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Roteiro de 2 dias em Pirenópolis e Goiás Velho

Veja dicas para aproveitar 48 horas entre cachoeiras, doces caseiros, boas compras e um patrimônio da humanidade

Por Eduardo Jun Marubayashi e Ludmilla Balduino
Atualizado em 30 jul 2021, 17h21 - Publicado em 10 fev 2012, 18h14
Rua no centro histórico de Pirenópolis, em Goiás, Brasil
Rua no charmoso centro histórico de Pirenópolis. Crédito: (André Amaral/Unsplash)
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No meio de tanta soja e música sertaneja, entre as beldades de Goiânia e os burocratas de Brasília, surge uma dupla goianiense que nos reserva muita história e cultura: Pirenópolis e Goiás Velho. Com boa comida, compras espertas e um patrimônio arrebatador, não há como não deixar de se encantar com essas duas pequenas joias de nosso interior.

Dia 1 Cachoeiras, igrejas e artesanato em Pirenópolis

Atrações é o que não faltam em Pirenópolis. Há um pouquinho de tudo para todos: os que querem uma cachoeira para se refrescar, os doidos por uma comprinha bacana, os glutões, os que gostam de arquitetura e cultura e os que querem adrenalina em turismo de aventura.

Para começar o dia feliz e evitar as multidões (hordas vindas de Goiânia e Brasília costumam lotar a cidade, principalmente aos fins de semana), escolha entre as cachoeiras do Paraíso, da Várzea do Lobo (que exige uma boa caminhada) e do Abade. Outra alternativa para estar perto da natureza é conhecer o Santuário de Vida Silvestre Vagafogo ou o Hotel Fazenda Tabapuã dos Pirineus, com passeios de jipe a cachoeiras, trilhas e escaladas. Com tanta movimentação na parte da manhã, todos merecemos um bom almoço.

Cachoeira do Paraíso, Pirenópolis, Goiás, Brasil
Cachoeira do Paraíso, em Pirenópolis (André Amaral/Unsplash)

De influências mineira (pela proximidade geográfica) e paulista (por conta das históricas bandeiras), a cozinha goiana também é uma confluência de ingredientes do cerrado e modos de preparo dos povos indígenas. Para começar, vamos com algo mais leve, como um surubim na telha. A gente compensa depois, no lanche. Por ora, experimente restaurantes como o Montserrat ou o agradável Pedreiras.

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À tarde, dedique seu tempo para conhecer uma ou outra igreja e fazer compras. Entre os templos que merecem consideração estão a Matriz de Nossa Senhora do Rosário e a de Nosso Senhor do Bonfim. Já as compras estendem-se em ruas como a do Bonfim e o Largo do Rosário, e oferecem joias, máscaras, bolsas, tapetes, sabonetes artesanais e peças de arte. Há muita coisa de desenho encantador, artesanato de primeira, feita por artistas locais e gente que se mudou para cá em busca de um ambiente charmoso.

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Igreja da Matriz em Pirenópolis, Goiás, Brasil
Fachada da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (R Spegel/Unsplash)

O bate pé vai ser tão grande que você precisará repor as calorias. Então experimente as pamonhas (salgadas e doces) da Pamonharia Souza – que também serve empadão goiano, ou perca-se entre os 80 sabores de sorvetes (a maioria são de frutos do cerrado) da Sorvetes Naturais. Melhor ainda, fique com os dois. Para o jantar, experimente as pizzas do Boca do Forno.

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Dia 2 — Casas históricas, doces exóticos e Cora Coralina em Goiás Velho

Faça um café da manhã caprichado e pegue a estrada rumo a Goiás Velho. Até lá são 140 quilômetros e pouco menos de duas horas de jornada pela BR-070. Antiga capital do estado, Goiás possui um ar bucólico e calmo e suas ruas silenciosas e casario colonial bem conservado nos convidam a fazer longas caminhadas. O calçamento de pedra e a arquitetura são testemunhas de outros tempos, iniciados com o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera.

