Ainda que os exigentes austríacos sempre afirmarão o contrário, a Áustria é um daqueles lugares onde os problemas parecem não chegar. Com um dos melhores índices de qualidade de vida da Europa (ou seja, do mundo), o país tem paisagens que não parecem de verdade: picos nevados e esbeltos, bosques verdinhos, lagos cristalinos. Numa viagem de trem pelo interior, pequenos vilarejos de casinhas de telhados pontudos se alternam com fazendas que lembram presépios. Nesse cenário idílico ainda há cidades magníficas, como Innsbruck, Salzburgo e nada menos que Viena, uma das capitais mais imponentes e belas de todo o Velho Mundo. Com trens modernos e pontuais, estradas impecáveis, belíssimos vinhos brancos e gente receptiva, esta pequena nação onde nasceram gênios como Mozart e Klimt (bom, Arnold Schwarzenegger também, mas a gente dá um desconto) compensa com folga a distância do mar e não faz feio entre a vizinhança peso-pesado formada pela Itália, a Suíça, a Alemanha, entre outros.
Antigo centro do outrora poderoso Império Austro-Húngaro dos Habsburgo, a Áustria nos legou uma doce musicalidade nas valsas de Strauss, na genialidade de Mozart ou, mesmo que indiretamente, no açucarado doremifá de A Noviça Rebelde. De seus cafés surgiram ideias e debates de gente como Freud, entretidos com doces maravilhosos como o apfelstrudel e a torta de chocolate Sacher. Das montanhas e lagos do distrito de Salzkammergut ao romântico passeio de barco pelo Danúbio, de um dos melhores museus do mundo, o Kunsthistorisches Museum, ao garboso palácio Schonbrunn, essa é uma terra que vai lhe marcar.
A ÁUSTRIA É CONHECIDA POR…
As melodias de Mozart, Schubert, Mahler e Haydn, excelentes esquiadores, a imperatriz Sissi, schnitzel e a torta Sacher, os palácios e museus de Viena, a habilidade de Niki Lauda e, oh, Arnold Schwarzenegger.
EXPERIÊNCIAS OBRIGATÓRIAS
– Fazer um pit-stop básico em um dos charmosos cafés vienenses;
– Realizar um tour pelas montanhas e lagos de Salzkammergut, um cenário dos sonhos;
– Conhecer as videiras, castelos e paisagens do Vale Wachau, patrimônio da humanidade listado pela Unesco;
– Investir um bom tempo na cena cultural de Viena, com sua ópera, belos palácios e museus de primeiríssima linha;
– Pedir um schnitzel (um tipo de milanesa) para o almoço e um apfelstrudel (torta de maçã) de sobremesa;
– Passear pelos jardins e Centro Histórico de Salzburgo.
SUGESTÃO DE ROTEIRO
Inicie sua jornada por Viena. Em três dias você terá tempo de conhecer suas principais atrações: durante o dia, visite os palácios Schonbrunn e Hofburg, os museus do Museum Quartier, o de História da Arte e o Albertina e o compacto centro histórico; à noite, escolha alguns concertos, os meninos cantores de Viena ou os cavalos da Real Escola de Equitação. De lá, faça um passeio calmo (de bicicleta, barco ou carro) pelo Wachau, com paradas em Krems, Melk e Dürnstein, ou qualquer outro lugar que der na cabeça. Dali, passe um ou dois dias explorando Salzkammergut, escolhendo como base cidadezinhas como St. Wolfgand, Bad Ischl ou Gmunden e visitando Hallstatt e Obertraun.
A próxima parada será em Salzburgo, onde duas noites serão suficientes para curtir suas igrejas e castelo. Ao sul da cidade, os fanáticos por história poderão conhecer Berchtesgaden, o “ninho da águia”, refúgio de Hitler nas montanhas do Tirol. Com contornos um pouco mais amenos, siga a oeste e encontre Innsbruck, sede dos jogos olímpicos de inverno de 1964 e 1976,ótimo ponto para explorar as montanhas da região.
COMO CHEGAR
Não há voos diretos entre o Brasil e a Áustria, mas companhias como TAP, Iberia, British Airways, Air France, KLM, Swiss e Alitalia, oferecem conexões práticas para destinos como Viena, Innsbruck e Salzburgo. Do aeroporto de Viena (www.viennaairport.com), você pode pegar o CAT (City Airport Train) numa viagem de apenas 15 minutos até a estação central Wien Mitte. Se já estiver na Europa, uma outra opção prática são os pontuais e confortáveis trens operados pela companhia OBB, cuja malha cobre boa parte do país indo também aos países vizinhos, incluindo composições noturnas.
COMO CIRCULAR
O melhor jeito de circular pelo país é utilizando os serviços ferroviários da OBB. Algumas rotas de ônibus chegam a destinos mais isolados em Wachau e Salzkammergut. Para quem quer algo mais relaxado, chegando a rincões espetaculares entre vales e montanhas, vale alugar um carro.
ONDE COMER
Não há mistérios na hora de escolher um bom restaurante na Áustria. Comidas típicas incluem o schnitzel, um tipo de bife a milanesa, salsichas tirolesas e sopas. Como capital e centro político do Império Austro-Húngaro, o país recebeu influência de várias partes da Europa, absorvendo pratos que vão do goulash à polenta do norte italiano, de massas do Adriático ao café trazido pelos turcos. Aliás, este é um capítulo à parte no país. Charmosos cafés, outrora casa de intelectuais e artistas, são uma atração em si, principalmente em Viena, onde tortas — algumas clássicas, como o a Sacher — fazem a felicidade dos comensais.
Há bons restaurantes, para todos os bolsos e gostos, em todas as cidades turísticas do país. Nas que oferecem pratos locais, não deixe de experimentar embutidos com chucrute e uma boa cerveja, ensopados com uma espécie de capeletti e carnes com batatas assadas. Também não faltarão opções de cozinhas especializadas, como japonesa, italiana, chinesa ou francesa.
Na hora de beber, não deixe de experimentar alguns bons vinhos brancos do Vale do Danúbio.
QUANDO IR
Para esquiar, a melhor época é entre o Natal e meados de fevereiro, Programe-se com antecedência. O período entre maio e outubro costuma ter o melhor tempo, as cidades estão animadas e a temperatura fica bem agradável, tanto nas montanhas como nas partes baixas. Se pretende ir ao Festival de Salzburgo, programe-se com bastante antecedência, incluindo ingressos e reservas de hotéis.
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