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Los Roques, o que fazer (ou não fazer)

Por Ana Claudia Crispim
Atualizado em 27 fev 2017, 15h29 - Publicado em 2 fev 2015, 12h25

Agora que você já tem ideia de como organizar a tua viagem pra Los Roques e sabe quanto custa, vai uma listinha de dicas de passeios pra aproveitar melhor a viagem.

 

Não subestimar os passeios inclusos nos pacotes das pousadas
No mínimo os passeios para as ilhas Madrisquí e Francisquí estão inclusos nos pacotes das pousadas. Não vai achando que são menos legais por serem mais perto, por estarem inclusos, blá, blá, blá. Garanto que se estes forem teus únicos passeios no arquipélago já valem a viagem. As  duas ilhas atendem ao quesito praia perfeita, azulzinha e transparente. Aproveite e não fique só esticado na areia esperando a pele torrar. Ande, vá para os cantinhos procurar piscinas naturais e bancos de corais pra praticar snorkeling.

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Estrelas do mar em Madriskí [foto: Ana Claudia Crispim]

E por falar em snorkeling…
Qualquer mergulho de snorkel resolve tudo por lá, é muita vida marinha pertinho da praia, no raso. Eu mergulhei em formações circulares de sardinhas numa piscina natural em Crasquí, fiquei cercada de mini águas-vivas cor de rosa (que não queimavam) numa piscina em Francisquí, vi cardumes inteiros de peixes papagaio e outros que nunca saberei o nome em Boca del Medio, e vi muita (mas, muita!) estrela do mar em Madrisquí e Laguna Rabusquí.

 

Fazer mergulho autônomo se tiver um pouco de prática
O mergulho em Los Roques ainda não é super popular no meio dos mergulhadores, a atividade ee pequena. Mas os caras são bastante responsáveis na hora de te levar pra um mergulho. Indico o mergulho em Boca de Cote, na beirinha do atol com o mar aberto. São abismos de corais impressionantes de até 35 metros água abaixo onde é possível avistar moréias, lagostas, garoupas, bodiões, barracudas e uma grande variedade de corais coloridos. No caminho pro ponto de mergulho eles costumam conciliar paradinhas em lugares como:
• Palafito: um vila em pleno mar, num banco de areia raso. Pescadores ficam lá na época das lagostas.
• Crasquí: lugarzinho perfeito pra terminar o dia relaxando. Quando enjoar procure as piscinas no canto esquerdo de que vê o mar. Dica de ouro.

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Imensidão azul em Boca de Cote [foto: Ana Claudia Crispim]
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Paradinha entre um mergulho e outro em Boca de Cote [foto: Ana Claudia Crispim]

 

Cayo de Agua
Passeio bem distante de Gran Roque. Uma lindeza só, paraíso do kitesurfistas. Um trecho da ilha é apenas um pedacinho de areia cercado por mar dos dois lados, muito charmoso. Cuidado, as correntes mudam e o mar aparentemente calmo pode ficar muito traiçoeiro. Melhor não abusar, quase deixei esta minha preciosa vida por lá. Se o mar estiver bom o passeio acaba pingando em paradinhas muito legais, ilhotas, praias rasinhas…

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Cayo de Agua, um tequinho de areia [foto: Ana Claudia Crispim]

Boca de Sebastopol
Quando fui pra Sebastopol o barqueiro nos levou até um trecho de água azul escura e nos mandou pular e deixar o corpo ir que ele estaria nos esperando no fim do passeio, seja lá onde fosse isso. O mar estava batendo, deu um medinho, mas obedecemos. No instante em que colocamos o snorkel na água juro que vi marmanjo chorar. Não precisa fazer força, é mergulho de correnteza, aproveite o passeio relax, o fundo é uma floresta de corais cérebro, a água é azul escura mas muito transparente. Difícil dizer a profundidade deste trecho tamanha a transparência da água, eu chutaria uns 10 metros mas vai ficando mais raso até o final do trajeto e o barco estava lá esperando a gente, ufa. O passeio para Sebastopol também vale também pelo caminho, os barqueiros variam um pouco o trajeto, converse com ele antes e peça pra ele passar por estes que considero um dos meus melhores momentos de mar da vida, junto com a aventura de Sebastopol.
• Laguna Rabusquí: um piscinão de água quase branca, do lado de um mangue (sim, de um mangue) forrado de estrelas do mar. Momento Polinésia. Sem mais comentários.
• Boca del Medio: navio naufragado que fica na junção da água clarinha do atol com o mar azul escuro mais profundo. Não é pra entrar no navio, nem correr riscos, é pra aproveitar a vida marinha que tem no entorno.  Se a maré estiver baixa, e o mar calmo, dá pra chegar bem pertinho e fazer um lindo mergulho sobre corais rasos, piscinas mais fundas, tudo transparente, cheio de peixes escondidinhos.
• Cayo Fabian: Mais uma ilha fofa, de águas rasas por muitos e muitos metros.

