Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Austrália: as maravilhas de viajar por um país 100% seguro

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h30 - Publicado em 11 jan 2015, 20h33

A Austrália é o país mais seguro pelo qual viajei. Já rodei muito por esse mundão e moro na Europa há 15 anos. Mas pouca coisa do que vi por aí (Nova Zelândia e Escandinávia chegam perto) se compara ao que ando observando por aqui. Viver de perto o exemplo australiano é dessas coisas que fazem a gente recobrar a fé na humanidade — e, para o viajante, não tem coisa mais relaxante do que excluir a segurança das preocupações. Você pode largar a sua bolsa na praia com dinheiro, câmera, celular e tudo o mais e passar o dia no mar; andar na rua na hora que for sem olhar para os lados; desencanar de trancar as coisas de valor no cofre do hotel (mesmo porque nenhum hotel em que estive até então tinha cofre). Mas isso tudo é óbvio demais. Aqui a coisa vai bem além disso. Alguns exemplos:

 

Acabo de sair de Noosa, uma praia badaladinha um pouco ao norte de Brisbane. Tive o privilégio de ser hospedada por uma senhora incrível que encontrei através do AirBnb. Logo depois que fizemos o “check-in” no apartamentinho nos fundos do seu casarão, me dei conta de que ela tinha se “esquecido” de me dar as chaves da casa e do apezinho. A resposta dela: “Ah! Na verdade eu não tenho chaves. Já tive, mas não tenho a menor ideia de onde elas estão. Eu não tranco a minha casa há muuuuitos anos, nem quando viajo.”

 

E já que falei sobre hospedagem. A minha anfitriã de um dos próximos destinos (a lendária praia de Byron Bay, um pouco ao sul de Brisbane) acaba de me escrever pra dizer que vai estar viajando quando eu estiver por lá. E que a chave vai estar pendurada pro lado de fora da porta…

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Essas maravilhas não são privilégio de cidades pequenas. Em Melbourne, por exemplo, cheguei tarde da noite na casa onde estava hospedada e o carro da minha anfitriã estava estacionado na rua com as portas abertas. Saí correndo pra avisá-la e ela me disse que ia mesmo deixar as portas abertas a noite toda para que o banco (molhado pelo caiaque na volta da praia) secasse. Pasmei.

 

Mas a cereja do polo aconteceu ontem. Num vacilo, acelerei mais do que devia e fui parada numa estrada praticamente deserta por excesso de velocidade. O policial me deu bronquinha, pediu documentos e, pacientemente, preencheu o papel da multa. Depois, em tom didático, explicou que no estado de Queensland (no leste do país) os estrangeiros só pagam as multas se quiserem – e que nada vai acontecer se eu preferir não desembolsar os 250 dólares em questão. Achei que não tinha entendido direito e pedi para ele repetir. Sim, era isso mesmo. Daí fiquei pensando em como os policiais brasileiros procederiam numa situação semelhante e lembrei de um amigo italiano que sofreu um sequestro relâmpago pela polícia na fronteira entre Rio e São Paulo… (também fiquei pensando em se algum estrangeiro já pagou alguma multa no estado de Queensland; um neozelandês, talvez?).

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