Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Como está a situação do óleo em Santo André e arredores

Um relato atual das praias ao norte de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália

Por Adriana Setti
Atualizado em 22 jul 2021, 21h09 - Publicado em 20 dez 2019, 18h17

Para quem pegou o bonde andando, estou viajando pela Bahia desde o começo de dezembro. No post passado, contei um pouco o que vi pelo caminho sobre a situação do misterioso vazamento de óleo em Trancoso, Praia do Espelho, Caraíva, Corumbau e arredores. Depois dessa delícia de expedição na região ao sul de Porto Seguro (com poucos encontros com a temida substância preta), foi a vez de explorar Santo André.

Um pouco ao norte de Porto Seguro, Santo André é um oásis de paz separado do fuzuê de Santa Cruz Cabrália pelo rio Santo Antônio. O danado do óleo chegou na região em outubro e voltou a aparecer em grande quantidade no fim de novembro. O lugar mais atingido foi a praia de Itacimirim, um pouco ao norte de Santo André. Assim como rolou na maior parte do litoral brasileiro, foi coletado rapidamente. Mas, segundo os locais, pequenos fragmentos continuam aparecendo aqui e ali.

Ao contrário do que aconteceu entre Trancoso e Corumbau, em Santo André topei com uma quantidade considerável de pedacinhos de piche. Arriscaria dizer que três dezenas, ou um pouco mais, com um diâmetro máximo de 3 ou 4 centímetros. Na praia de Santo André propriamente dita, nas imediações da barra, eles são mais escassos. Ainda assim, carimbei o pé logo na chegada. Já na magnífica praia de Santo Antônio, onde há pouquíssimas pousadas e/ou barracas (e, consequentemente, pouca gente para limpar), os pedacinhos eram um pouco mais numerosos.

Mais ao norte, na paradisíaca praia do Guaiú, foi onde vi o primeiro tonel destinado à coleta de óleo e, dentro dele, garrafas, pedaços de coco e outros objetos improvisados para recolher os malditos pedacinhos. Pessoalmente, não vi nada na areia. Mas acabei saindo com várias manchinhas nos braços e – momento verdade – no traseiro, depois de chafurdar por meia hora nas águas quentes do riozinho (que, por sinal, corta um manguezal, aonde provavelmente o monstro preto deve ter chegado… snif).

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Não há dúvidas de que estamos diante de uma tragédia ambiental e que, neste verão, o litoral brasileiro não está operando em condições normais. Também não há como saber o que esperar para os próximos dias e se comer o que vem do mar e do mangue é mesmo seguro. Por outro lado, desde o meu ponto de vista, a situação atual no sul da Bahia está bem longe de ser catastrófica para o turista. Repito: desde o meu modesto ponto de vista.

Deixo aqui um relato objetivo do que encontrei pelo caminho. Mas cabe a você decidir se vale a pena ir pra lá e, também, se comer peixes e frutos do mar. Caso decida ir em frente, inclua na sua bolsa de praia qualquer tipo de óleo (de coco, por exemplo) e uns lencinhos para limpar uma mancha ou outra. Quem pegou praia no Brasil nos anos 80 e 90, quando era “normal” que os navios lavassem os tanques em alto mar, há de sobreviver.

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