A mais hedonista e liberal cidade europeia também é um importante hub aéreo, com diversos voos chegando e partindo do moderno aeroporto de Schiphol. Se estiver a negócios, simplesmente passando pela cidade ou explorando este lado da Europa, não deixe de dedicar pelo menos 48 horas em Amsterdã.
Dia 1
Chove lá fora e está ventando. Cenário típico holandês. Mas apesar de seu hotel ser um charme, deixe de preguiça e comecemos o dia.
Caminhe pela rua Rokin, observando o movimento das calçadas e das ruas, com bondes, bicicletas e carros disputando cada palmo do asfalto. Faça um pequeno desvio, dando um pulo no agradável Begijnhof, um conjunto de casas históricas construído em torno de um pátio medieval.
Continue então sua caminhada até a altura da praça Dam, a principal da cidade e que abriga diversos monumentos e edifícios históricos. É ali que encontra-se o Palácio Real e o Monumento Nacional, obelisco em homenagem aos soldados holandeses da Segunda Guerra Mundial, por exemplo.
Vire à esquerda, e vá até a Casa de Anne Frank. Conheça aqui a comovente história da adolescente judia que viveu na Holanda ocupada pelos nazistas. Por anos ela e sua família esconderam-se neste exato imóvel, até serem descobertos e enviados para campos de extermínio, onde ela pereceria. O retrato de sua juventude presente em seus diários é um poderoso testemunho daquele período.
Para espairecer um pouco, caminhe despreocupadamente pelos canais Prinse, Keizer e Heren, observando a fachada das casas burguesas e suas enormes janelas. Faça uma pausa no agradável Café Luxembourg para um rápido almoço.
De lá, pegue o bonde #2 até o Rijksmuseum, o museu número um de Amsterdã, e suas veneráveis galerias de arte. Por um período de cem anos, a sociedade holandesa consumiu pinturas loucamente, bancando a carreira de mestres como Jan Steen, Carel Fabritius, Jan Vermeer e Frans Hals. Nenhum, porém, foi maior e mais prolífico que Rembrandt van Rijn. Sua obra-prima A Ronda Noturna não só é a principal atração do museu, mas também um símbolo da arte do país. O museu abriu suas portas há mais de 200 anos e, além de ser um dos pontos centrais da arte e história holandesa, tem uma localização privilegiada: a Museumplein, a praça dos museus, um dos lugares mais grandiosos e fotogênicos da capital.
Depois dessa aula intensiva de história da arte, vamos tratar de assuntos mais amenos no Heineken Experience, localizado na primeira cervejaria construída pela marca. Não se trata da melhor cerveja que os holandeses conseguem produzir, mas é um divertido passeio etílico mesmo para quem não bebe.
Aproveitando o clima bem descontraído, caso seu inglês esteja bem afiado não perca o engraçadíssimo show da trupe Boom Chicago. Muito improviso, raciocínio rápido e humor cínico e mordaz o farão passar mal. Você pode optar por jantar aqui mesmo ou nas diversas boas casas ao redor da praça Leidseplein. Daqui, os comportados vão para a cama e os espevitados para a Red Light District.
Boa noite!
Dia 2
Comece o dia bem, com pães fresquinhos, um maravilhoso queijo gouda maturado (todo amarfanhado e amarelo; os lisinhos são jovens e sem graça) e um copo de leite de vaca holandesa (que eles chamam de gado da Frísia) com café Java, que os holandeses ajudaram a popularizar pelo mundo.
Exercite as pernas no Vondelpark, o maior e mais interessante parque público da cidade. Não bastassem os bem cuidados jardins, lá está um microcosmo da sociedade local, repleta de hippies tardios, rapazes e garotas brincando de hóquei na grama e jovens mães levando sua prole para tomar um banho de sol. Aproveite para andar de bicicleta por ali e curtir as atrações culturais. E, se achar pelo caminho um vendedor de stroopwaffle, um biscoito recheado de caramelo, pare, compre vários e delicie-se.
Caminhando poucas quadras você chega ao interessante Museu Stedelijk, com um bom acervo de arte moderna e contemporânea, incluindo obras de artistas como Cézanne, Picasso e Chagall. Ainda nesta toada cultural, aproveite para conhecer uma das belas igrejas da cidade como a Westerkerk ou a Oude Kerk. Almoce nas proximidades, como os holandeses: um sanduíche rápido.
Tome então o rumo para o Museu Van Gogh para curtir a arte do pintor mais pop da Holanda. Tão colorida como suas furiosas pinceladas foi sua própria vida. Já seu formidável legado artístico só pode ser plenamente apreciado ao vivo, o que torna este passeio imperdível.
Praticamente do outro lado da rua está a Casa Bols, da famosa fabricante de licores. Teste aqui seus sentidos e receba um coquetel exclusivamente feito para você.
Está na hora de jantar e nada como experimentar algo pouco comum: comida indonésia. Por séculos este país esteve sob domínio holandês e uma importante comunidade instalou-se em Amsterdã. Difícil escolher entre os bem interessantes Blauw (junto ao lado oeste do Vondelpark) e Indrapura (em Rembrandtplein), ambos com pratos como gado gado e satay. além dos menu-degustação rijsttafel.
Para terminar sua rápida passagem por Amsterdã, nada como uma perspectiva um pouco diferente da cidade. Num país tão plano e de casas tão baixas, suba até o bar Twenty Third do Hotel Okura para um panorama geral dos canais e telhados da cidade. Certamente uma forma bem suave e classuda de se despedir da cidade.
Se tiver um dia a mais…
Não deixe de passar na Casa de Maurício de Nassau, em Haia, para conhecer um dos melhores pequenos museus da Europa; o conjunto de moinhos de Kinderdijk, próximo a Roterdã; ou o parque de flores De Keukenhof, desde que você esteja por aqui na primavera.
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