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Um micropaís no meio da Itália: conheça San Marino

Considerado o mais antigo Estado Nacional do mundo, San Marino permite o acesso de viajantes vindos da Itália sem burocracia

Por Gabriel Bortulini
1 jun 2024, 10h00

A Sereníssima República de San Marino ou, simplesmente, San Marino, é um microestado independente completamente envolto pela Itália. Como uma pequena cidade encravada em outro país, tem uma população de cerca de 34 mil habitantes.

Localizado nos Apeninos, a nordeste da península itálica, San Marino faz fronteira com as províncias italianas da Emilia-Romagna e das Marcas (le Marche). Trata-se de uma região montanhosa, incrustada no monte Titano, com as paisagens fortemente marcadas por essa característica. Da cidade de Bolonha até San Marino são 130 quilômetros.

Além da peculiaridade do tamanho, San Marino tem uma distinção que a torna um destino atrativo para os aficionados da história: é considerado o mais antigo Estado Nacional do mundo entre aqueles que existem ainda hoje. Sua fundação data de setembro do ano 301, pelo diácono Marinho – ou Marinus, no idioma latino.

A pequena população se divide em nove cidades, também conhecidas como Castelli ou, ainda, comunas, incluindo a capital, homônima com o país. Apesar da independência, para quem estiver na Itália e quiser visitar o país não há muita estranheza: o idioma oficial é o italiano e o euro é a moeda utilizada na micronação, mesmo que San Marino não faça parte da União Europeia.

Também não há uma burocracia específica para cruzar a fronteira por terra. San Marino está de portas abertas para todos aqueles que ingressaram legalmente na Itália.

Um microestado peculiar onde o governo dura um semestre

Uma particularidade do país é sistema político. Não há uma Constituição escrita, codificada em um documento único. O marco legal é inteiramente baseado nos Estatutos de 1600 e na Declaração dos Direitos do Cidadão, de 1974.

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San Marino é uma república parlamentarista. Seu órgão legislativo, o Conselho Grande e Geral, é presidido por dois Capitães Regentes (uma diarquia). Eles são, de maneira conjunta, os Chefes de Estado por um prazo de apenas seis meses, com a troca de poder acontecendo a cada 1º de abril e 1º de outubro, no Palazzo Pubblico.

Turismo puxa a economia de San Marino

O microestado possui uma das maiores rendas per capita da Europa. A proximidade com o porto de Rimini, no mar Adriático, torna o turismo uma das principais fontes de renda do país, além das cerâmicas e dos bancos. Suas propriedades rurais cultivam uvas e cereais e seus campos servem à criação de ovinos.

Aliadas à paisagem montanhosa, as construções medievais são grandes pontos turísticos. As três torres (Guaita, Cesta e Montale), situadas nos picos do monte Titano, estão representadas no brasão da bandeira san-marinense.

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A Basílica de San Marino, como o nome indica, é dedicada ao santo padroeiro do micropaís. O prédio atual foi concluído em 1838, no mesmo local de uma igreja mais antiga, do século VII (Visit San Marino/Divulgação)

As suas igrejas também são famosas. A Basílica de São Marino guarda as relíquias do patrono fundador da cidade. A igreja de São Pedro possui leitos esculpidos em pedra que abrigam os restos mortais de São Marino e São Leão.

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As ruas centrais mantêm a cultura e a arquitetura de séculos. Assim como o monte Titano, o Centro Histórico está listado como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

O país também ficou conhecido pelo automobilismo. Batizou o Grande Prêmio de San Marino, que até 2007 fez parte do calendário do Campeonato Mundial Fórmula 1.

No entanto, o circuito se localizava fora de suas fronteiras: na cidade de Ímola, na Itália, a cerca de 100 quilômetros de distância do micropaís. Mesmo com a incongruência geográfica, o nome San Marino ficou gravado na memória dos brasileiros por ser o GP onde ocorreu o acidente fatal de Ayrton Senna, em 1994.

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