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Guia do Safári na África do Sul: raio-X do Ngala Safari Lodge, serviço afiado e um ranger inesquecível

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h38 - Publicado em 1 Maio 2014, 19h36

Você percebe que está desconectado dos problemas do mundo quando a sua maior meta a curto prazo é ver de perto um cachorro selvagem. Naquela tarde chuvosa, nosso ranger Barney recebeu uma informação quente por rádio: uma matilha andava circulando pelas terras da &Beyond Ngala Private Game Reserve. Ciente de que avistar esses animais é algo especialíssimo (restam apenas 3 mil exemplares da espécie!), ele pediu o aval do grupo e enfiou o pé no acelerador. Pilotando com uma habilidade fora do normal, savana adentro e off road, o melhor guia que tive durante a temporada sul-africana de safári me proporcionou um dos momentos mais emocionantes e divertidos da viagem. O rali em alta velocidade na chuva torrencial deve ter durado uns 20 minutos até que, enfim, fomos cercados por mais de  15 cachorros selvagens. Não deu apenas para ver os animais. Deu pra sentir o cheiro, ouvir a respiração e, de quebra, presenciar o grupo em ação, dando um chega pra lá em uma hiena sorrateira. Nos dois dias em que passei no Ngala Safari Lodge, ainda estive a poucos metros de um bando de leões brigando pela carne de um impala e avistei o mais belo dos leopardos, posando para fotos à beira de um rio.

 

Grudado no Kruger National Park, e sem cerca entre a reserva e o parque, o Ngala Safari Lodge é uma opção sob medida para quem dispensa acomodações nababescas, mas faz questão de elegância, conforto, boa comida e serviço impecável. Também é uma mão na roda para quem viaja com crianças: elas recebem  uma mochilinha com brinquedos e têm um cardápio de atividades sob medida. O preço, a partir de US$ 480 por pessoa, é justo para um pacote que inclui todos os passeios, as (ótimas) refeições e até as bebidas alcoólicas.

 

 

 

O deque lindamente decorado da ala social

O deque lindamente decorado da ala social

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Um dos salões superelegantes do Ngala

O bar, superelegante

FICHA TÉCNICA

 

O lugar

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O lodge tem 20 bangalôs standard e mais uma suíte familiar espetacular e com piscina privada.  A área social tem um deque lindo e alguns salões decorados no estilo safári-clássico, voltados para um gramado onde vários animais costumam aparecer. Há um restaurante coberto e também uma praça onde acontecem jantares agradabilíssimos ao ar livre. A piscina é cercada de árvores e espreguiçadeiras fofinhas. O Ngala Safari Lodge fica dentro da reserva privada de Timbavati (sem cercas!) e tem pista de pouso própria para jatinhos fretados, dos quais o hotel pode se encarregar. Também dá pra chegar lá de carro, com um pouco de emoção incluída no caminho — é preciso dirigir em estrada de terra por vários quilômetros e cruzar um pequeno rio (o lodge organiza o transfer dos aeroportos mais próximos, caso você fique “meio assim” de ir sozinho). Meu carrinho econômico alugado sobreviveu sem traumas.

A bicharada circulando livremente pelo terreno do lodge

A bicharada circulando livremente pelo terreno do lodge

O rio que meu carrinho teve que atravessar para chegar lá

O rio (de leve) que meu carrinho teve que atravessar para chegar lá

 

Piscina gostosinha e cercada de árvores

Piscina gostosinha e cercada de árvores

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Para refrescar...

Para refrescar…

Como funciona

Como na maior parte dos safari lodges, o ranger é o seu anfitrião e também a figura mais importante do pedaço: ele faz as vezes de despertador de madrugada, é seu guia nos game drives, toma um drinque com você no fim da tarde e, no caso do Ngala Safari Lodge, janta com os hóspedes dia sim, dia não. Tirando o jantar com o ranger, em grupo, as demais refeições são privadas (ou seja, cada casal ou família tem a sua própria mesa). Os game drives acontecem duas vezes ao dia, de manhã e no fim da tarde, sempre com o mesmo grupo. Os passeios, as refeições e as bebidas estão incluídos no preço.

