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Pedra do Sal: roda de samba e símbolo do legado africano no Rio de Janeiro

Berço do samba e do Carnaval, local é marco da resistência africana na antiga capital do país

Por Valentina Bressan
Atualizado em 10 set 2024, 10h09 - Publicado em 8 set 2024, 12h00
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Samba das segundas-feiras é a maior atração da Pedra do Sal (Alexandre Macieira/Riotur/Divulgação)
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Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, a Pedra do Sal é considerada o marco zero do nascimento do samba e do Carnaval, além de ser um símbolo da resistência e herança culturais do povo negro. Por isso, costuma fazer parte do roteiro chamado de “Pequena África” na capital carioca e recebe uma famosa roda de samba.

História da Pedra do Sal

Inicialmente chamada de Pedra da Prainha, a Pedra do Sal ganhou este nome porque o porto da região servia para descarregar o sal de navios que atracavam ali no século 17.

Localizada no que hoje corresponde ao bairro da Saúde, a Pedra do Sal também fica bastante próxima do Cais Valongo, principal porto de entrada de pessoas africanas escravizadas no Brasil e nas Américas.

A região se tornou um símbolo de resistência e união entre pessoas africanas e seus descendentes. Por isso, no século passado, o artista e cantor Heitor dos Prazeres batizou a área onde fica a Pedra do Sal de “Pequena África”.

Alguns dos primeiros terreiros de candomblé surgiram por ali e a área também ficou marcada pela presença de quituteiras, que deram origem aos espaços de culinária afro-brasileira que ainda existem na região.

O local foi tombado em 1984 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural e o Quilombo Pedra do Sul foi certificado como um quilombo urbano em 2005.

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Pedra do Sal fica próxima de ponto onde eram desembarcados africanos que seriam escravizados (Riotur/Divulgação)

Programação musical e tours

Na época em que o porto era utilizado para o descarregamento de sal, a Pedra do Sal era um ponto de encontro dos trabalhadores das embarcações e serviu de cenário para o surgimento e o fortalecimento do samba, ritmo e dança de influência africana.

No século 19, a cultura musical na Pedra do Sal foi marcada por grandes nomes, como João da Baiana, Pixinguinha e Donga. As casas de baianas da Pedra do Sal também serviram de berço para as futuras escolas de samba.

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Hoje, a roda de samba mais conhecida acontece às segundas-feiras, a partir das 19h. Outros grupos de sambistas embala o samba no local de sexta-feira a domingo, a partir das 18h. Para acompanhar a roda de samba, são montadas diversas barracas que vendem lanches e bebidas.

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A Pedra do Sal fica lotada à noite. De de dia, o movimento é mais tranquilo e o local recebe tours focados na história e na herança africana no Rio de Janeiro.

Uma possibilidade é começar o passeio pelo Morro da Conceição, que fica na parte alta – a praça do Jogo da Bola é um local de referência. Dali basta seguir por um caminho pavimentado passando por diversas casas que termina na Pedra do Sal.

Outro lugar famoso do pedaço é o bar Bafo da Prainha, que chegou a ser eleito um dos melhores do mundo em 2022.

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