Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Aquele Lugar Que Não Existe, em Lisboa: existe, sim!

Marvila, o bairro mais cool da capital portuguesa, não para de inventar moda. Agora é um lugar que (não) existe e serve pizza e comida indiana

Por Rachel Verano
Atualizado em 6 mar 2020, 14h31 - Publicado em 27 out 2017, 16h24
Aquele Lugar Que Não Existe: afinal, existe
A localização exata d’Aquele Lugar Que Não Existe: afinal, existe (Google Maps/Reprodução)

O bairro de Marvila, em Lisboa, está todo cheio de graça. Como eu contei neste post aqui, ele se tornou o reduto hipster da cidade, a bola da vez, you name it.  Mas o fato é que tem SEMPRE novidades incríveis bombando por lá. E mesmo o que já era legal antes, mas ficava até então “no fim do mundo” (como a Fábrica Braço de Prata, onde assistimos o belo concerto Contraponto, do brasileiro João Ventura), agora está mais legal ainda.

Pois bem. Marvila é tão genial que fica lá até mesmo um lugar que não existe. Não um lugar qualquer. Mais precisamente Aquele Lugar Que Não Existe. Porque ele existe sim. E é sensacional.

Aquele Lugar Que Não Existe é um mix de restaurante e bar instalado num galpão de ares industriais incrível. Sabe quando você vê uma coisa e pensa “eu podia ter feito isso, porque não pensei nisso antes?”? Pois é. Os móveis são todos descombinados, tem uma mesa de snooker no meio do salão, malas penduradas no teto, plantas e um astral totalmente desencanado (alguém falou em… hipster? ).

O menu é uma combinação improvável de sabores italianos e indianos. O lado italiano é representado pelas pizzas. O lado indiano, por um cardápio completo de entradas e pratos classificados de acordo com o grau de pimenta e sabor adocicado.

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Logo que você chega um garçom que existe (ou não?) se senta junto com você para explicar o conceito da casa e recomenda misturar geral. Começar com uma entrada indiana, passar para a pizza e, se ainda tiver fome, pedir um prato indiano. Aceitamos o desafio.

Começamos com um saag paneer, que é dos meus pratos indianos favoritos: quadradinhos de um queijo fresco levíssimo em molho cremoso de espinafres, escoltado por um naam de alho (aquele pãozinho típico) com três molhos. Estava mais salgado do que deveria, mas o naam cumpriu bem seu papel.

Na sequência, nossa pizza saiu borbulhante do forno a lenha, com massa fininha e crocante. Metade era do sabor “Tailandesa de Sintra”.  A outra metade, “Italiana da Lourinhã”. Tô dizendo que Marvila tá cheia de graça…  Aos fatos: meia de três tipos de cogumelos salteados em vinho branco e leite de coco, com camarõezinhos em azeite de alho, coentros, queijo chévre e gotas de limão; e meia de rúcula selvagem, carpaccio de pera, presunto cru e azeite de trufas brancas. As duas estavam bem gostosas.

Ficamos tentados a nos aventurar nos pratos indianos de raiz, mas já estávamos ultra satisfeitos. Ficamos devendo uma volta para provar o Korma de camarão, com molho cremoso de coco e amêndoas tostadas; e o Madras de frango, com coco, pó de malagueta, suco de limão e gengibre fresco. Isso, claro, se Aquele Lugar Que Não Existe continuar a não existir…

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Comemos tudo com um bom vinho português, mas a carta de drinques parece ótima – tem várias opções com gelos de sabores variados, fiquei curiosa.

E por que este post tão apetitoso não tem uma fotografia sequer? Simples. Para não fazer existir Aquele Lugar Que Não Existe, é proibido tirar fotos.

Aos fatos: Aquele Lugar Que Não Existe existe na Rua do Açúcar, 89, ao lado de outra novidade linda de Marvila, a cervejaria artesanal Musa. As pizzas custam € 15 (200g, para dividir) ou € 11,50 (100g, individual); as entradas, tipo € 5; os pratos, menos de € 10. Durante a semana o almoço é bufê de pizza e pratos indianos (€ 12,50 por pessoa); no final de semana, ele ganha o nome de brunch e uma inflação que sobe o preço para € 16,50.

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