Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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A transformação radical do Porto Olímpico de Barcelona

A pandemia foi o golpe de misericórdia para uma parte da capital catalã que já andava moribunda. Agora, ela renasce.

Por Adriana Setti
Atualizado em 19 nov 2021, 10h41 - Publicado em 19 nov 2021, 05h29
Vista do novo calçadão: o forte do porto, agora, será a vida diurna
Vista do novo calçadão: o forte do porto, agora, será a vida diurna. Crédito: (Mario Echigo/Arquivo pessoal)

De todas as transformações urbanísticas pelas quais Barcelona passou ao longo dos séculos, uma das mais marcantes foi a que antecedeu os Jogos Olímpicos de 1992. Quase 30 anos depois, a reforma que preparou a cidade para receber o evento continua sendo apontada como um case de sucesso e servindo de referência. Uma das vitrines desse período foi o Porto Olímpico, um hub de entretenimento acoplado à vila onde os atletas se hospedaram, que foi convertida em bairro residencial.

A parte mais hedonista do projeto do Porto Olímpico partia de uma boa ideia: um lugar à beira de uma marina, com bares, restaurantes e discotecas enfileirados. Tudo isso dentro de um espaço apartado do bairro residencial, onde a balada podia rolar solta sem incomodar os vizinhos. Mas durou pouco.

Quando fui a Barcelona pela primeira vez, em 1997, a área já estava iniciando a sua decadência. Daí pra frente, foi ladeira abaixo, até se tornar uma armadilha para turistas: preços altos, qualidade sofrível, batedores de carteira por todo lado, prostituição, brigas, venda ilegal de produtos falsificados… Quem conhecia minimamente a cidade passava longe do Porto Olímpico. Por essas e outras, ao congelar o turismo, a pandemia foi o golpe de misericórdia para uma parte da capital catalã que já andava moribunda.

Espaço público devolvido à cidade: grande parte dos bares e discotecas já desapareceram
Espaço público devolvido à cidade: grande parte dos bares e discotecas já desapareceram. Crédito: (Mario Echigo/Arquivo pessoal)
Novos bancos e espaço de sobra para pasear
Novos bancos e espaço de sobra para passear. Crédito: (Mario Echigo/Arquivo pessoal)
Imagem em 3D mostra a carinha que o lugar vai ter.
Imagem em 3D mostra a carinha que o lugar vai ter. Crédito: (Prefeitura de Barcelona/Reprodução)
Uma ideia de como vai ser, em imagem em 3D
Uma ideia de como vai ser, em imagem em 3D. Crédito: (Prefeitura de Barcelona/Reprodução)

Mas, como estamos em Barcelona, onde o urbanismo é uma religião, a reação foi rápida. Anunciado no ano passado, o plano para recuperar o Porto Olímpico pretende devolver esse espaço para os moradores da cidade. A ideia é convertê-lo em um hub da economia sustentável vinculada à água e aos ecossistemas marinhos com a instalação de centros de pesquisa. Sai a parte dedicada à vida noturna, abrem-se mais espaços para a prática de esportes. Com muito mais espaços abertos  públicos, o porto também poderá acolher eventos culturais, feiras e shows. A zona também terá alguns restaurantes. Só que, ao invés de redes de fast food e de paella congelada, como antes, terá estabelecimentos fiéis aos preceitos da cozinha mediterrânea. Bom, pelo menos essa é a proposta da prefeitura, que tomou as rédeas da administração, até então do governo central da Catalunha.

Esta reportagem traz um vídeo bacana que mostra como será o novo Porto Olímpico.

As coisas já estão acontecendo. As estruturas onde funcionavam as deploráveis discotecas do porto já foram arrancadas, fazendo com que o porto ganhasse uma área pública enorme ao ar livre. Fora isso, a instalação de um novo calçadão enorme descongestionou o passeio à beira-mar. Pelo menos por enquanto, os vendedores ambulantes desapareceram e os moradores da cidade parecem empolgados com o novo panorama. Ainda está tudo meio cru e sem “decoração”, como vocês podem ver nas fotos. Mas as imagens em 3D dão uma ideia de como vai ficar. Nada como viver em uma cidade onde, no que diz respeito ao urbanismo, as coisas sempre melhoram.

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