Viena: Palácio Belvedere é museu imperdível – e ele não está sozinho

Oito séculos de história austríaca são representados pelo acervo artístico do Belvedere

Por Valentina Bressan
Atualizado em 23 nov 2024, 14h23 - Publicado em 23 nov 2024, 12h00
Palácio Upper Belvedere é um dos mais antigos museus públicos do mundo (Arno Senoner/Unsplash)
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Visitar edifícios históricos é uma das melhores maneiras de conhecer mais sobre o passado de um destino. Em Viena, boa parte dessa experiência fica por conta de uma ida ao Palácio Belvedere, que preserva a arquitetura barroca do século 18 e ainda funciona como museu, exibindo obras de artistas como Klimt, Munch e Rodin.

O Palácio Belvedere abriu as portas como museu em 1777. Na realidade, são duas estruturas diferentes: o Belvedere Inferior (Lower) e o Belvedere Superior (Upper), ligados por jardins que também podem ser visitados. E tem ainda o Beldevere 21, dedicado à arte contemporânea.

Conheça mais da história do Palácio e saiba como visitá-lo a seguir.

História de Belvedere

O Príncipe Eugênio de Saboia, parte da dinastia dos Habsburgo, foi o responsável pela criação do Belvedere: em 1712, solicitou ao arquiteto Johann Lukas von Hildebrandt que projetasse um palácio de veraneio, erguido ao longo de mais de uma década.

Com a morte do príncipe, o complexo de palácios foi comprado por Maria Teresa da Áustria, que governou o Império durante 40 anos. Foi nesta época que o Belvedere tornou-se um dos primeiros museus públicos do mundo.

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Detalhes arquitetônicos no palácio (Jasmin Rath/Unsplash)

O local também foi palco para grandes acontecimentos da história europeia: a recepção de casamento de Maria Antonieta, em 1770, com o herdeiro da França que viria a ser Luís XVI; e a assinatura do Tratado do Estado Austríaco, que garantiu a independência da Áustria, em 1955, após a anexação pela Alemanha nos tempos do nazismo.

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Nesse meio tempo, os palácios chegaram a ser parcialmente destruídos durante a Segunda Guerra Mundial, mas passaram por renovações. Desde 2002, o pavilhão de arte moderna – hoje conhecido como Belvedere 21 – funciona como anexo do Palácio.

Arte: da Idade Média ao contemporâneo

A grande estrela da coleção de arte do Upper Belvedere são as pinturas de Gustav Klimt. O Beijo, que data de 1908, é a mais conhecida delas e também é considerada a obra austríaca mais famosa. Ao todo, são 24 peças do artista expostas no Palácio.

O acervo do Belvedere percorre séculos da história da arte austríaca. De esculturas que marcam o início da Renascença até pinturas do modernismo dos anos 1920, o passeio pelas galerias permite conhecer a efervescência artística de Viena ao longo dos anos.

Planeje sua visita

Logo na chegada ao Palácio, os jardins em estilo francês chamam atenção – e rendem ótimas fotos. São considerados entre os mais bonitos do período Barroco. Há canteiros simétricos no trecho que conecta os dois palácios, bem como espelhos d’água, degraus e plantas típicas deste estilo de paisagismo.

Outra opção cênica é a parte da frente do Belvedere Superior, onde fica um lago que, dependendo da luz, reflete a fachada do prédio.

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Jardins são um dos atrativos do lado externo, com o Lower Belvedere ao fundo (daniel plan/Unsplash)

Nos saguões dos Palácios, vale desviar a atenção dos quadros por alguns minutos para olhar para cima: diversos afrescos foram pintados nas paredes e no teto dos saguões ainda no século 18, e permanecem decorando os espaços.

Além das obras de Klimt, a pintura mais famosa de Napoleão, intitulada Napoleão cruzando os Alpes, de Jacques-Louis-David, está exposta no Belvedere. Outra coleção que atrai visitantes são os bizarros bustos de Messerschmitt, escultor austríaco que viveu em Viena.

Vale consultar o calendário de eventos local: no Belvedere 21, filmes e concertos fazem parte da programação. Anualmente, de novembro a dezembro, o Belvedere também recebe um dos Mercados de Natal de Viena. O palácio serve de cenário para estandes que vendem artesanato e pratos típicos.

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Belvedere 21 opera como anexo para arte contemporânea, vizinho ao Upper Belvedere (C.Stadler/Bwag; CC-BY-SA-4.0/Wikimedia Commons)
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Há uma série de tours guiados pelas obras do Belvedere: são oferecidas desde opções que buscam explicar os períodos artísticos retratados nas obras em uma linguagem simples até visitas guiadas em linguagem de sinais. Os tours devem ser agendados com antecedência.

Para famílias, a recomendação é baixar o aplicativo Fantastic Palastics – lançado em 2023, o jogo de realidade aumentada permite ver as espécies inusitadas de animais que viviam no Palácio na época do príncipe Eugênio de Saboia.

Durante o ano inteiro, há um café disponível no palácio, aberto das 9h às 19h.

Ingressos

O Belvedere Superior fica aberto diariamente, das 9h às 18h. Os ingressos saem por 17,50 euros pelo site (se comprados no local, o preço passa para 20 euros).

A entrada no Belvedere Inferior custa 14,60 euros (17 euros no local). O horário de funcionamento diário vai das 10h às 18h.

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Já o Belvedere 21 tem uma entrada a 9,30 euros. O museu fica aberto de terça a domingo, das 11h às 18h. Nas quintas-feiras, o horário é estendido até às 21h.

Crianças e jovens com menos de 19 anos têm entrada gratuita.

Existem opções de pacotes de ingressos, que podem incluir visita aos três locais ou apenas ao Belvedere Inferior e Superior. O combo para entrada nos três museus custa 28,20 euros.

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Além das obras de arte, interior chama atenção pela decoração e afrescos (Tudor Baciu/Unsplash)

A entrada nos jardins é gratuita, mas o horário de funcionamento varia de acordo com a estação do ano. Há um jardim de esculturas próximo ao Belvedere 21, mas este setor estará fechado até abril de 2025.

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Também é preciso apresentar ingresso para entrar no Alpine Garden, que fica aberto ao público do final de março até o início de agosto, período de florescimento das espécies preservadas ali. O valor para entrada é de 4 euros.

É preciso reservar o horário desejado de visita para grupos com mais de 10 pessoas.

Como chegar até o Palácio

O Belvedere fica próximo do centro de Viena, o que facilita o acesso por transporte público. Há estacionamento para bicicletas e para carros na região – para carros, há desconto no Palais Schwarzenberg e na Garage Schwarzenbergplatz.

Para quem vai de trem, a estação Quartier Belvedere é a mais próxima. Os trams, bondes que circulam por Viena, são outra opção de locomoção. Nesse caso, desembarque na estação Schloss Belvedere.

Ainda dá para chegar de metrô: a estação Südtiroler Platz/Hauptbahnhof fica a cerca de 15 minutos de caminhada do Belvedere Superior.

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