Conheça os tesouros escondidos no Palácio Real de Madri
Com mais de três mil cômodos, o espaço, que já foi uma fortaleza medieval, é uma das poucas residências de chefes de Estado abertas ao público
Considerado o maior da Europa Ocidental e um dos maiores do mundo, o Palácio Real de Madri revela uma história que começa muito antes de se tornar residência oficial da monarquia da Espanha.
Os seus mais de 135 mil metros quadrados abrigam 3.418 cômodos repletos de obras de arte e tesouros únicos, que atraem quase dois milhões de turistas por ano.
De fortaleza medieval a palácio real
Na Idade Média, o espaço era uma fortaleza de defesa muçulmana. Posteriormente, tornou-se o Alcázar de Madri, que foi convertido em morada real pelo rei Felipe II, em 1561. Abrigo para produções artísticas da época de ouro espanhola, o local foi consumido por um incêndio em 1734.
Foi somente após a destruição da edificação que se iniciou a construção do Palácio Real de Madri que conhecemos hoje, como um pedido do rei Felipe V. A obra passou pelas mãos dos arquitetos italianos Filippo Juvarra, Giambattista Sacchetti e Francesco Sabatini antes de receber Carlos III, o primeiro monarca a residir no palácio, em 1764. Desde o falecimento do último residente, o rei Afonso XIII, em 1941, o local é utilizado apenas para eventos especiais.
Tesouros escondidos
Alguns pontos não podem faltar na visita ao Palácio Real de Madri, como:
Sala do Trono: com uma abóbada exuberante, que conta a história da monarquia espanhola por meio das pinturas de Giovanni Tiepolo, a sala é onde os visitantes são recepcionados de maneira cerimoniosa, desde 1772. Nesse espaço, também eram instaladas as capelas funerárias dos monarcas antes de serem transferidas para o cemitério real.
Salão das Colunas: há séculos, é palco para bailes, recepções oficiais e assinatura de tratados, como a adesão da Espanha à União Europeia. Além de uma cópia da escultura do rei Carlos I, há tapeçarias belgas e pinturas que cobrem o teto do cômodo.
Escadaria Principal: admirada inclusive pelo imperador francês Napoleão Bonaparte, a escadaria com estilo imperial exala luxo e poder em seus 72 degraus de mármore. Sua balaustrada e a estátua do rei Carlos III despertam ainda mais encantamento.
Real Armería: a exposição conserva um dos principais acervos de armas e armaduras pertencentes a monarcas e soldados espanhóis, portugueses e mouras.
Farmácia Real: é abrigo para frascos, armários, elementos de cerâmica e outros recipientes, nos quais foram guardados, durante séculos, as ervas e remédios naturais empregados no tratamento da realeza.
Ainda há outros cômodos históricos, como o Salão dos Alabardeiros, o Salão Gasparini, o Salão dos Espelhos, a Capela Real, a Sala Stradivarius e a Sala de Jantar de Gala. Na área externa, os Jardins do Campo de Mouro e de Sabatini também não podem faltar no passeio.
Organize a sua visita
Os horários de funcionamento variam conforme a época do ano. Entre abril e setembro, as visitas podem ser feitas de segunda a sábado, das 10h às 19h. De outubro a março, por outro lado, o palácio fecha às 18h. Nos domingos, as visitas são sempre das 10h às 16h.
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria ou no site oficial do palácio. Vale comprá-los com antecedência para evitar filas. A meia-entrada é € 7 e a inteira é € 14. Para quem quiser adquirir a visita guiada, os preços variam entre € 13 e € 20.
Uma dica: para latino-americanos e cidadãos da União Europeia, a entrada é gratuita de segunda à quinta-feira, das 17h às 19h, mediante apresentação do passaporte. Nesses períodos, contudo, as filas tendem a ser maiores.
Algumas atrações são adquiridas à parte, como a visita à Real Cozinha do Palácio e à Galeria das Coleções Real. Alguns cômodos não podem ser fotografados, com placas avisando sobre isso nas próprias peças onde há restrição.