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Praias de Ubatuba com acesso por trilha

Ao menos duas dezenas das praias ficam praticamente escondidas e são alcançadas depois de boas caminhadas – sempre bem recompensadas

Por Fernando Leite
Atualizado em 27 fev 2020, 16h00 - Publicado em 7 fev 2018, 19h43

A proximidade da Serra do Mar com o Oceano Atlântico criou uma orla peculiar em Ubatuba: a região está repleta de pequenas penínsulas cheias de praias. Na maioria dos casos, para chegar nelas somente caminhando um bocado.

Se você acha que, a partir de Caraguatatuba, a primeira praia é Maranduba, fique sabendo que o litoral ubatubense começou alguns quilômetros atrás, logo após a passagem por Tabatinga.–

Ubatuba se inicia com uma trilha de 6 km passando por praias bem desertas. Saindo do canto esquerdo de Tabatinga, é preciso atravessar o rio rasinho a pé – a água bate no joelho – até o início da trilha. Galhetas é a primeira praia, mas passe reto e encare mais 40 minutos pela mata até chegar a selvagem praia da Figueira. Quase ao lado, a praia da Ponta Aguda abriga uma vila caiçara. Caminhando mais um pouco, a diminuta praia Mansa faz jus ao nome, lembrando uma piscina perfeita para momentos de relax. A partir daí, há uma bifurcação: um caminho leva à ponta da península, um costão que também leva a um local chamado Ponta Aguda, com o Atlântico na frente e Ilhabela ao fundo. Se quiser pular essa etapa, siga direto para a praia da Lagoa. Nem pense duas vezes, troque o banho de mar pelo da lagoa escura.

Ao invés da trilha, você pode voltar pela estradinha que a ladeia e vai até Tabatinga – ela é uma opção alternativa, mas sem a beleza que a trilha te proporciona.

Pequena, a Praia Mansa, em Ubatuba, é acessada por trilha que sai da Praia de Tabatinga, em Caraguatatuba (Ícaro Gimenes/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Do outro lado dessa península, os carros chegam até a praia da Caçandoca. De lá até a praia da Caçandoquinha, de água tranquila e cristalina, não se sofre nada, são apenas cinco minutos de caminhada e todos ainda podem curtir um bucólico riozinho desaguando no mar. Quem quer uma atividade mais intensa, pode seguir pela trilha conhecida como Saco das Bananas, que irá passar por mata fechada e trechos de aclives e declives fortes, com direito a grandes visuais nos pontos mais altos. A praia do Simão é a estrela da trilha, que ainda segue até chegar na praia da Lagoa, prosseguindo para Tabatinga por aquela estradinha de terra.

A tranquilidade impera em Caçandoquinha, em Ubatuba (Ícaro Gimenes/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Conhecida como Trilha das Sete Praias, na opinião desse escriba, esse é o tour mais bacana de ser feito e muito parecido com aquela trilha que sai de Tabatinga. O ponto de partida aqui é a praia da Lagoinha e, logo de cara, há de se atravessar um rio bem rasinho. A trilha é bem sombreada e as primeiras três praias – Oeste, Peres e Bonete – tem mar bem tranquilo e a vista para a outra península, onde estão Caçandoca e Caçandoquinha. A seguir, a praia Grande do Bonete é a mais extensa do caminho e o mar já apresenta algumas ondas. Após uma subida e uma descida em mata aberta, chega-se no suprassumo do dia: separada por uma rocha, as praias Deserta e Cedro (não confundir com a praia homônima próxima do Centro) tem mar calmo com piscinas naturais, areia branquinha e população zero. Leve um snorkel para observar os peixinhos.

Um dilema povoará sua mente: voltar pelo mesmo caminho para a Lagoinha ou encarar mais 45 minutos de trilha em mata fechada até a praia da Fortaleza. Nesse caso, combine com alguém para buscar de carro.

No meio da Trilha das Sete Praias, em Ubatuba, a Praia do Bonete garante um lindo visual (Matheus Usero/Wikimedia commons/Wikimedia Commons)

A escunas que fazem o passeio para a Ilha Anchieta estacionam por duas horas na praia de Sete Fontes para mergulho. Nesse momento a praia geralmente está repleta de gente. Mas se você quiser tê-la só para si e estiver em boas condições físicas, encare a trilha meio pesada que se inicia no Saco da Ribeira. Em duas horas e meia de caminhada, você enfrentará um primeiro trecho de subida leve, mas sem sombra e com um belo visual e depois duas pesadas travessias de morros em mata fechada. No caminho para dar um refresco à caminhada, aparecem as praias da Dionísia, do Flamengo e do Flamenguinho.

Praia das Sete Fontes, em Ubatuba: lotada quando as escunas aportam, selvagem quando elas vão embora (Rodney Domingues/Flickr/Flickr)

Na parte norte de Ubatuba, apesar do movimento ser menor, as praias acessadas por trilhas rareiam. Saindo da praia do Engenho (ao lada da Almada), um caminho íngreme de 500 metros em mata fechada te levará à praia Brava da Almada, com apenas duas casinhas de pescadores e ondas relativamente fortes – surfistas gostam de fazer manobras por lá.

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Praia Brava do Almada, Ubatuba, São Paulo
Praia Brava do Almada, Ubatuba, São Paulo (Guilherme de Andrade)

A Brava do Camburi, outra praia que os surfistas adoram, tem acesso pelo km 5 da Rio-Santos. Você deixa o carro em um recuo na rodovia e desce uma pirambeira e um pequeno trecho plano por 30 minutos até encontrar a praia selvagem, protegida por dois costões. Nem tente fazer a trilha em dias chuvosos, pois fica muito escorregadia e o tombo é meio inevitável.

Todas essas trilhas podem ser feitas sem o auxílio de um guia, porém, quem se sentir inseguro ou mesmo gostar de ouvir boas histórias da região, pode entrar em contato com o Centro de Informações Turísticas (12/3833-9123) que eles indicarão algum profissional para fazer companhia.

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