Atualizado em fevereiro de 2019
A 250 km de São Paulo (SP), a serena cidade de Brotas (SP) costuma ficar mais agitada aos finais de semana. O destino, que tem fácil acesso por rodovias duplicadas (para quem vem da capital paulista), atrai turistas pelas suas “aventuras seguras”.
Boa parte da economia local é voltada ao ecoturismo de aventura, o que consequentemente gerou uma gama de opções interessantes para hospedagem e alimentação. Passar dois dias na cidade e aproveitar as principais atrações é uma hipótese totalmente viável para sentir um pouco da adrenalina e aconchego local.
Posto isso, separe o seu par de tênis mais confortável (e que possa molhar), protetor solar, roupas leves e aquela mochila bacana. Vamos otimizar o tempo e aproveitar o que há de melhor em Brotas em dois belos e divertidos dias.
Dia 1: rafting, areia sonora e astronomia
Tome um café da manhã leve, mas reforçado. O carro-chefe (nesse caso, “barco-chefe”) de Brotas é o rafting. A versão mais praticada é a diurna, na qual os botes percorrem um trecho de cerca de 9 km do Rio Jacaré-Pepira e enfrentam corredeiras de níveis 3 e 4 (em uma escala que vai até 6).
É recomendável agendar o passeio com antecedência. Se não for possível, chegue até as 9h em uma das empresas especializadas (sugestões aqui). Os grupos costumam sair às 10h. Uma vez lá, coletes e capacetes são entregues e as explicações de como se portar no bote são devidamente repassadas.
Nem pense em levar câmera ou qualquer equipamento eletrônico no bote com você (a menos que sejam à prova d’água). As agências oferecem guarda-volumes, e eles são bem úteis. Mesmo que você não caia do bote, hora ou outra os remos viram instrumentos para jogar água nos colegas de passeio.
Dica: se você disser que o passeio está “sem emoção”, aí é queda na certa: os instrutores vão dar um jeito de você cair e experimentar a temperatura da água. Impossível sair seco. Após duas horas percorrendo o rio, as equipes são recebidas em terra com boas doses de suco ou chocolate quente e pinga com mel (para os adultos).
Depois de descer o rio, boa parte das calorias consumidas no café já se foi. Hora de repô-las no almoço. Para compensar a adrenalina da manhã, a sugestão é um almoço seguido por um passeio nas dependências do hotel-fazenda Areia que Canta.
Pagando uma taxa de visitação, por pessoa, é possível se alimentar bem no restaurante bufê, que inclui opções de saladas, comida típica de fazenda e doces caseiros.
De estômago cheio, é difícil resistir às redes que ficam à beira da lagoa, bem na frente do restaurante. Aproveite esse tempinho até que saia o próximo grupo para o Circuito das Águas.
A trilha é leve, e guiada. A primeira parada é na nascente da Areia que Canta. A fonte de águas cristalinas, no meio da mata, diverte os turistas com a sensação de flutuação e o som musical que a areia produz.
O passeio segue para o Rio Tamanduá, para chegar até lá é preciso passar pela lúdica Ponte dos Macacos. No Tamanduá, há tempo para brincar e relaxar nas águas do rio. É recomendável levar roupas de banho, mas também é possível percorrer todo o circuito sem se molhar.
Para iniciar a noite, um menu clássico e difícil de errar: pizza. Em Brotas a queridinha é a Boa Pizza, que tem pizzas tradicionais e outras mais sofisticadas, como a de alho poró, berinjela e alcachofra.
Tente jantar cedo. É legal curtir o resto da noite no CEU (Centro de Estudos do Universo). A sessão no planetário, que funciona normalmente aos sábados, dura 50 minutos e tem uma explicação bacana sobre astronomia. Em seguida, os visitantes fazem observações no telescópio: a lua, marte ou saturno são possíveis alvos. Se o céu estiver encoberto, o turista tem o direito a visitar o CEU em outra data, sem custos.
Dia 2: quadriciclo, tirolesa e um bar para terminar o findi
Vista uma calça e um sapato confortável e esteja pronto para se sujar um pouco. O dia começa com um passeio de quadriciclo. O roteiro tradicional tem duração média de 2h30 e pode ser percorrido em veículos de 325 ou 500 cilindradas.
O trajeto, que é feito dentro de uma fazenda, começa em uma trilha de terra e pouco a pouco vai se complicando – em compensação, ficando cada vez mais bonito. Durante o passeio os quadriciclos passam por corredeiras, lamaçais e bem perto de vacas e outros animais.
Com sorte (ou azar, depende do ponto de vista) você topa com uma cobra no meio do caminho. Ao final do passeio, uma caminhada de 15 minutos leva até a Cachoeira Cristal. Para pilotar é preciso ter carteira de habilitação, e os acompanhantes devem ter no mínimo sete anos. Pilotar um quadriciclo exige esforço físico.
A essa altura, já é hora de almoçar. A indicação do almoço é o restaurante Armazém da Roça, que tem ares de bistrô italiano. Com opções típicas da Itália, os pratos são caseiros e as massas são feitas na casa. Lá ainda são vendidos produtos locais, de pequenos produtores da região, e vão desde comidas – como geleias e chocolates – a artesanatos.
A maior tirolesa de Brotas chega a ficar a 110 metros do chão e tem duas quedas, uma de 500 metros e outra de 800 metros. A velocidade varia de acordo com o peso da pessoa e com o vento, mas pode chegar a 60 quilômetros por hora. A descida pode ser individual ou em dupla. E os mais radicais podem “voar” presos pelas costas, diferente do voo convencional, que é sentado. Nessa hora, vale a pena deixar o medo de lado e curtir o vento na cara e o visual, que é incrível.
A taxa da tirolesa inclui o “day use” no Parque Aventurah. Os turistas podem aproveitar a piscina, descansar nas redes ou fazer atividades como pesca e slackline. O parque também oferece atividades avulsas como arvorismo, caiaque, aquaball, escalada e arco e flecha.
Você provavelmente vai estar cansado no final do dia. Agora é hora de relaxar. O point da noite é o Brotas Bar. O bar no estilo Hard Rock Cafe tem os esportes radicais como tema e um menu que atende a todos os paladares e intenções: porções, saladas, caldos, massas, grelhados e sobremesas. Para beber: chope e drinks variados. Não sabe por onde começar – ou quem sabe, terminar esse roteiro? Os bolinhos de queijo coalho são uma boa pedida.
*A repórter viajou a convite da Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo (APRECESP).