A aurora boreal é um dos fenômenos naturais mais impressionantes do planeta. Mas o que muita gente não sabe é que o Hemisfério Sul também tem sua própria versão: a aurora austral. As auroras acontecem quando partículas solares colidem com o campo magnético da Terra. Essas colisões geram luzes coloridas no céu, visíveis nas regiões próximas aos polos do planeta.
A aurora austral é menos famosa do que sua “irmã” boreal por uma razão geográfica: existem menos áreas habitadas nas latitudes extremas do hemisfério sul, o que dificulta seu registro e popularização entre viajantes e fotógrafos.
As luzes são mais visíveis entre os paralelos 60 e 75. No Hemisfério Norte, essa faixa corta várias regiões povoadas como Alasca, Canadá, Rússia, Islândia e Escandinávia. Já no Hemisfério Sul, essas latitudes estão quase sempre sobre o oceano.
Mesmo com essas limitações, é possível ver a aurora austral em diversas partes do sul do planeta. Com as condições certas — pouca poluição luminosa, céu limpo e atividade solar intensa — o fenômeno pode ser observado, mesmo que com menos frequência.
Em maio de 2024, uma forte tempestade solar, a maior em 20 anos, tornou o fenômeno mais acessível. As luzes da aurora austral puderam ser vistas até em latitudes médias da América do Sul, como o Uruguai e cidades do sul do Brasil, como o Chuí.
Quanto mais ao sul, melhor. Alguns pontos próximos à Antártica têm a melhor condição de visibilidade, como as Ilhas Shetland do Sul ou as Ilhas Orkneys do Sul, dois territórios britânicos. Mas não é preciso ir a esses extremos do planeta : o extremo sul da Patagônia, na Argentina e no Chile, já oferece condições de testemunhar.
Indo para o outro lado do mapa, o fenômeno também é visível em alguns lugares mais meridionais da Oceania. A Tasmânia, na Austrália, e a Ilha Stewart, na Nova Zelândia, são locais indicados, embora com visibilidade geralmente inferior à da Patagônia.