Centro Histórico
As casinhas decadentes debruçadas umas sobre as outras, equilibrando-se em ruelas, às vezes íngremes, com ou sem escadinhas; a sombra da muralha medieval; o rio, tranquilo, lá embaixo, e a barroca Torre dos Clérigos, exibida, no alto de tudo. É assim o coração da cidade do Porto, um patrimônio tombado pela Unesco. Para “mergulhar” nesse passado, calce um tênis e “toca a andar”. Pertinho da Torre dos Clérigos, fica a emblemática Livraria Lello, quase um monumento. O edifício neogótico, branco por fora e forrado em madeira por dentro, foi construído em 1906. O interior é uma obra de arte com um vitral enorme no teto e uma escadaria deslumbrante, toda em curvas. Muita gente vai só para olhar, apesar dos 120 mil títulos espalhados pelas imensas prateleiras. Desça até a estação de São Bento (Praça Almeida Garrett, metrô São Bento), erguida no início do século 20 no local de um antigo convento. O átrio tem 20 mil azulejos do pintor Jorge Colaço que resumem a história de Portugal. Rume, depois, para o grande ícone medieval da cidade, a Sé Catedral (Terreiro da Sé, metrô São Bento, 22/205-9028), construída no século 12 em estilo românico. O claustro gótico, do século 14 e com belos azulejos do século 18, é aberto a visitação.
Em seguida, é hora de descobrir o Palácio da Bolsa, um exuberante edifício do século 19 em estilo neoclássico que demorou quase 70 anos para ser concluído. Tem chão em marchetaria com madeira do Brasil e da África, mobiliário em nogueira feito à mão e detalhes em ouro na decoração. O melhor de tudo é o salão árabe, inspirado na espanhola Alhambra. Símbolo comercial do Porto, o Palácio da Bolsa abriga também a Viniportugal, um espaço onde é possível provar gratuitamente vinhos de várias regiões do país. Ao lado fica a gótica Igreja de São Francisco, revestida de talha dourada. Há uma dezena de outras igrejas, mas uma ideia melhor é se embrenhar pelos becos, ruelas e ruas sinuosas até a beira-rio, onde corre o Douro. Ali está um dos mais pitorescos cenários do Porto: o colorido casario da Zona da Ribeira, com as roupas estendidas no varal.
Do lado de lá do rio, já na cidade vizinha Vila Nova de Gaia, outra paisagem emblemática: uma sucessão de caves de vinho do Porto. Atravesse a ponte metálica Luís I e tente chegar a tempo de uma visita e uma prova de vinho. Se preferir, embarque num passeio de barco – um jeito diferente de admirar o Porto. Há saídas da Ribeira a partir de € 10. Várias empresas oferecem o serviço (barcadouro.pt, douroacima.pt, douroazul.com, rentdouro.com e viadouro-cruzeiros.com).
Torre dos Clérigos (Rua São Felipe de Nery, metrô São Bento, 22/200-1729; nov. a mar. 10h/12h e 14h/17h; abr. a jul. 9h30/13h e 14h/19h; ago. 9h30/19h; set. e out. 9h30/13h e14h/19h; € 2 para subir na torre; Cc: nenhum).
Livraria Lello (Rua das Carmelitas, 144, metrô SãoBento, 22/201-8170; 10h/19h30 seg. a sex., 10h/19h sáb.; Cc: nenhum).
Claustro gótico (nov. a mar. 9h/12h15e 14h30/17h15 seg. a sáb., 14h30/17h15 dom.; abr. a out. 9h/12h15 e 14h30/18h seg. a sáb., 14h30/18h dom.; entrada € 3; Cc: nenhum; para ver a igreja, é grátis).
Palácio da Bolsa (Rua de Ferreira Borges, metrô São Bento, 22/339-9000, www.palaciodabolsa.pt; nov.a mar. 9h/13h e 14h/18h; abr. a out. 9h/19h; € 6 a visita guiada; Cc: D, M, V).
Igreja de São Francisco (Rua Infante D. Henrique, metrô São Bento, 22/206-2100; nov. a fev. 9h/17h30; mar. a jun. 9h/19h; jul. a set. 9h/20h; out. 9h/19h; € 3,50; Cc: nenhum).
