Entre os dias 12 de julho e 11 de setembro, o aeroporto Heathrow, em Londres, vai impor um limite de 100 mil passageiros diários partindo do local, deixando de atender por dia 4 mil pessoas que terão suas viagens transferidas para outros aeroportos, remanejadas para outra data ou simplesmente canceladas. A medida foi anunciada depois que outros aeroportos europeus também determinaram um limite máximo diário a fim de normalizar o fluxo de voos. Em Amsterdã, o aeroporto Schiphol já anunciou que lidará com um máximo de 440 mil voos por ano a partir de novembro.
Durante os meses de verão no Hemisfério Norte (entre junho e setembro), é comum que a alta demanda de viagens para países da Europa e Estados Unidos causem superlotação ou até atrasos nos voos. No entanto, um cenário caótico se instalou desde maio deste ano por causa de greves de funcionários das aéreas e pelo aumento abrupto das viagens, que encontraram o setor despreparado após dois anos de pandemia.
No caso de Heathrow, os atrasos aumentaram 78% em comparação com o verão de 2019. Desde o início de julho, metade dos voos decolam atrasados, sendo o maior pico no último sábado (16) quando 62% das partidas registraram atrasos. Os cancelamentos também aumentaram em 3,5% em julho, uma taxa quase três vezes maior do que a registrada no mesmo mês de 2019.
E esses não foram os únicos transtornos enfrentados por passageiros. Na última semana, a americana Delta Air Lines enviou um avião sem nenhum passageiro para buscar aproximadamente mil malas que tinham sido extraviadas durante as operações em Heathrow.
O Reino Unido não está sozinho no que diz respeito ao caos aéreo. Este mês, os aeroportos de Bruxelas, na Bélgica, Frankfurt, na Alemanha, e Eindhoven, nos Países Baixos, registraram os piores atrasos dentre os aeroportos europeus, segundo apurou a Hopper, empresa especialista em soluções digitais para o turismo. Foram mais de dois terços dos voos atrasados e, no Aeroporto Internacional de Frankfurt, quase 8% dos voos foram cancelados.
Na Itália, no último domingo (17), os principais aeroportos viram o cancelamento total de 122 voos devido a uma greve dos controladores e dos pilotos de companhias como Ryanair, Vueling, Ita, Wizz Air, Easyjet e Volotea. A cifra foi estimada pela companhia aérea estatal Ita Airways, antiga Alitalia, que se movimentou para remarcar 50% desses voos ainda no domingo. Nesses casos de greve, vale lembrar aos viajantes que os códigos de defesa do consumidor estão à favor dos passageiros.
Mesmo que a greve seja em nível nacional, os números mostram que nem todos os aeroportos estão passando por uma interrupção tão significativa em julho. O aeroporto de Bergamo, por exemplo, relatou menos de 20% dos voos atrasados e menos de 2% de partidas canceladas, assim como os aeroportos de Dublin, na Irlanda, e de Madri, na Espanha.
Tudo indica que os atrasos continuarão em agosto e somente em setembro o movimento nos aeroportos diminuirão um pouco. Até lá, vale seguir algumas dicas para tentar driblar o caos aéreo europeu.