Madonias: trilhas, vilarejos medievais e natureza intocada nos “Alpes sicilianos”
Parque das Madonie permite se afastar da civilização no alto de montanhas, fora da Itália continental

Os Alpes de verdade ficam bem longe da Sicília, uma ilha separada por mais de mil quilômetros da famosa cordilheira no coração da Europa. Mas as Madonias (ou Madonie, em italiano), uma deslumbrante cadeia montanhosa que existe por ali, vem atraindo amantes da natureza que já se acostumaram a chamá-la pelo epíteto de “Alpes sicilianos”.
Área de conservação que protege alguns dos elementos de fauna e flora mais característicos da ilha no sul italiano, o Parco delle Madonie é um parque natural regional que se destaca pelas opções de trilhas, paisagens de cartão-postal e o isolamento garantido a quem percorre seus caminhos – no passado, a região era procurada por peregrinos e religiosos em busca da solitude.
Picos, flora única e cidadezinhas históricas
Embora não contenha a principal elevação da Sicília – um título que pertence ao vulcão Etna, com 3,4 mil metros – o parque se destaca por suas características de cordilheira, com vários picos despontando em sequência no horizonte. O mais alto é o Pizzo Carbonara, cujo cume atinge 1.979 metros acima do nível do mar, mas há outras cinco montanhas que ultrapassam os 1,5 mil metros.
Graças à variação de altitudes e às características meteorológicas insulares em meio ao Mediterrâneo, as montanhas se caracterizam por microclimas que permitiram o desenvolvimento de uma fauna e flora únicas. Um dos grandes destaques do ecossistema local são os abetos das Madonie (da espécie Abies nebrodensis), uma árvore que chegou a ser considerada extinta – foi redescoberta em 1957, mas segue criticamente ameaçada – e tem no parque o seu principal recinto de conservação no mundo.

Mais além da vida silvestre, o parque é pontilhado por castelos e igrejas com vários séculos de história, distribuídos em vilarejos medievais. Ao todo, 15 comunas dividem seu território, quase todas tendo passado por um processo de encolhimento populacional – 14 delas têm populações inferiores a 10 mil pessoas, com exceção da praiana Cefalù, com 14 mil habitantes.
Desconectando-se nas Madonias
Com tão pouca gente vivendo lá, uma ida às Madonias é uma excelente maneira de se afastar da civilização e dos caminhos mais concorridos pelos turistas que apinham Taormina, Palermo e outros blockbusters da Sicília.

Para quem procura se integrar com a história e a natureza do local, a Via dei Frati é a trilha mais indicada. Recriado em 2015, o caminho foi inspirado nas jornadas de peregrinação dos antigos freis e avança 166 km ilha adentro, com boa parte do trajeto – que termina em Cefalù – percorrendo justamente os territórios do parque natural das Madonias, com frequência sem ver outra pessoa por horas ou dias.
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