 

O Toyota do Nagala

O Toyota do Nagala

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O ranger

Apaixonado pela natureza, incansável e bonachão, Barney foi o melhor guia que tive durante a minha temporada de safári na África do Sul. Divertido, bem informado e cheio de personalidade, ele forma uma dupla imbatível com o tracker (o rastreador, que procura as pegadas dos animais no chão e conhece a reserva como a palma da mão) Norman, com voz de tenor, sorriso aberto e 17 anos de experiência. Um fato que resume o seu espírito: ele pediu demissão de um trabalho anterior depois que foi “obrigado” a interromper a observação do parto de um guepardo (um momento sublime e absolutamente único) porque uma cliente fez questão de não se atrasar para uma sessão de spa.

 

O figuraça Barney e outra ranger do Ngala

O figuraça Barney e outra ranger do Ngala

Barney concentrado na explicação

Barney concentrado na explicação

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Safári

Os game drives foram feitos a bordo de um Toyota Land Cruiser (um veículo mais “durão”, mas mais resistente que o Land Rover) aberto e sem cobertura, como é praxe nas reservas privadas, para que o contato com a natureza seja o maior possível. Éramos 4 ou 6 num carro com lugar para 10 pessoas. Entre a sorte e a habilidade da dupla Barney e Norman, vimos cachorros selvagens, leões devorando um impala (e brigando entre eles pela carne, o que foi de arrepiar), um leopardo posando para fotos à beira de um riacho, além de elefantes, zebras, búfalos e outros animais mais triviais (dos big five, apenas os rinocerontes não apareceram). Mantinhas individuais e capas de chuva foram providenciados quando o tempo encrencou.

 

Barney e Norman em ação

Barney e Norman em ação

 

Close no bichano

Close no bichano

Preguiça felina

Preguiça felina

 

O passo do elefantinho

O passo do elefantinho

 

Detalhes que fazem a diferença

“Mamma Connie”, a doçura em forma de gente, dá as boas vindas aos hóspedes e encabeça o staff afiado e simpatissíssimo, capitaneado pelo jovem lord Steven, o gerente. O jantar ao ar livre teve como surpresa uma performance de dança e música africana. Gran finale: nosso garçom François nos deus uma sacolinha com água e um lanchinho para que levássemos na viagem de volta. Não é demais? Também é reconfortante saber que a empresa, &Beyond, mantém projetos seriíssimos de sustentabilidade e ajuda à comunidade local.

 

Quartos

Os bangalôs têm um pequeno terraço com mesinha, piso de granito forrado com tapetes e cama revestida de lençóis macios. Em frente à cama, há duas poltoninhas clássicas, uma mesinha e, sobre ela, uma bandeja de prata com uma garrafa de cristal preenchida com licor (uma tradição dos lodges de safári). O banheiro, todo de granito, tem banheira, chuveiro separado e pia dupla. Confortável, elegante e razoavelmente espaçoso, o quarto poderia ter um pouco mais de luz natural e, definitivamente, um mini-bar.

 

O bangalô visto de fora

O bangalô visto de fora

 

O quarto: elegância e espaço na medida certa

O quarto: elegância e espaço na medida certa

Poltroninhas clássicas

Poltroninhas clássicas

Gastronomia

A diária inclui café da manhã, almoço e jantar, além de chá com snack antes dos dois game drives. O almoço é no esquema bufê (com saladas deliciosas e outros pratos frios, ideais para o calorão). O jantar tem pratos especiais, servidos em três etapas. A comida é ex-ce-len-te e a seleção de vinhos da casa (sul-africanos) é ótima.

Mesa posta para o almoço

Mesa posta para o almoço

 

Chá da tarde antes do safári

Chá da tarde antes do safári. O lord Steven, à esquerda, e Barney à direita

O espaço lindo onde acontecem os jantares ao ar livre

O espaço lindo onde acontecem os jantares ao ar livre

Mimos

Bebidinhas refrescantes na volta do game drive, baldinho com água gelada do lado da piscina, material super completo e interessante sobre a natureza do Kruger no quarto (o melhor kit informativo, entre todos os dos lodges nos quais estive).

 

Licor na garrafinha de cristal em bandeja de prata

Licor na garrafinha de cristal em bandeja de prata

Upgrade

Além do Ngala Safari Lodge, a &Beyond tem um acampamento de luxo na mesma reserva. O Ngala Tented Camp tem “barracas” de design high-tech com ar condicionado, piscina de borda infinita e um super spa.

 

Fim de tarde épico

Fim de tarde épico

Perfeito para: Quem não quer acomodações muito nababescas, mas faz questão de serviço irretocável, boa comida e uma excelente experiência de safári.

 

Contra-indicado para: Quem acha mais importante ter luxo dentro do quarto do que porta afora.

 

Estilo safári-clássico

Estilo safári-clássico

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