Montanha-russa para ir em pé é inaugurada no SeaWorld
Os carrinhos da Pipeline têm formato de uma prancha de surfe e simulam a sensação de estar deslizando numa onda gigante a quase 100km/h
“Aquela rampa lá de cima me lembrou um pouquinho de Nazaré”, disse entre risos Lucas Chumbo. Considerado um dos melhores surfistas de ondas gigantes do mundo, ele fazia parte do grupo convidado para conhecer em primeira mão a nova montanha-russa do SeaWorld em Orlando, a Pipeline: The Surf Coaster – e a VT também estava lá! A atração temática de surfe será aberta ao público no dia 27 de maio.
A comparação de Chumbo faz todo o sentido. As famosas ondas gigantes portuguesas podem ultrapassar os 30 metros de altura, e o ponto mais alto da Pipeline tem justamente 33 metros. A diferença é que, enquanto os surfistas já chegaram a ultrapassar 75km/h em Nazaré, os carrinhos da nova atração de Orlando atingem 96km/h. É ainda mais velocidade, com a segurança de estar bem preso a um encosto vertical.
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É isso mesmo que você leu: no lugar de bancos, há encostos verticais para que você vá de pé na montanha-russa. O conceito não é inédito, visto que já existem outras “stand-up coasters” em parques do Six Flags espalhados pelos Estados Unidos – eu mesma já tinha topado com a Riddler’s Revenge na unidade da Califórnia. Porém, existe algo que diferencia a Pipeline das demais, que é o fato dos encostos se moverem cerca de 15 a 20 centímetros para cima e para baixo durante o percurso.
As pouquíssimas vezes que eu subi numa prancha no Litoral Norte de São Paulo (dizer que surfei seria exagero) foram suficientes para saber que essa movimentação torna a experiência de andar na montanha-russa muito mais próxima da sensação de estar realmente deslizando sobre uma onda. Logo na primeira descida, a que o surfista Lucas Chumbo achou parecida com Nazaré, meus pés se descolaram por alguns segundos do carrinho em formato de prancha. Depois, colaram tanto a ponto dos meus joelhos flexionarem levemente, como se eu estivesse mantendo a estabilidade em uma prancha de verdade.
Esses altos e baixos literais se repetiram outras vezes ao longo do percurso e logo percebi que eu poderia controlá-los: bastava dar um leve pulo se eu quisesse mais tempo no ar e jogar o meu peso para baixo quando quisesse voltar a tocar o chão. Além de garantir emoção a cada vez que eu sentia estar flutuando no brinquedo, essa possibilidade fez com que os movimentos do carrinho parecessem mais suaves, quase orgânicos. O resultado é que a Pipeline acaba sendo muito mais agradável do que outras montanhas-russas de pé, que te deixam presos com as pernas esticadas o tempo todo.
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Existe um único momento em que os passageiros ficam de fato de cabeça para baixo. De resto, os trilhos são compostos por curvas, inclinações para as laterais, subidas e descidas — incluindo uma que chega bem pertinho de uma fonte de água. Por todos esses motivos, acredito que a Pipeline está mais para uma montanha-russa tranquila do que para uma radical, especialmente se a compararmos com as suas vizinhas de parque Mako, Manta e Kraken, mas sem deixar de surpreender e proporcionar adrenalina.
Crianças devem encarar a nova atração do SeaWorld numa boa, mas é preciso atender a exigência mínima de 1,37m de altura. Por causa da particularidade dos encostos, existe também um limite máximo de 1,98m de altura para poder embarcar.
Aqui, vale fazer um alerta para os homens. Os encostos possuem uma barra que fica posicionada entre as pernas e serve de apoio para o corpo nos momentos em que os pés ficam suspensos. Acontece que ela pode acabar “amassando” as partes baixas em alguns momentos, o que foi motivo de queixas entre alguns colegas jornalistas. A dica para isso não acontecer é posicionar-se de forma confortável antes que os encostos sejam travados.
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No meu caso, senti o colete que prende o tórax ao assento apertar um pouco na altura da clavícula, mas não deu tempo de chegar a incomodar. Os 880 metros de extensão dos trilhos são percorridos em apenas 50 segundos, esse sim o único defeito possível da Pipeline: saí de lá com gostinho de quero mais.
Se possível, tente ir na primeira fileira para ver o bico da prancha e ter ainda mais a sensação de estar surfando (o vídeo abaixo mostra como é a visão). Mas, independente de onde estiver, repare que o chão da prancha parece ter areia colada na parafina, um detalhe pequeno, mas muito bacana.
Com a Pipeline: The Surf Coaster, o cardápio de ótimas montanhas-russas do SeaWorld fica ainda mais variado. Ela se junta à Icebreaker, com lançamento reverso, à Mako, conhecida pelas quedas altíssimas e quase verticais, à Manta, que deixa os visitantes de barriga para baixo como se estivessem voando, e à Kraken, com sete inversões. No vídeo a seguir, eu mostro cada uma dessas atrações do parque:
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