Novo destino de compras? Argentina corta impostos sobre celulares e eletrônicos
Redução de tarifas e novo regime de importação podem deixar preços mais atrativos para turistas brasileiros
A Argentina decretou, em maio, a eliminação total dos impostos sobre importação de celulares. O processo ocorre em duas etapas. Imediatamente após o comunicado, a taxa, que anteriormente era de 16%, foi reduzida para 8%. A partir do dia 15 de janeiro de 2026, as tarifas serão cortadas por completo. Outros eletrônicos, como aparelhos de ar-condicionado, computadores, videogames e televisores também terão seus impostos reduzidos no país.
A expectativa é que os preços desses produtos comecem a cair gradualmente nos próximos meses, impulsionados também por uma nova política de simplificação das importações. O governo argentino criou um regime que permite o envio facilitado de eletrônicos de baixo valor diretamente ao consumidor final, com menos burocracia e limites mais amplos de compra online.
A medida faz parte de um pacote econômico anunciado pelo governo de Javier Milei para estimular a competitividade e abrir o mercado argentino. Segundo o Ministério da Desregulamentação e Transformação do Estado, a ideia é combater distorções de preços que, por anos, mantiveram os eletrônicos entre os mais caros da América Latina.
No entanto, é importante lembrar que impostos internos continuam a incidir sobre esses produtos, o que limita o impacto final dos cortes. Aparelhos da Apple, por exemplo, continuam tendo preços elevados, dado que a marca não tem loja própria no país e os produtos são comercializados por revendedoras.
Para efeito de comparação, estima-se que o iPhone 16 Pro Max de 256 GB, comercializado no Brasil por R$ 12.499, custe na Argentina o equivalente a R$ 11.656 quando a taxa for zerada em janeiro de 2026. Ou seja, R$ 843 mais barato.
Mas a Argentina também tem planos de, posteriormente, baixar os impostos internos sobre eletrônicos de 19% para 9,5%, ainda sem data estipulada pelo governo. Se isso de fato acontecer, o preço desses dispositivos cairiam ainda mais.
É possível que o efeito seja sentido principalmente em cidades próximas à fronteira com o Brasil, como Puerto Iguazú (ao lado de Foz do Iguaçu) e Paso de los Libres (vizinha de Uruguaiana). Essas regiões já são conhecidas pelo comércio voltado a turistas e podem ganhar força com os novos incentivos.
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