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Em Paraisópolis. Um tour. Sim, SP não é o túmulo da favela turística

Por Bruno Favoretto
Atualizado em 27 fev 2017, 15h25 - Publicado em 19 ago 2015, 19h55

Ragazzi, o gancho não tem nada a ver com novela, que, aliás, não causou nenhuma melhora em Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, atrás da minha vizinha, Heliópolis.

A PM continua sendo carinhosa, como de costume.

É que estive lá pra conhecer o Pró-Saber-SP, ONG educativa na comunidade na qual minha amiga Fernanda dá aula.

De manhã, uma escolinha rola pra quem tem até 5 ou 6 anos; à tarde, o que pega são as oficinas e as atividades culturais. O foco na música é bem legal, como me mostrou o Gabriel, que é aluno pela manhã e que ajuda a tocar o barco à tarde como estagiário.

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A mãe dele, inclusive, também trabalhava lá.

Oportunidade mais que valiosa estar, ainda que por uma tarde, com garotos como o Antônio, fã de Raul Seixas e Jimi Hendrix.

Enfim, SP não é o túmulo do samba, bem como não é o túmulo do turismo na favela. Para provar e comprovar, peço licença à nossa Laura Capanema para recuperar o texto de seu tour publicado na VT.

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PARAÍSO DAS ARTES

Um passeio na favela onde vive o Gaudí Tupiniquim

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São Paulo não é de chamar o público para visitar suas favelas, ao contrário do Rio, que aproxima o morro do asfalto com albergues, feijoadas e passeios.

Na capital paulista, parece haver uma linha imaginária que separa as comunidades da vida urbana. Reverencio os Racionais: o mundo é diferente da ponte pra cá.

Por isso é que a União dos Moradores de Paraisópolis (UMCP) bolou o tour Paraisópolis das Artes (11/3892-5253), que leva grupos de até dez pessoas para conhecer as nuances da segunda maior favela paulistana, com 100 mil habitantes.

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O passeio parte da sede da UMCP (Rua Ernest Renan, 1366), perto da Giovanni Gronchi. Como não há estacionamento, deve-se ir de ônibus (linha 7040-21/Pinheiros-Paraisópolis).

Após um papo com Gilson, presidente da União, que nos relatou projetos como o balé (meu olho aguou ao mirar as pequenas dançando a trilha clássica da Disney), seguimos para a oficina do Berbela, que cria obras de arte com peças automotivas e recicladas.

Impressionou ver mesas feitas com roldanas e pedaços de metal. A jornalista Ana Paula Padrão quis uma onça, mas Berbela prefere vender os objetos menores, como uma bicicleta de mesa (R$ 150).

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A segunda parada é na casa do Gaudí, ops, do Estevão. Lembra o trabalho do mestre catalão: sua estrutura é composta de objetos das mais variadas naturezas, como caixinhas, relógios, máquinas de escrever e até capas de celular. Ele me contou ser jardineiro (o que explica o belo jardim suspenso que elaborou no topo da casa) de um condomínio em Pinheiros.

O tour também passa pela casa do Antenor, alicerçada com 250 mil garrafas PET, e termina no Grotão, área do primeiro edifício popular sustentável do Brasil.

Três horas e 3 quilômetros depois, foi difícil encarar as mansões do Morumbi.

Em um passeio desses, conhecemos uma comunidade por meio do que ela tem de mais valioso: seus moradores. Eu já havia visitado favelas cariocas, mas faltou na ocasião uma alma local para me introduzir com mais calor por aqueles mundos. Mundos tão diferentes do nosso.

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