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Como evitar pegadinhas no aluguel de carro barato

Dicas para não se dar mal usando o Rentalcars e outros buscadores de aluguéis de carro

Por Adriana Setti
Atualizado em 13 jul 2021, 12h27 - Publicado em 7 Maio 2019, 11h44

Alugar carro com aplicativos que prometem preços incríveis é como pechinchar no fim da feira. Se você for esperto, pode se dar muito bem. Mas qualquer distração pode render uma pisada no tomate.

Maior buscador de tarifas de aluguel de automóveis do mundo, o Rentalcars (parte do mesmo grupo do Booking e do Priceline) fecha 8 milhões de reservas por ano no mundo todo. Já testei o site/app em pelo menos 20 países e, salvo raras exceções (a Austrália foi uma delas, onde o bom e velho AutoEurope tinha ofertas bem melhores), as tarifas são imbatíveis – desde que você tome cuidado com esses pontos cruciais:

Escolha a política de combustível cheio-cheio na hora de filtrar a busca

Isso significa que você pegará o carro com o tanque cheio e deverá devolvê-lo da mesma forma. A antítese do cheio-cheio é o cheio-vazio: você pega o automóvel com o tanque completo e o devolve do jeito que for, sem se preocupar em abastecer antes da entrega. Quase sempre, essa segunda opção de locação tem uma tarifa mais econômica. A pegadinha? A locadora cobrará uma taxa cruel por esse serviço (mesmo que o tanque volte transbordando!) e um preço abusivo por cada litro de combustível faltando – ou seja, no fim das contas, deixar o abastecimento por conta da locadora sairá quase o dobro de ir até o posto.

O pior de tudo é que nem sempre você consegue saber de quanto será essa taxa antes de fechar negócio pelo RentalCars (em caso de dúvida, ligue para a locadora!). Aqui na Espanha, em geral a cobrança fica na faixa dos €30/€40. Por isso, acho que a política cheio-vazio só compensa para locações muito longas, quando a diferença de preço para a opção mais segura (cheio-cheio) é maior do que a possível taxa + o preço salgado do combustível.

Preste atenção no limite de quilometragem (e prefira aluguel com quilometragem livre)

O ideal é sempre alugar um carro com quilometragem livre – e você pode selecionar essa opção entre os filtros da Rentalcars. No entanto, muitas vezes as melhores tarifas são para carros com quilometragem limitada. Caso escolha esta opção, faça as contas aproximadas de quanto rodará e deixe uma BOA margem. Isso é especialmente importante em viagens curtas. Tenho visto muita oferta sedutora para carros com 150km por dia. Em uma viagem de 10 dias, você teria 1500km, que é uma distância generosa. Mas pode ficar bem apertadinho para uma viagem de bate e volta em um fim de semana. E muita atenção: o preço por km extra costuma ser salgadíssimo!

Entenda como funciona o seguro-total da Rentalcars

Quase todos os carros listados na Rentalcars já vêm com seguro contra roubo (TP) e de danos em colisão (CDW), COM FRANQUIA. Ao retirar o veículo, o vendedor sempre oferecerá o seguro-total da própria locadora, que sempre é mais caro que o da Rentalcars, mas o isenta de pagar a franquia em caso de acidente ou roubo.

Contratando o atrativo seguro-total da Rentalcars na hora de reservar o carro, é fundamental saber que você não fica isento de pagar a franquia. Se acontecer alguma coisa com o carro, você precisa desembolsar o dinheiro e pedir o reembolso. Nesse caso, ao retirar o veículo é obrigatório apresentar um cartão de crédito como garantia (os de débito quase nunca são aceitos) com limite suficiente para cobrir a franquia, que pode ser salgada – a mais alta com que já topei foi na Austrália, que saia por quase US$ 2000. Tenha em mente que esse dinheiro ficará bloqueado até a devolução do carro e que não será possível usar o limite total do seu cartão durante a viagem! Os desavisados podem ser dar muito mal com isso.

Procure referência das locadoras desconhecidas

Uma vantagem da Rentalcars é procurar as melhores tarifas tanto entre as gigantes internacionais, como entre locadoras locais (e desconhecidas). Mas a simples presença no sistema de busca não é atestado de qualidade. Já me dei muito bem arriscando e alugando carro de empresas minúsculas sobre as quais nunca tinha ouvido falar. Mas também já me dei mal.

Para evitar problemas, sempre é bom checar como é assistência em caso de pane do motor ou acidente e a reputação do prestador de serviço (no TripAdvisor, no Google e nas próprias avaliações na Rentalcars). Aqui na Espanha, por exemplo, algumas locadoras menores e ultra econômicas são famosas por fazer absolutamente de tudo para cobrar taxas obscuras no final da locação com desculpas como “o carro está sujo demais”, “tem um amassado embaixo do motor” (que você obviamente não deitou no chão para ver), ou “a antena (que não estava lá desde o começo e você nem reparou) desapareceu”. E isso não é incomum em outras partes do mundo. Fique esperto.

*Usei o Rentalcars como exemplo, mas a maioria das dicas acima vale para buscadores de tarifas baratas em geral.

 

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