Sicília: o que fazer em um dia em Siracusa
Cercada por um mar que mistura tons de verde e de azul, a cidade é um ponto de encontro entre natureza, arte, história e mitologia
A todo momento, as histórias reais do passado de Siracusa se misturam com lendas e mitos. Mais de quinhentos anos antes de ser conquistada pelos romanos, ela já era uma das mais importantes pólis gregas. Ali foi construído um dos maiores teatros gregos da Antiguidade que, com suas arquibancadas escavadas na rocha, hoje faz parte do Parco Archeologico della Neapolis.
Logo abaixo dele, há uma caverna conhecida como Orecchio di Dionisio, ou seja, orelha de Dionísio. Reza a lenda que essa formação, que de fato tem um formato semelhante à uma orelha, costumava ser usada como prisão pelo deus do vinho. Graças à acústica do espaço, do lado de fora Dionísio conseguia ouvir o que os seus prisioneiros estavam sussurrando.
Outra importante ruína grega na cidade é o Tempio di Apollo, que praticamente conta a história da ocupação de Siracusa. O templo foi transformado em igreja bizantina, mesquita, igreja normana, quartel espanhol e depois novamente em igreja. Mas o que mais se sobressai é que ele é a primeira atração da Ilha de Ortigia.
Ligada ao restante da cidade por uma ponte, Ortigia é o verdadeiro coração de Siracusa. Ali, não há nada mais gostoso do que caminhar indefinidamente no calçadão à beira do mar, que é todo pontilhado por veleiros e iates. Mas, se quiser uma sugestão de roteiro, lá vai: siga direto para a Piazza Duomo, toda cercada por construções barrocas.
Como o nome já indica, ali fica o duomo de Siracusa, um dos mais bonitos que eu já vi na Itália. Construído sobre as ruínas de um antigo templo dedicado à deusa Atena, ele combina uma fachada barroca com colunas dóricas, que foram mantidas da estrutura original.
E, se um dia Atena era a grande homenageada em Siracusa, hoje quem leva o posto é Santa Lucia, que nasceu e foi martirizada na cidade. Ainda na Piazza Duomo, entre na Chiesa di Santa Lucia alla Abadia: ali fica guardado um quadro de Caravaggio que retrata o momento da morte da santa.
Mas a história mais famosa da cidade é certamente o mito de Aretusa. Reza a lenda que, um belo dia, o deus do rio Alfeu flagrou a ninfa Aretusa banhando-se em uma de suas águas. Quando percebeu que estava sendo observada, Aretusa fugiu assustada e suplicou à deusa Diana que a salvasse. A deusa então a transformou em uma fonte. Alfeu, insatisfeito, transformou-se também em água para se unir eternamente à amada.
O resultado seria a Fonte Aretusa, espelho d’água vizinho ao mar que é um dos monumentos mais bonitos de Siracusa. Uma curiosidade é que dentro dele cresce naturalmente a planta que era utilizada pelos egípcios para fabricação do papiro.
Se o mito te encantou, dê uma olhada também na Piazza Archimede. Em seu centro fica a Fontana di Diana, cujas esculturas ilustram Diana entre Aretusa e Alfeu.
Por fim, caminhe até o Castello di Maniace, fortificação que fica bem na ponta de Ortigia. Todo o castelo é cercado por praias com águas azuis e esverdeadas.
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