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Os mistérios da Ilha de Páscoa

Um dos lugares mais isolados do mundo guarda os enigmáticos moais - esculturas rochosas que podem pesar mais de 80 toneladas

Por Luana Pazutti
Atualizado em 14 ago 2024, 11h33 - Publicado em 14 ago 2024, 10h00

Situada na região oceânica da Polinésia, no Pacífico Sul, a Ilha de Páscoa é um dos lugares habitados mais remotos do mundo e ficou conhecida pelos mistérios que permeiam as suas origens. A região vulcânica pertence ao Chile – embora fique a 3,7 mil quilômetros da costa – e abriga sítios arqueológicos e bonitas paisagens naturais.

História da Ilha de Páscoa

Em abril de 1722, em pleno domingo de Páscoa, o navegador holandês Jacob Roggeveen desembarcou na região, que foi nomeada por conta do feriado cristão. A história dessas terras, contudo, começou muito antes disso.

A pequena ilha montanhosa surgiu há três milhões de anos, a partir da erupção de três vulcões atualmente inativos. Não se sabe ao certo quando os primeiros habitantes chegaram ao local, mas registros apontam que a ocupação por polinésios ocorreu entre os anos 300 e 400 d.C.

As primeiras civilizações nativas eram chamadas de Rapa Nui, mesmo nome pelo qual conheciam a ilha, que também era apelidada de “Te Pito O Te Henúa” ou, em português, “Umbigo do Mundo”.

A hipótese mais provável é que elas tenham migrado a partir das Ilhas Marquesas, a quase quatro mil quilômetros de distância. A sobrevivência desses povos na região se deu a partir da exploração dos recursos naturais e do cultivo de alimentos.

Quando os holandeses chegaram, cerca de 70% da população local já havia desaparecido devido ao esgotamento de recursos, que resultou em disputas sangrentas entre os diferentes clãs que residiam na região.

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As epidemias trazidas pelos europeus e, mais tarde, a escravização de nativos para servirem no Peru ocasionaram ainda mais baixas. Até que, em 1888, o Chile incorporou a ilha ao seu território. Os rapanuis, contudo, tornaram-se cidadãos chilenos somente 78 anos depois.

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Para além dos moais, destino combina campos bucólicos e o mar no horizonte (Emerson Moretto/Unsplash)

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O mistério dos moais

Com origens polinésias, o povo Rapa Nui ficou conhecido principalmente pela construção dos moais, grandes esculturas monolíticas espalhadas por diversos pontos da Ilha de Páscoa.

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Existem em torno de 900 moais, sendo que dezenas deles estão inacabados. Cada um levava em torno de seis meses para ser finalizado e pesava até 80 toneladas.

A maioria deles eram talhados horizontalmente, a partir das rochas do vulcão extinto Rano Raraku, erguidos e depois levados ao local onde ficariam instalados.

A construção dos Moais pode até não ser um grande enigma. O mistério, que ainda intriga pesquisadores, é o transporte. Como levantar e, ainda, mover 80 toneladas de rochas?

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Acredita-se que os Moais possam ser homenagens a grandes chefes ancestrais (Stephanie Morcinek/Unsplash)
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Uma das teorias diz que era preciso cerca de 60 guerreiros rapanuis para transportar cada escultura, com o auxílio de troncos de árvores. O processo não foi testado, mas há algo que embasa a teoria: a extinção de todas as árvores da ilha.

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A motivação para tanto trabalho tem raízes mitológicas. Acredita-se que os imensos blocos de pedra homenageavam chefes ancestrais. Na época, eles eram vistos como descendentes dos deuses, cujos poderes protegiam a humanidade. Isso explica até a posição em que as obras eram colocadas: de costas para o mar e de frente para as comunidades.

Mas essa não é a única história fantástica da Ilha de Páscoa. O primeiro rei da ilha, Ariki Hotu Matua, teria chegado à região com uma enorme pedra presenteada pelas divindades. Chamada de Umbigo de Luz, ela pode ser visitada e supostamente esconde propriedades magnéticas: algumas pessoas afirmam que ela é capaz de interferir, por exemplo, no funcionamento das bússolas.

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Ilha pertence ao Chile, mas fica a quase 3,7 mil quilômetros do continente (Hal Cooks/Unsplash)

Veja mais informações sobre a visitação no site do Parque Nacional Rapa Nui, administrado desde 2018 pelos próprios povos originários.

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