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Ilha Grande: os 10 passeios fundamentais

Praias em meio à mata, lagoas com águas brilhantes e muita caminhada: selecionamos os melhores programas da Ilha Grande

Por Fernando Leite
Atualizado em 26 jul 2019, 16h46 - Publicado em 20 abr 2018, 17h56

Uma das joias do litoral sul fluminense, até o final do século passado, Ilha Grande recebia apenas prisioneiros e alguns aventureiros. Com a desativação do Presídio Cândido Mendes, em 1994, não tardou em virar um meca do ecoturismo brasileiro. Uma profusão de praias ligadas por um eficiente sistemas de trilhas em meio à mata (ou por barcos) garantem a felicidade dos visitantes.

Adendo importante: as praias do Sul e do Leste entrariam fácil nessa lista (para esse escriba são as mais belas da ilha), mas por estarem em área permitida apenas para pesquisadores, deixei-as de fora.

1 – Lagoa Azul

Lagoa Azul em Ilha Grande Rio de Janeiro
Mergulhar na Lagoa Azul é um dos passeios obrigatórios da Ilha Grande (Ana Claudia Crispim/Viagem e Turismo)

Quando o barco diminui o ronco do motor e você vê, depois de uma península, o mar incrivelmente azulado, um palavrão ou uma interjeição sai instintivamente da sua boca. A Lagoa Azul chegou!

O nome deriva, claro, do sucesso cinematográfico que consagrou Brookie Shields e a Sessão da Tarde. Localizada entre as ilhas Macacos, Comprida e Redonda, na Freguesia de Santana, a lagoa na verdade é uma piscina natural cheia de cardumes de peixes. Pegue o snorkel e a nadadeira e divirta-se.

O único inconveniente é o elevado número de embarcações que aportam por lá, trazendo muita gente e o risco de algum acidente. Se dá bem quem se hospeda na Freguesia de Santana e pode mergulhar antes ou depois da multidão.

2 – Lagoa Verde

Com essa cor de água, o local não poderia ter outro nome, senão Lagoa Verde (Glauco Umbelino/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Pode até não ser tão cultuada como a Lagoa Azul, mas em matéria de beleza faz páreo. Essa piscina natural em U com água verdinha devido aos corais fica bem próxima da Praia Grande de Araçatiba. A água rasinha favorece a observação de peixinhos, por isso o snorkel é material imprescindível para se dar melhor por lá. Ao lado, a Ilha da Longa é ligada à praia por pedras e cascalhos durante a maré baixa.

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Embarcações que vêm da Vila do Abraão costumam ficar entre 30 minutos e uma hora no local.

3 – Praia Lopes Mendes

Praia de Lopes Mendes, na Ilha Grande
Praia de Lopes Mendes: considerada a mais bonita da Ilha Grande (Andrea DAmato)

Presença constante em lista das melhores praias brasileiras, na minha humilde opinião há um certo exagero, mas é uma belíssima praia, sem dúvida.

Os ingredientes para seu sucesso estão nos 3 km de extensão com faixa de areia branca e finíssima, o mar pouco profundo – mas violento em algumas partes – com coloração em tons azul-esverdeados e a Ilha de Jorge Grego à frente compondo a paisagem.

Como a praia é muito visitada, vale a pena caminhar para seu canto esquerdo, menos movimentado e com ondas mais amistosas.

Barcos são proibidos de atracar por lá, mas isso não é problema. Em três horários diários, barcos deixam a Vila do Abrãao e, 45 minutos depois aportam na Praia dos Mangues. Daí são mais 20 minutos de caminhada sossegada. Outra opção é vir caminhando da Vila do Abraão por uma agradável trilha na crista das montanhas – leva umas 2h30 para chegar em Lopes Mendes. Minha sugestão: vá caminhando e retorne de barco.

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4 – Praia Dois Rios

Antigo cenário de um famoso presídio, a Praia de Dois Rios, na Ilha Grande, é boa para caminhadas (Marianna Goret Rosa/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Plasticamente pode não emocionar tanto, mas o conjunto da obra possibilita sua presença no top 10. Separada por dois rios (daí o nome), tem um quilômetro de extensão em areia batida e mar de ondas moderadas – vira e mexe você vê alguém surfando por lá.

A importância do local está atrelada à presença do famoso Presídio Cândido Mendes que abrigou os escritores Graciliano Ramos e Orígenes Lessa, além de ter feito surgir a facção Comando Vermelho.

A explosão do turismo em Ilha Grande se deu após o fechamento do presídio em 1994, hoje em ruínas e com o pequeno Museu do Cárcere.

Entre a Vila do Abraão e Dois Rios está a única estrada da ilha, com 8,3 km de extensão, percorrida em 2 horas e meia, mais ou menos. A primeira metade subindo, depois descendo. Simples assim. Leve água, mas há algumas fontes pelo caminho, porém usadas por outros animais.

5 – Praia Cachadaço

Pode não parecer, mas a Praia do Cachadaço está aí (Rafael Rabello de Barros/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Fenômeno raro da natureza, trata-se de uma praia oceânica com águas calminhas. Ninguém em mar aberto consegue vê-la, o que nos leva a deduzir que seja uma praia pequena. Para ser exato, 50 metros. Esse “esconderijo” já foi área de desembarque de escravos pós-abolição da escravatura e ponto de observação de piratas.

