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Pelourinho: passeios fundamentais para se fazer em um dia

Um passeio de oito horas pelo que há de imperdível da parte mais histórica e colorida de Salvador

Por Fernando Leite
Atualizado em 4 out 2019, 18h39 - Publicado em 29 dez 2017, 21h35

Quando meus amigos programam uma viagem a Salvador e perguntam sobre o Pelourinho, sempre afirmo que, para explorar bem a região mais histórica da cidade, são precisos, no mínimo, dois dias. Pois bem, ninguém jamais seguiu minhas recomendações: é um dia e olhe lá.

Pensando nisso, resolvi montar esse post com o essencial do Pelourinho, com as atrações, restaurantes e comidinhas imperdíveis por lá. Um programa para ser feito entre 9h e 17h, porém, pela logística da cidade, quem estiver hospedado longe, dificilmente chega no Pelô às nove da matina. Dicas básicas para visitar a região: nada de adereços nos pulsos e garganta e muito cuidado com bolsas, carteiras e equipamentos eletrônicos.

Catedral Basílica de Salvador (BA), no Pelourinho
Vista do centro histórico da capital baiana, com a Catedral Basílica de Salvador ao fundo (Divulgação/Tatiana Azeviche/Turismo Bahia)

Com fácil acesso, o Largo do Terreiro de Jesus servirá como ponto de partida e chegada do passeio, repleto de casarões coloridos. Lá estão três igrejas (Catedral Basílica, São Pedro dos Clérigos e Ordem Terceira de São Domingos de Gusmão) e alguns bares. Olhando à direita, você verá a uns 200 m, um cruzeiro esculpido e uma igreja com uma fachada até meio tímida. Pois não se engane, ali está uma das joias do barroco brasileiro e a mais importante atração do Pelourinho.

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Então, antes que algum imprevisto aconteça, comece seu dia pela Igreja e Convento de São Francisco. A quantidade de ouro na nave principal deixa qualquer mortal de queixo caído, não há um só lugar ali em que não reluza o dourado. E o detalhamento das imagens só reforçam o encantamento.

No claustro, 55 mil azulejos portugueses (alguns em péssimo estado) contam a história de São Francisco de Assis, cenas pagãs e epígrafes do poeta romano Horácio. A visita não é guiada, mas na entrada proliferam guias independentes – eu sou contra esse tipo de serviço, mas se optar por eles, negocie direitinho o preço antes de entrar na igreja.

Interior da Igreja e Convento de São Francisco, Salvador, Bahia
A riqueza de detalhes e a quantidade de ouro da Igreja e Convento de São Francisco impressionam qualquer visitante do centro histórico de Salvador na Bahia (João Ramos/ Bahiatursa)

O calor inclemente do final da manhã convida a um sorvetinho. Em frente a Igreja de São Francisco, a Le Glacier Laporte tem sabores convencionais, mas é famosa pelas suas misturas, como mel e gengibre ou coco e cachaça.

De volta ao Terreiro de Jesus (não, ainda não é hora de ir embora), a Catedral Basílica é a igreja número dois do Pelô. Revestida em pedra de lioz, tem teto altíssimo em relevo e colunas renascentistas.

Nessa altura do relato, você deve estar se perguntando: “Ué, mas me falaram que no Pelourinho só tem ladeira. Até agora nada?”

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Chegou a hora do sobe e desce. Basicamente, o Pelourinho tem três ruas paralelas principais que, além de ter dois nomes (Portas do Carmo/Alfredo de Brito, Maciel de Cima/João de Deus e Maciel de Baixo/Gregório de Matos), são autênticas ladeiras. Três pequenas ruas as cortam. A grosso modo, na primeira se concentram lojas de artesanato popular e nas outras duas, museus e restaurantes.

A fome bateu e aqui vão, algumas opções: se você quiser comer um repleto self-service de comida baiana, desça uma das três ruas até chegar ao restaurante do Senac; se apenas uma caprichada moqueca te satisfaça, se mande para o Axego, na Rua João de Deus; agora se você quer um cardápio em que possa optar entre a comida brasileira e a internacional, fique com o Cuco Bistrô, ao lado do Terreiro de Jesus.

Cuco Bistrô: cardápio mescla receitas brasileiras com mediterrâneas (Divulgação/Divulgação)

Para melhor digestão, deixemos o período vespertino para museus, lojas e ateliês. Na Rua Maciel de Cima, o Solar do Ferrão/Museu Abelardo Rodrigues é o mais emblemático do Pelourinho apresentando quatro coleções: artes sacra, popular e africana, além de uma seção de instrumentos musicais.

Ao lado do Solar do Ferrão, fica o ateliê de Enock Silva, um dos pintores e escultores mais representativos de Salvador – suas obras abusam da estética figurativa. Na paralela Rua Maciel de Cima, Menelaw Sete expõe suas telas multicoloridas em um ateliê abarrotado de obras.

Solar Ferrão, Salvador, Bahia
Solar Ferrão: pelos corredores e salas deste casarão você conhece quatro coleções (Wikipedia Commons)

Sabe aquela camiseta do Olodum tão vista pelo mundo afora? Que tal comprar uma original e ajudar a famosa companhia? Basta seguir para a Rua das Laranjeiras, onde um grupo mantém uma escola/loja.

De volta ao Terreiro de Jesus, a pedida é terminar a jornada de uma forma etílica, provando uma das cachaças aromatizadas do sempre lotado bar O Cravinho. Se vier acompanhada de uma porção de moela, a combinação fica perfeita.

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