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Lagoa da Pampulha: história e roteiro por marcos arquitetônicos

A capital mineira reúne ao redor de sua mais famosa lagoa obras de Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx, Candido Portinari e Alfredo Ceschiatti

Por Luana Pazutti
Atualizado em 15 jun 2024, 08h30 - Publicado em 14 jun 2024, 18h00

Localizada na região norte de Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha é um dos mais importantes pontos turísticos da capital mineira. Reconhecida como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco em 2016, a região permite a contemplação das obras de artistas e arquitetos brasileiros e sua orla é um convite para relaxar. Cercada por áreas verdes, trilhas e ciclovias, a lagoa abriga uma rica diversidade de fauna e flora. O seu entorno – com 18 quilômetros de extensão – é um passeio delicioso e recomendável que seja feito de carro ou de bicicleta, parando em diversos pontos.

A parceria original entre JK e Niemeyer

As primeiras obras para a construção da lagoa artificial se iniciaram em 1936, a partir do represamento do Ribeirão Pampulha. Na época, o objetivo do prefeito Otacílio Negrão de Lima era prevenir enchentes e ampliar o abastecimento de água na cidade. O governante também acreditava no potencial do local como centro de entretenimento, especialmente a partir da prática de esportes náuticos.

A conclusão do projeto, entretanto, ocorreu somente em 1943, durante a gestão de Juscelino Kubitschek. Com um conjunto idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o entorno do espelho d’água logo se tornou um espaço de recreação e vida noturna em Belo Horizonte. Essa parceria entre Kubitschek e Niemeyer também marcou o início de uma relação que culminaria, na década seguinte, com os projetos para erguer Brasília.

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O Conjunto Moderno da Pampulha

A Lagoa da Pampulha é berço para um dos mais importantes capítulos da história da arquitetura moderna. Além das edificações projetadas por Oscar Niemeyer, o complexo conta com o paisagismo de Roberto Burle Marx, painéis de Cândido Portinari e esculturas de Alfredo Ceschiatti.

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A “Igrejinha da Pampulha”, com seus traços característicos, é um primeiro vislumbre do estilo que consagraria Oscar Niemeyer (Camilla Vitoria Machado/Wikimedia Commons)

Marco na urbanização da capital, o conjunto foi idealizado para sediar o Cassino, o Iate Tênis Clube, o Museu Casa Kubitschek, a Igreja de São Francisco de Assis – também conhecida como “Igrejinha da Pampulha” – e a Casa do Baile (hoje Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design). Caracterizadas pelas suas formas nada convencionais, as construções colocaram Belo Horizonte no mapa da arquitetura mundial, atraindo moradores e turistas durante o ano todo.

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A partir da proibição dos jogos de azar, o Cassino foi fechado em 1946 e, anos depois, cedeu espaço para a instalação do Museu de Arte da Pampulha, que ainda opera no local e reúne um acervo de obras modernas e contemporâneas. Já o Iate Golfe Clube foi vendido em 1960, quando passou a se chamar Iate Tênis Clube.

Roteiro pela Pampulha (com mapa)

Devido à distância entre os pontos de interesse na Pampulha, todos ao longo da Avenida Otacílio Negrão de Lima Antes, o recomendável é percorrer a região de carro ou de bicicleta (a Bike Pampulha é uma das empresas por lá). Mas vale também dar uma caminhada e curtir a natureza ao redor. Comece pelo Museu Casa Kubitscheck no número 4188 da avenida, com o telhado em forma de asa de borboleta. No número 3000, encontram-se as formas inovadoras da Igreja de São Francisco de Assis, cartão-postal de Niemeyer com painéis de Portinari, e as indefectíveis abóbadas da nave central, metáforas das montanhas mineiras. Um detalhe curioso é que a entrada é de frente para a lagoa e de costas para a via principal. No número 751, fica a outrora Casa do Baile, criada para ser um restaurante com pista de dança e que atualmente abriga o Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e Design. Contornando a lagoa, o Museu de Arte da Pampulha está no número 16585. No local funcionava o antigo cassino, até a proibição, em 1946, dos jogos de azar no Brasil. Ao final da excursão, um bom restaurante pra estabelecer (ou renovar) os laços com a gastronomia do estado é o tradicional Xapuri, na Rua Mandacaru, 260.

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