a partir da BR-116, desça a serra pela bela Estrada da Graciosa, construída em 1873. Parte do traçado de curvas fechadas ainda tem piso de paralelepípedo e pelo caminho há sete mirantes para apreciar a linda vista do litoral com a Mata Atlântica. A alternativa mais prática, porém, é ir direto pela BR-277.

Estrada da Graciosa, Paraná, Brasil
A Estrada da Graciosa, como é conhecida a PR-410, era usada pelos tropeiros que seguiam em direção ao litoral (Otávio Nogueira/Wikimedia Commons)

O centro histórico de Morretes é um charme e, embora não seja tão grande, tem muito o que desbravar. É delicioso caminhar pelas ruazinhas às margens do Rio Nhundiaquara e comprar artesanatos e balas de banana nas lojinhas.

Morretes, Paraná, Brasil
À beira do rio, há várias bancos e mesas para curtir o visual (Duda Vasconcellos/Arquivo pessoal)
Morretes, Paraná, Brasil
Uma das charmosas ruas do centrinho de Morretes (Duda Vasconcellos/Arquivo pessoal)
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Depois de flanar pela cidade, já cheios de fome, todos almoçam um barreado, vigoroso prato típico da região feito de uma mistura de acém, músculo e patinho cortados em cubos e cozidos com muitos temperos em uma panela de barro. A carne se desmancha no cozimento, que leva entre dez e doze horas, e é servida com farinha de mandioca até virar uma pasta. O mais famoso da cidade é servido no Madalozo.

Barreado, Morretes, Paraná, Brasil
O tradicional barreado (Cataleirxs/Wikimedia Commons)

Quem prefere refeições mais leves também é contemplado nos restaurantes locais. O charmosíssimo Empório do Largo fica na beira do rio e, além do barreado, tem boas opções de saladas e peixes no cardápio. O restaurante é parceiro da Olha o Peixe, empresa curitibana que fortalece a pesca local não predatória e oferece, semanalmente, pescados frescos da região.

Empório do Largo, Morretes, Paraná
O arejado salão do Empório do Largo (Duda Vasconcellos/Arquivo pessoal)
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Depois do almoço, não deixe de experimentar os sorvetes da Primorato. A sorveteria surgiu em 1954, numa casa no centro comercial, fora do bochicho – e está lá até hoje! Mais recentemente, a Primorato abriu uma nova unidade, pequenina e com menos variedade de sabores, na movimentada Rua XV de Novembro. O forte são os sorvetes de frutas, todos artesanais. Mas vale experimentar o de chocolate com canela e de mate com limão.

Fãs de cerveja vão à loucura na degustação da cervejaria artesanal Porto de Cima, a oito quilômetros do centro histórico da cidade. Dentro de um grande sítio, a fábrica produz cervejas com ingredientes plantados ali e cada variação leva o nome de uma espécie local: a Bem-Te-Vi leva limão rosa; a Pica Pau, pimenta; e a Bafo de Sapo tem cacau e café.

As cervejas são vendidas em alguns estabelecimentos em Morretes e Curitiba, mas os visitantes podem ir até a fábrica e acompanhar o processo de produção, visitar o rio que corta o terreno da propriedade e realizar uma degustação dos quatro estilos de cerveja que desejarem.

Cervejaria, Morretes, Paraná
A degustação começa com as cervejas mais leves e termina com as mais encorpadas (Duda Vasconcellos/Arquivo pessoal)
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Modos de usar Morretes

Um final de semana é suficiente para curtir Morretes, mas não há grande variedade de lugares para pernoitar na cidade. As pousadas charmosas do centro histórico, como a Patio Morretes e a Bella Morretes, são mais indicadas para quem chegou de ônibus ou trem, já que a maioria das acomodações não dispõe de estacionamento e achar uma vaga no centrinho é um desafio.

Uma boa opção para quem está de carro é a Pousada Serra Verde, a cinco quilômetros do centro. O veículo é providencial para visitar o Parque Estadual do Marumbi, que possui bons pontos para ecoturismo, e a charmosa cidade de Antonina, a 15 quilômetros de Morretes.

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