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Final do passeio em Sebastopol [foto: WaldirPC]
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Boca del Medio [foto: Ana Claudia Crispim]
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Cayo Fabian [foto: WaldirPC]

 

Noronskí
Pra quem curte um mergulho com, com, com…. Tartarugas! Soltas, felizes, em plena natureza. É muito amor.

 

Ilha mini, só pra dois.
Um dia, peça pra um barqueiro te pegar cedo e te levar na ilhota pra dois, quem chegar primeiro é dono dela. Romântico até.

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O clássico pôr-do-sol do píer [foto: Ana Claudia Crispim]

Pôr-de-sol em Gran Roque
Tem o clássico pôr-do-sol do farol, para adeptos de boas pernadas. Check.
Tem a opção de ficar na praia da cidade ouvindo Bebel Gilberto nos pufes chiques do Aquarena Café. Check.
E tem a minha versão de pôr-do-sol preferida, num boteco sem nome perto do segundo píer, no sentido contrário ao aeroporto. Ali as vozes das crianças se misturam ao som do chacoalhar do mar e à barulheira dos pelicanos. Soma-se isso a melhor piña colada do mundo ou melhor mojito no universo, pelo menos assim me pareceu naquele clima idílico de romance sul americano.

 

Fotografar pássaros
O hit de Los Roques são as guana guanameras (um tipo de gaivota) e os alcatrazes. Ficar nos píeres fotografando os pássaros dando cabeçada na água e brigando por peixes é um programa tão Los Roques, tão relaxante…
Ah! As Guana Guanamera estão em todas as praias e aparecem na hora da comida atacando tudo, mesmo com aquele marzão cheio de peixes. Mas não é pra ficar alimentando os bichos com Doritos, né? Se informe como brincar com elas sem acabar com o equilíbrio do ecosistema.

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O idílico píer [foto: Ana Claudia Crispim]

 

Comer lagosta
Tem churrasco, sanduíche, ceviche, tudo de lagosta, desde quem seja a época. Os caras são rigorosos com este lance da época. Então, por favor, seja responsável e não aceite comer o bicho se não for a época certa (novembro a abril) senão um dia a fartura vai acabar e ninguém mais vai ter lagosta pra comer. Sem contar que você comer fora de época vai ter que comer escondido, meio clandestino, tipo drogas ilícitas. Triste.

 

Fazer uma sacolinha antes de baixar por lá
Gran Roque, a única ilha habitada e que tem comércio, pode ficar desabastecida de frutas, verduras, as pousadas tem esquemas pra não falta isso. Agora, as guloseimas, o sorvete… Sim, sorvete, na minha vez a Kibon de lá, a Tio Rico, não entregou. Se você gosta de beliscar, sugiro dar aquela passadinha no free shop ou nas lojas do aeroporto de Caracas e se abastecer de chocolatinhos, bolachas, coisas pra beliscar. Eu passei a semana comendo um chocolate sem graça, uma versão mal acabada de Bis murcho.

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Deixar a neura em casa
A Venezuela não anda lá com uma boa fama de segurança. Los Roques é um caso à parte, é um universo paralelo mezzo vila de Gabriel Garcia Marques mezzo vila europeia. Na volta dos passeios aproveite as ruas de areia, converse com as pessoas, sente nos banquinhos, descubra uma balada local e vá lá prestigiar.  E tente não pirar e achar que dá pra conhecer o maior número de ilhas possível, é frustração certa, nem em um ano seria possível. Fazer nada por lá também é um ótimo programa.

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Nada a fazer [foto: Waldir PC]
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Nada a fazer 2 [foto: Waldir PC]
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Nada a fazer senão beber [foto: Ana Claudia Crispim]

 

Acho que agora você já tem informações pra pirar na sua trip. Boa viagem!

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Para ver mais fotos de viagens, siga-me no Instagram: @anaclaudiacrispim

 

 

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