Quem chega a Puerto Madryn pela estrada já vislumbra à distância animais como guanacos, lebres patagônicas, flamingos e gaivotas, dentre outras mil espécies que compõem a fauna da região. Mas o que realmente atrai a maioria dos turistas está em exibição nos quase 4 mil km² de enseadas e falésias que recortam a Península Valdés, uma das áreas naturais da Argentina que fazem parte da lista de Patrimônios da Humanidade da Unesco.
Durante todo o ano, podem ser encontradas ao longo da costa colônias de golfinhos, lobos-marinhos e elefantes-marinhos, além de pinguins que marcam presença em Punta Tombo, um destino logo ao sul de Puerto Madryn. Mas essa também é, segundo os especialistas, a melhor região do mundo para observação de baleias, que se concentram ali em determinadas épocas do ano para se reproduzirem e passarem os primeiros meses de vida de seus filhotes.
Entre março e maio, as orcas marcam presença na região para ensinar os seus filhotes a caçarem. Com apenas um pouco de sorte, o viajante pode presenciar ao vivo um desses momentos, que normalmente só são vistos em documentários sobre a natureza. Além disso, em algumas praias é possível flagrar os animais no máximo de sua ousadia, utilizando uma tática que só é observada nessa parte do mundo: apesar do perigo de encalharem, as orcas se jogam sobre a areia para abocanhar as focas.
Entre junho e dezembro, é a vez das baleias-francas aparecerem nadando ao lado de suas crias. Esses animais, que chegam a 47 toneladas e 15 metros de comprimento, podem ser vistos em passeios de barco pelo Golfo Nuevo, perto da cidadezinha de Puerto Pirámides – as chances de avistá-las são mais altas aqui do que em qualquer outro lugar do mundo. Em 2021, o fotógrafo Maxi Jonas, que mora em Puerto Madryn, capturou com um drone o balé de uma baleia-franca que chega a dar uma batidinha na prancha de stand up paddle. Veja o vídeo a seguir:
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Qual é a melhor base?
Vale a pena usar Puerto Madryn, que recebe voos diretos de Buenos Aires da Aerolíneas, como base para ver a vida marinha na Província de Chubut. A cidade abriga hotéis confortáveis como o Hotel Península Valdés, o Rayentray, o Tolosa e o Dazzler by Wyndham, além de hostels econômicos como El Gualicho e La Tosca. Esse também é o lugar com mais opções de restaurantes, entre eles o de frutos do mar El Almendro, a pizzaria Giuseppe e o de comida mediterrânea Cantina El Nautico. Por fim, quem não alugar carro consegue se virar bem nos tours vendidos pelas agências locais.
Os passeios de barco saem de Puerto Pirámides, 94 quilômetros ao norte. Ali há pousadas como o Del Nómade Eco-Hotel e alguns imóveis disponíveis para locação através do Airbnb.
Outra cidade para se usar como ponto de partida é Trelew, 65 quilômetros ao sul de Puerto Madryn. Embora tenha menos infraestrutura turística, ela também recebe voos da Aerolíneas. Você ficará a uma distância maior da praia de onde partem as avistagens de baleias, mas estará mais perto – o correto seria dizer “menos longe”, porque ainda assim são 120 quilômetros – de Punta Tombo, lugar que chega a abrigar um milhão de pinguins de uma única vez. De Trelew é possível esticar a viagem até El Calafate em voos diretos.
Independente da base que escolher, vale fazer um bate e volta é a Praia El Doradillo, a 15 quilômetros de Puerto Madryn e a 80 quilômetros de Trelew. Trata-se de uma área de proteção ambiental com águas calmas que atrai baleias e seus filhotes. A observação pode ser feita da costa ou do mirante de Punta Flecha.
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