Por Adrian Medeiros
Atualizado em 8 dez 2016, 09h52 - Publicado em 26 out 2011, 15h42
Fazer turismo na Bolívia exige certo preparo (físico e mental). Essa nação de fortes tradições indígenas costuma assustar os que estão acostumados ao turismo fácil de outros países sul-americanos. Estradas e vias públicas em péssimo estado de conservação, cidades com trânsito caótico e uma rede hoteleira que muitas vezes se resume a um pequeno estabelecimento sob administração familiar são alguns dos obstáculos a se superar para conhecer um país belíssimo e único.
Aos poucos, o susto vai dando lugar ao encantamento (aliada a uma boa dose de paciência) e os olhos começam a testemunhar a beleza de cidades coloniais como Potosí, cujo centro histórico foi declarado pela Unesco um Patrimônio Histórico da Humanidade, ou a experiência única de cruzar áreas desérticas do sul do país, como os que viajam por terra entre o salar do Uyuni e o deserto do Atacama, no vizinho Chile. La Paz é uma das principais portas de entrada para o país via aérea. Sua proximidade com sítios fantásticos, como o lago Titicaca e Tihuanaco, além de picos andinos fabulosos, fazem dela um centro logístico ideal.
O cenário formado por imensas placas de sal, vulcões, gêiseres e lagoas é capaz de apagar todos os efeitos colaterais que uma viagem a Bolívia possa causar. Seu rico passado nativo, aliado às heranças hispânicas, concedem ao visitante lições preciosas de história
Nota: tome cuidado com os efeitos da altitude e exposição demasiada ao sol em alta altitude e nos salares. La Paz, por exemplo, está a 3600 metros acima do nível do mar e o baixo nível de oxigênio pode lhe trazer tonturas e dor de cabeça. Evite comer em qualquer lugar, pois em muitas partes do país as regras de higiene não são das mais exigentes. Preste atenção também nas condições de manutenção de seus meios de transporte, sempre embarcando com companhias confiáveis.
COMO CHEGAR
Há poucas opções de voos diretos do Brasil para a Bolívia. Varig/Gol e TAM voam para Santa Cruz, mas se seu destino for La Paz ou Sucre a rota terá que.
Via terrestre, as rotas de entrada clássicas são por San Pedro de Atacama, no Chile, adentrando a Reserva Natural Eduardo Avaroa, e por Corumbá, no Brasil, para pegar o trem entre Quijarro e Santa Cruz, o famoso trem da morte. É bom frisar que a fronteira entre Bolívia e Chile está constantemente bloqueada, pelos mais variados motivos, de mal tempo à greves. Apesar de esta ser a melhor rota para combinar passeios entre Uyuni e o Atacama, é bom checar esta questão antes de embarcar ou junto ao seu agente de viagem.
COMO CIRCULAR
O transporte público na Bolívia não é dos melhores, assim como boa parte de sua infraestrutura viária. Muitas estradas têm manutenção precária, péssima sinalização, vários motoristas não respeitam as leis básicas de trânsito e uma fatia considerável da frota é bem antiga. Portanto, fora das grandes cidades, esqueça o aluguel de carro. Para se deslocar dentro do país a melhor opção são os ônibus, principalmente os bus-cama, do tipo leito. Se não achar um assento disponível, as alternativas são os convencionais, baratos, mas, na maioria das vezes, desconfortáveis. Uma rota que pode ser coberta completamente desta maneira é a que vai de La Paz a Oruro, de ônibus (aproximadamente 4h de viagem), e de lá para Uyuni, de trem (mais 7 horas). Cheque os horário da malha ferroviária no site da FCA (www.fca.com.bo).
Fora do estilo mochilão, vale a pena investir em uma excursão fechada. Motoristas experientes e acostumados às estradas guiando off-roads com ar condicionado serão um pequeno luxo tanto em termos de conforto como de segurança.
De avião, há algumas companhias como a Tam (Transporte Aéreo Militar, www.tam.bo), uma das mais baratas e confiáveis, voando trechos entre as principais cidades da Bolívia.