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As minas de ouro dos índios goiás trouxeram efêmera importância política e econômica à pequena vila, mas pouco a pouco a riqueza se esvaiu e a possibilidade de criação de uma nova capital passou a ser aventada. A fundação de Goiânia, em 1933, foi a pá de cal nesse processo. Ao ostracismo e a decadência forçados somaram-se enxurradas violentas do rio Vermelho, que corta a cidade, em 2002. Foi exigido um esforço homérico na recuperação de documentos e objetos históricos, e na própria estrutura da cidade.

Rua no centro histórico de Goiás Velho, Goiás, Brasil
O calçamento de pedra e as casas históricas em Goiás Velho (ou Belo) (Vinicius Martins/Pixabay)

Um pouco antes disso tudo a cidade foi listada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, um reconhecimento dado a outras cidades históricas brasileiras como Diamantina, Ouro Preto e Salvador. Some-se a isso o curioso fato de Goiás Velho retomar o status de sede administrativa dos goianos por quatro dias – anualmente entre 24 e 27 de julho -, e a cidade sediar o Festival Internacional de Cinema Ambiental – um evento que ocorre em junho e atrai amantes do cinema e do meio ambiente do mundo inteiro.

Hoje, Goiás Velho (que os locais costumam chamar, carinhosamente, de “Goiás Belo”) está no circuito de turistas que passam pelo Planalto Central. Ponto essencial nesses roteiros é a Casa de Cora Coralina, a poetisa da terra. Os humildes aposentos exalam personalidade e expõem objetos relacionados à sua vida e obra: sua máquina de escrever, livros, condecorações e fotos.

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Museu Casa de Cora Coralina, Goiás Velho, Goiás, Brasil
Fachada do Museu Casa de Cora Coralina (Museu Casa de Cora Coralina/Divulgação)

Na hora do almoço, procure por um restaurante que sirva pratos como o empadão goiano (com seu substancioso recheio que mistura linguiça, palmito, frango, queijo e um tipo de palmito amargo, a guariroba) e arroz de suã (a espinha do porco, incluindo o rabo). Uma sugestão é o Flor do Ipê.

Com o tempo seco e quente, caminhe sem pressa pelas ruas do Centro. Aqui não há ateliês de artesanatos tão interessantes como os de Pirenópolis, mas as doceiras fazem a fama de Goiás (Cora Coralina era uma delas). De seus tachos e fogões a lenha saem delícias como o pastelinho (massa assada com recheio de doce de leite), os alfenins (miniesculturas ricamente elaboradas com açúcar refinado), compotas e licores. Entre os endereços mais conhecidos estão os de Dona Augusta (R. Eugênio Jardim, 23), Dona Zilda (R. Bartolomeu Bueno, 3), Dona Doris (R. d’Abadia, 17) e Dona Divina (Travessa do Carmo, 2). Cada uma tem um doce caseiro de sua especialidade e todas merecem uma visitinha.

Não deixe de dar uma passada nas igrejas de Nossa Senhora da Boa Morte e São Francisco de Paula. Esta última com um forro pintado no século 19 por André Antônio da Conceição. Outras atrações pelo caminho são o Palácio Conde d’Arcos, antiga sede do Governo do Estado, e o Museu das Bandeiras, que conserva as selas dos prisioneiros na época da colônia (no prédio funcionava a prisão da cidade).

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Antes de ir embora, visite outros restaurantes para ir à caça de um arroz-de-puta-rica (com carnes defumadas) e um leitão a pururuca. Para terminar, o típico digestivo goiano: licor de pequi.

QUANDO IR

Esse é um roteiro muito corrido, então vale a pena programar a visita para a segunda-feira na época da Cavalhada, nas celebrações da Festa do Divino Espírito Santo (40 dias depois da Páscoa). Já em Goiás o grande evento do ano é a Procissão do Fogaréu, na Semana Santa, um costume que data de 1745.

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