Um jantar no Pakta, o restaurante nipo-peruano de Albert Adrià
Se você vem a Barcelona em busca de experiências gastronômicas inesquecíveis, eis um nome para colocar na lista do “vale o investimento”
Se você vem a Barcelona em busca de experiências gastronômicas inesquecíveis, eis um nome para colocar na lista do “vale o investimento”. Alguns hesitarão, perguntando se não é um pouco fora de contexto provar um restaurante nikkei (nipo-peruano) numa cidade tão arraigada à sua própria cultura culinária. Mas a questão é que você não vai encontrar nada parecido nem no Peru, nem no Japão, nem em lugar nenhum. Pakta é uma empreitada relativamente recente do inimitável Albert Adrià (irmão de Ferran), que se vale das tradições, das técnicas e dos ingredientes nipo-peruanos para fazer a sua própria interpretação da cozinha nikkei, acrescentando elementos ultra mediterrâneos às criações, como aspargos, cogumelos silvestres, amêndoa etc.
Os chefs no comando da cozinha têm tarefas bem repartidas. A japonesa Kyoko Li se encarrega dos sushis e dos elementos essencialmente japoneses, praticamente sem levantar os olhos de sua área de domínio, concentrada como um karateka durante o serviço (para vê-la trabalhando, sente-se ao balcão). Os sabores peruanos saem do caldo criativo do garoto prodígio peruano Jorge Muñoz. Costuradas pela inventividade “bulliniana” de Albert Adrià (se você esteve na lua ultimamente clique aqui para saber o que é El Bulli), as duas linhas gastro-culturais compõem um tecido tão harmônico e colorido quanto os teares estilizados que enfeitam o restaurante. Adrià não dá ponto sem nó.
A seguir, alguns dos pratos mais impressionantes do menu degustação Machu Picchu, o mais completo (€ 130).
O começo de tudo (sintam a beleza da apresentação), com um Hanzen Ryori, uma seleção de bocatos. Entre eles um surinagashi de aspargo (à esquerda) e uma magnífica cereja com kimchi
Parece mas não é. Um tipo de cogumelo fatiado delicadamente (com textura de molusco), servido numa concha enfeitada com algas
A melhor coisa que já comi na minha vida: temaki de atum com bolinhas de arroz inflado (erga as mãos aos céus antes de provar; depois enxugue as lágrimas)
O potinho vem assim à mesa, com um vôngole gigante escondidinho no leche de tigre (o caldinho do ceviche) em forma de raspadinha
Sashimi com pedacinhos crocantes feitos de miso, com um molho bem levinho
Para ir ao Pakta é preciso reservar com pelo menos um mês de antecedência, exclusivamente pela internet neste link. O restaurante serve dois tipos de menu degustação (€ 95 e € 130, sem bebidas) e não funciona no sistema a la carte. Os coquetéis a base de pisco reinam na casa. Mas há uma lista de vinhos democrática também, com bons brancos começando na faixa dos € 30. O ambiente é informal e o serviço é absolutamente atencioso, eficiente e simpático.
Leia os meus posts sobre os outros restaurantes de Albert e Ferran Adrià aqui no blog:
Niño Viejo, a taqueria mexicana
Tickets, o melhor bar de tapas do mundo
41 Graus, o espírito do El Bulli (fechado)
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