Por que Istambul virou a “capital dos gatos”

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A cidade turca atrai, há séculos, hordas de visitantes do mundo todo. Mas, recentemente, os gatos de rua vêm se tornando seu maior público. Os números exatos variam, mas as estimativas sugerem que Istambul seja lar para cerca de 200 mil felinos - e mais da metade deles vive na rua mesmo. 

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A proliferação dos felinos tem relação direta com o combate aos ratos. Istambul há muito tempo é a cidade mais populosa da Europa. Com tanta gente, a cidade convivia com infestações de roedores que encontravam em casas precárias um lugar para se esconder. Ou seja, contar com os felinos tornou-se uma necessidade sanitária.

Mas a aceitação dos gatos se manteve através dos séculos graças à religião. Diferentemente do resto da Europa, onde os gatos chegaram a ser associados à bruxaria, o Império Otomano seguia de forma majoritária  a fé muçulmana e, no Islã, os felinos são celebrados por sua limpeza e pureza,  e podem circular livremente até mesmo pelas mesquitas.

Assim, em Istambul, que já tinha mais gatos que o normal por seu tamanho, os felinos encontraram um espaço acolhedor para se reproduzir em níveis jamais vistos em outros lugares do continente. Hoje, os animais são "cuidados" de forma comunitária pelos moradores dos bairros onde os bichanos circulam.

É comum ver potes de ração e água espalhados pela via pública. Ainda que  não vivam em um ambiente doméstico, os felinos de Istambul costumam ser dóceis e bem acostumados ao convívio com seres humanos – fazendo a festa dos gatófilos que vão à Turquia.

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Mas, para saber mais sobre a íntima relação de Istambul com sua população felina, nem é preciso pegar um voo para a Turquia: em 2016, um documentário local que ganhou repercussão mundial se debruçou sobre essa história. "Kedi", de Ceyda Torun, acompanha a rotina de sete felinos e ouve pessoas que ajudam a cuidar dos animais.