Roteiro de 48 horas em Vitória e Vila Velha
Em terras capixabas, praia, moqueca, fábrica de chocolate, panela de barro e muito mais
Unidas por três pontes – conhecidas pelo nome de Primeira, Segunda e Terceira – Vitória e Vila Velha se complementam quando o assunto é turismo, num roteiro com praias, história, moqueca e chocolate. Abaixo, um roteiro de dois dias pelas principais metrópoles capixabas:
Dia 1
Como toda capital litorânea, pegar praia é a primeira coisa que vem à cabeça. Ok, mas não espere por uma orla de cair o queixo. Ainda assim, vale a pena dedicar a parte da manhã a elas. Com 6 km de extensão, Camburi é a praia mais famosa e movimentada de Vitória. Infra por lá é o que não falta: barracas de praia, um calçadão bom para caminhar e pedalar, faixa de areia bem generosa e um mar com poucas ondas, mas que afunda rapidamente.
Um dos lugarzinhos que os capixabas gostam de frequentar é a Ilha do Boi, que tem duas pequenas praias, chamadas de Direita e Esquerda. Para conseguir um lugar ao sol, é preciso chegar bem cedo, afinal, elas possuem cerca de 100 metros. Não há barracas, mas vendedores ambulantes aparecem nas duas praias. Infelizmente, assim como em Camburi, logo ao entrar, o mar fica bem fundo.
Tente não abusar da comida, pois a hora do almoço é momento de provar uma autêntica moqueca capixaba, que difere da baiana ao não levar leite de coco e azeite de dendê. Vá para um lugar chamado Triângulo das Bermudas, um point gastronômico na Praia do Canto. Lá fica o Pirão, tradicional restaurante que serve uma moqueca de badejo de respeito. Jamais faça a heresia de não experimentar o cremoso pirão da casa, afinal, além de levar o nome do restaurante é também o apelido do proprietário Hercílio Alves da Silva Filho, lendária figura da gastronomia capixaba.
Uma vez apresentado à moqueca, hora de conhecer a produção de uma de suas matérias-primas. Justamente a que não vai à boca, mas é essencial para o bom resultado final: a panela de barro. Pelas avenidas Nossa Senhora da Penha e Fernando Ferrari, em 15 minutos, chega-se ao bairro das Goiabeiras. Na Associação das Paneleiras, pode-se conhecer todo o processo de confecção do utensílio. Vai por mim, vale a pena comprar uma peça – na associação ou nas casas das artesãs.
Para o fim de tarde, duas opções: quem viaja com crianças, pode ficar ali pertinho para aproveitar o Parque da Pedra da Cebola, um lugar com mini-fazenda, laguinho e um mirante junto a uma pedra em formato de cebola que descansa em cima de uma rocha.
Se preferir explorar a história de Vitória, cruze a cidade em direção ao Centro Histórico. Em uma caminhada levemente íngreme, dá para conhecer o Palácio Anchieta, sede do governo estadual, mas aberto à visitação; a neogótica Catedral Metropolitana e o Teatro Carlos Gomes, inspirado no Teatro Scala, de Milão.
A Praia do Canto, que é mais um bairro do que uma praia, é o point noturno e endereço dos principais shoppings de Vitória. Se tiver bala na agulha, nem pense duas vezes e vá jantar no Soeta, badalado restaurante da dupla Bárbara Verzola e Pablo Pavón, que se conheceram no elBulli, a célebre e extinta casa catalã comandada por Ferran Adrià. A parceria profissional permanece nesse restaurante, que serve um menu-degustação infindável – são quase 30 etapas.
Dia 2
Ao atravessar a cênica Terceira Ponte, olhe para o lado direito é verá uma construção no alto do morro que se agiganta à medida em que nos aproximamos de Vila Velha. Pois bem, o Convento Nossa Senhora da Penha é a missão número um do dia. Fundado em 1558, a principal edificação católica do Espirito Santo tem uma vista de encher os olhos e uma capela que guarda a imagem de Nossa Senhora da Penha. Para chegar no alto há três maneiras: a pé, numa íngreme caminhada de 1 km; de carro próprio, com a árdua tarefa de achar um lugar para estacionar e manobrar; ou com as vans que fazem o percurso a cada 15 minutos.
O capixaba tem três orgulhos de seu estado: o rei Roberto Carlos, a Viação Itapemirim e a Fábrica de Chocolate Garoto, essa última localizada em Vila Velha. Com agendamento prévio, é possível fazer o Chocotour, visitando a fábrica, o museu, a loja, com direito à degustação de bombons (cheque sobre o funcionamento). É possível visitar apenas a loja e o museu, que conta a cultura do cacau, a produção do chocolate e uma linha do tempo da fábrica – nesse caso, não há necessidade de agendamento.
Hora da praia, né! Siga por 12 km pela Rodovia do Sol até a encontrar a Barra do Jucu, que, apesar das ondas fortes, tem boa estrutura e trechos mais tranquilos para o banho nos dois extremos. Se der sorte, pode ver algum grupo dançando o Congo, típico do local. Sem contar que o almoço tardio pode ser feito por lá mesmo, no restaurante Espera Maré, comendo um peixinho e observando o pôr do sol de frente à foz do Rio Jucu.
De volta a Vitória, quem aguentar o tranco pode dar uma esticadinha noturna no Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, para petiscar e bebericar em um dos bares da região.
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