Situada na região oceânica da Polinésia, no Pacífico Sul, a Ilha de Páscoa é um dos lugares habitados mais remotos do mundo e ficou conhecida pelos mistérios que permeiam as suas origens. A região vulcânica pertence ao Chile – embora fique a 3,7 mil quilômetros da costa – e abriga sítios arqueológicos e bonitas paisagens naturais.
História da Ilha de Páscoa
Em abril de 1722, em pleno domingo de Páscoa, o navegador holandês Jacob Roggeveen desembarcou na região, que foi nomeada por conta do feriado cristão. A história dessas terras, contudo, começou muito antes disso.
A pequena ilha montanhosa surgiu há três milhões de anos, a partir da erupção de três vulcões atualmente inativos. Não se sabe ao certo quando os primeiros habitantes chegaram ao local, mas registros apontam que a ocupação por polinésios ocorreu entre os anos 300 e 400 d.C.
As primeiras civilizações nativas eram chamadas de Rapa Nui, mesmo nome pelo qual conheciam a ilha, que também era apelidada de “Te Pito O Te Henúa” ou, em português, “Umbigo do Mundo”.
A hipótese mais provável é que elas tenham migrado a partir das Ilhas Marquesas, a quase quatro mil quilômetros de distância. A sobrevivência desses povos na região se deu a partir da exploração dos recursos naturais e do cultivo de alimentos.
Quando os holandeses chegaram, cerca de 70% da população local já havia desaparecido devido ao esgotamento de recursos, que resultou em disputas sangrentas entre os diferentes clãs que residiam na região.
As epidemias trazidas pelos europeus e, mais tarde, a escravização de nativos para servirem no Peru ocasionaram ainda mais baixas. Até que, em 1888, o Chile incorporou a ilha ao seu território. Os rapanuis, contudo, tornaram-se cidadãos chilenos somente 78 anos depois.
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O mistério dos moais
Com origens polinésias, o povo Rapa Nui ficou conhecido principalmente pela construção dos moais, grandes esculturas monolíticas espalhadas por diversos pontos da Ilha de Páscoa.
Existem em torno de 900 moais, sendo que dezenas deles estão inacabados. Cada um levava em torno de seis meses para ser finalizado e pesava até 80 toneladas.
A maioria deles eram talhados horizontalmente, a partir das rochas do vulcão extinto Rano Raraku, erguidos e depois levados ao local onde ficariam instalados.
A construção dos Moais pode até não ser um grande enigma. O mistério, que ainda intriga pesquisadores, é o transporte. Como levantar e, ainda, mover 80 toneladas de rochas?
Uma das teorias diz que era preciso cerca de 60 guerreiros rapanuis para transportar cada escultura, com o auxílio de troncos de árvores. O processo não foi testado, mas há algo que embasa a teoria: a extinção de todas as árvores da ilha.
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A motivação para tanto trabalho tem raízes mitológicas. Acredita-se que os imensos blocos de pedra homenageavam chefes ancestrais. Na época, eles eram vistos como descendentes dos deuses, cujos poderes protegiam a humanidade. Isso explica até a posição em que as obras eram colocadas: de costas para o mar e de frente para as comunidades.
Mas essa não é a única história fantástica da Ilha de Páscoa. O primeiro rei da ilha, Ariki Hotu Matua, teria chegado à região com uma enorme pedra presenteada pelas divindades. Chamada de Umbigo de Luz, ela pode ser visitada e supostamente esconde propriedades magnéticas: algumas pessoas afirmam que ela é capaz de interferir, por exemplo, no funcionamento das bússolas.
Veja mais informações sobre a visitação no site do Parque Nacional Rapa Nui, administrado desde 2018 pelos próprios povos originários.
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