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Chamá-la de deserta pode soar exagerado, especialmente no verão quando notamos mochilas do pessoal no fim da trilha de acesso. Mas se banhar no mar tranquilo em meio a mata é reconfortante.

Para chegar lá só de lancha no passeio de volta a ilha ou por uma agradável trilha fechada que sai do fim da estrada entre Abraão e Dois Rios – esse trecho final leva 45 minutos para ser percorrido.

6 – Praia do Aventureiro

O famoso coqueiro da Praia do Aventureiro. Ao fundo, as lindas praias do Sul e do Leste (Leandro Gomes Moreira/ Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Uma vez que o acesso às estonteantes praias do Sul e do Leste é restrita aos pesquisadores, fiquemos com a vizinha Praia do Aventureiro, um pouquinho menos bela, podemos dizer.

Por ficar em área de proteção ambiental, não há pousadas ou comércio, apenas casas de pescadores que alugam seus quartos e campings.

Um coqueiro deitado é a marca registrada da praia de 500 m, com águas transparentes e ondas violentas.

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Alcançá-la exige, com o perdão do trocadilho, um espírito aventureiro. Quem vem em uma longa viagem de barco, encontra o mar agitado. Por via terrestre, encara-se uma trilha pesada de 4,5 km a partir da Vila de Provetá.

7 – Praia Saco do Céu

Com acesso por trilha da Vila do Abraão, a Praia Saco do Céu é cercada de mangues e palmeiras
Com acesso por trilha da Vila do Abraão, a Praia Saco do Céu é cercada de mangues e palmeiras (Ricardo Freire)

Inserida dentro da Enseada das Estrelas, junto com as praias Feiticeira, Iguaçu, Camiramga, Fazenda e de Fora, é um local mais para contemplação do que mergulho. Devido à mansidão de suas verdes águas e muita mata ao redor, é muito procurada por iates e lanchas para os ricaços passarem o dia nos restaurantes dos arredores. Justamente devido a esse acúmulo de embarcações faz com que o banho fique em segundo plano.

É nas noites abertas que ela mostra todo seu encantamento, quando as estrelas refletem na água. Por sorte há algumas pousadas e casas de pescadores para você dormir por lá.

A partir da Vila do Abraão, o acesso de barco leva uma hora. Por trilha semipesada passando pelas outras praias da Enseada das Estrelas, demora-se três horas.

8 – Cachoeira da Feiticeira

Cachoeira da Feiticeira, na Ilha Grande: ótimo programa extra-praia (Marianna Goret Rosa/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Pausa para a praia, mas não para águas. A Ilha Grande tem algumas quedas d’água em seu interior e a Cachoeira da Feiticeira é a mais famosa e “acessível”. Essas aspas estão aí porque a trilha que vai a ela, apresenta alguns trechos íngremes e escorregadios. São 1h30 de caminhada a partir do Abraão, via Aqueduto, em caminho relativamente bem sinalizado. Outra opção é alugar um táxi-boat que te deixará na Praia da Feiticeira, economizando 30 minutos de percurso.

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A queda nem é tão alta (15 m), mas o banho é recompensador na gostosa piscina natural. Em cima da cachoeira, há um divertido escorregador natural nas pedras.

9 – Pico do Papagaio

Pico do Papagaio: Chegar lá em cima dá uma canseeeiirra (José Carlos B Fialho/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Desde a travessia de Angra dos Reis e Mangaratiba, o Pico do Papagaio mostra sua cara (ou bico), como uma espécie de vigia da Ilha Grande. Com 982 m de altura, tendemos a achar que é o maior da ilha, mas o escondido e inacessível Pico da Pedra d’Água tem 1085 m.

Quem se atrever a subir o Papagaio e admirar a sensacional vista 360º que abrange toda a ilha, mais a Baía de Angra dos Reis e a Restinga de Marambaia, deve ter ciência que sofrerá um bocado e deve contratar um guia da Vila do Abraão – além de bifurcações, há momentos que a trilha some.

O início pela estradinha Abraão/Dois Rios serve como aperitivo do que vem pela frente. Depois de 1,5 km de caminhada, começa a trilha fechada pela mata que leva até o pico. São cerca de 6 km em subida total (ok, tem um ou outro pequeno trecho plano), que cansa um bocado. Ao menos a profusão de árvores alivia o calor.

10 – Passeio de lancha

Para concluir, uma forma mais rápida de conhecer a ilha. Agências de viagens (24/99821-1369 e 24/3361-5822) organizam roteiros de lancha para quem tem pouco tempo ou não quer caminhar muito pela ilha. Os mais procurados são os roteiros de Volta Inteira e Meia Volta à ilha, que duram entre sete e oito horas.

O primeiro navega por praias oceânicas, de mar aberto, com paradas em Cachadaço, Dois Rios, Parnaioca, Aventureiros e dos Meros.

Praias voltadas ao continente e as lagoas Azul e Verde são os destinos do roteiro de Meia Volta. Saco do Céu, Feiticeira e do Amor são as praias contempladas nesse tour.

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